domingo, setembro 09, 2001

É Horrível! O crime organizado do Brasil com um partido político. Vê se pode: político já rouba um bocado, imaginem ladrão de verdade. Imaginem o Maníaco do Parque senador, Juiz Lalau ministro da justiça, Georgina secretária da saúde. Com um mundo de presos comandando tudo os presos terão melhor qualidade de vida que a população honrada e trabalhadora. Porra! quero ser preso também!
Se isso acontecer no Brasil, eu mudo de país!
Como diria o "presidente" FHC: ASSIM NÃO PODE, ASSIM NÃO DÁ!

Saiu no:
NEW YORK TIMES

Brasil
Grupo criminoso quer criar partido político no Brasil


Larry Rohter

SÃO PAULO, Brasil - Após ter demonstrado seu domínio dos sistema prisional com uma rebelião em massa, o grupo criminoso mais notório agora busca expandir sua influência organizando um partido político. Naturalmente, sua plataforma pede por uma reforma penal.

O grupo, o Primeiro Comando da Capital, conhecido por suas iniciais, PCC, já indicou seu primeiro candidato para as próximas eleições nacionais.

Ele é Anselmo Neves Maia, um advogado que representa os líderes da organização. Ele disse que o grupo também planeja apoiar candidatos em outros Estados que simpatizem com a plataforma do partido.

"Os presos de todo o país estão mobilizados atrás desta causa", disse ele, "e já estou recebendo telefonemas deles me perguntando em quem suas famílias devem votar".

Ele acrescentou: "Eu sou candidato não apenas do PCC, que teve a coragem de se rebelar contra as injustiças praticadas pelo sistema, mas de todos os milhares de presos das prisões do Brasil".

A nova organização política deverá se chamar Partido da Comunidade Carcerária, cujas iniciais também formarão a sigla PCC. Seu secretário geral é Júlio César Silvério, que está cumprindo pena de seis anos por assalto e foi descrito como "dinâmico e esclarecido, um admirador do 'seu' Benjamin Franklin".

Mas o diretor das presídios do Estado de São Paulo, Nagashi Furukawa, caracterizou o Primeiro Comando da Capital como um sindicato do crime que controla o tráfico de drogas, álcool, armas e telefones celulares dentro dos presídios do Estado.

As autoridades dizem que o grupo também controla uma próspera "indústria da fuga" que já resultou na fuga de mais de 1.000 presos desde 1998, enriquecendo os cofres do grupo.

São Paulo, que possui mais de 36 milhões dos 170 milhões da população brasileira, é estado mais populoso e influente politicamente. Cerca de 100 mil pessoas, ou pouco menos do que o total nacional, estão detidas nas cadeias e presídios do Estado. O governo federal não opera presídios.

Em fevereiro, o Primeiro Comando da Capital organizou a maior rebelião carcerária da história do país. Utilizando telefones celulares contrabandeados para dentro de suas celas, os líderes do grupo ordenaram seus seguidores em 29 presídios de todo o Estado a assumirem o controle dos
blocos e manter milhares de reféns. A rebelião visava impedir as ações das autoridades para enfraquecer o grupo.

Os dois dias de rebelião deixaram 19 mortos, a maioria deles integrantes de três grupos rivais que disputam o controle das prisões de São Paulo com o PCC. De lá para cá, as autoridades tentaram enfraquecer o grupo transferindo os líderes para outros presídios fora de São Paulo, mas alguns Estados rejeitaram, argumentando que o grupo criminoso poderia se disseminar.

Durante a rebelião, o PCC descreveu a si mesmo como um sindicato de presos e pendurou bandeiras pedindo "paz, justiça e liberdade" nas janelas e telhados dos presídios. Em agosto, o grupo publicou um manifesto político condenando o sistema político, que nas palavras de Maia "oferece os benefícios da lei para os ricos e seus rigores para os pobres".

A imprensa local rapidamente batizou Maia de "o candidato do crime organizado", mas ele disse que não se importa com a associação com o PCC, que ele compara com "um clube ou associação".

Ele está tão confiante na vitória na eleição de outubro de 2002 que se gaba de não ter planos de campanha e de não precisar gastar dinheiro em cartazes, panfletos ou adesivos.

"Eu calculo que cada preso tenha pelo menos três pessoas em sua família que sejam eleitores", disse ele. "Eu posso terminar sendo eleito para o Congresso com uma votação recorde".

Se eleito, disse Maia, seu primeiro passo será apresentar um projeto de lei que permitirá que os presos votem, uma proposta que compara à "libertação dos escravos ou ao direito de voto às mulheres".

Mas ele disse que também lutará por uma lei para punir juízzes que se recusam a libertar presos após o término de suas sentenças, um abuso comum por aqui, e o fechamento do Carandiru, o maior e mais notório presídio do país, com mais de 7.000 presos.

O próprio Maia é um ex-preso do Carandiru, onde cumpriu pena de cinco anos sob acusação de tráfico de drogas ao lado de alguns clientes, antes do caso contra ele ter sido encerrado. Mais recentemente ele representou cerca de 70 integrantes do PCC, incluindo um dos líderes do grupo, Idemir Ambrósio, que foi morto em sua cela em 27 de julho.

"Ter estado na prisão não me incomoda", disse Maia. "Isto me deu credibilidade com os meus irmãos de sofrimento. Eu vi tudo de perto, bem de perto, e agora é meu dever ajudar a comunidade a marchar para a civilização".

Tradução: George El Khouri Andolfato

Um comentário:

Anônimo disse...

Por que nao:)

Ao terminar de ler A Natureza da Mordida

Foi a mesma sensação de parar com o marcador página na mão após acabar um livro. Eu não sabia onde colocar meu sentimento após aquele final....