terça-feira, maio 14, 2002

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Mesma Quarta, 19:30 - o Dia D

Ter um colega de quarto que operou a garganta não muito legal. Ele não pode falar, mas suas visitas falavam com ele e por expressões que ele faz dão sinais de sim e de não. O nome do cara é Olisses (Agora estou na dúvida. Seria Olices), não poderia haver nome mais perfeito para tal pessoa. O cara é monstruosamente grande, mal cabe naquela caminha (para ele é caminha) de hospital, não acha uma posição confortável. Não queria estar no lugar dele. Ele tem uma cara super simpática. O vi passar altos bocados na sala de espera para sirurgia cirurgia -[depois que é operado você volta para aquela sala e espera até arrumarem um quarto para você]-. A garganta, ou boca, ou local por ali perto estava sangrando e sempre engasgava com o sangue, tinha uma enfermeira que ficava sugando o sangue com um caninho parecido com um de dentista, se não o mesmo, e o aliviava. No quarto, de tarde, ele estava incomodado e fez um sinal apontando a boca e tentava falar algo, mas não dava para entender; eu sabia o que era, queria que sugassem a sua incômoda secreção, o enfermeiro e suas visitas (mãe e esposa) não entendiam, eu estava meio que dormindo e falei quando perguntaram para ele o que queria: "Sugar!". Como o enfermeiro não dispunha de um aparelho sugador, deitou Olisses de lado e assim ele pode cuspir fora o grande incomodo.

Agora vou ver se durmo um pouco.

Preenchimento do estômago com comida: 100% (Acabei de jantar)
Saquinhos de soro introduzidos na corrente sanguínea: 2
Pêlos pubianos restantes: Nenhum
Injeções: 3, duas picadas de abelhas africanas e uma chifrada de rinoceronte na coluna.

Nota: Foi Ótimo almoçar, lancha e jantar. Nem lembro se a comida estava boa ou ruim, era uma máquina de comer.

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Ao terminar de ler A Natureza da Mordida

Foi a mesma sensação de parar com o marcador página na mão após acabar um livro. Eu não sabia onde colocar meu sentimento após aquele final....