domingo, fevereiro 27, 2005

Capítulo 5

Aquela sexta-feira seria um dia a lavrar fundo uma página da vida do nosso jovem rapaz. Iria ao cinema com três amigas. A Luana, a Dani e mais a garota que havia lhe telefonado acertando o passeio. Barbeou-se, pôs roupas mais novas. Camiseta regata, bermuda e nada de tênis com meias nos pés. Fazia um dia muito quente. Era começo de fevereiro. Suar transformaria o banho caprichado numa inutilidade. O cinema ficava dentro de um parque da cidade. Um lugar agradável, muito aberto; porém, pouco freqüentado. Assim que chegou, de longe, pôde avistar a moça do telefone sentada sob a sombra, em uma espécie de varanda, onde ficavam as mesas de uma lanchonete. Ela tinha cabelos cacheados, escuros e compridos. Usava óculos e agora, como reparava Vitor ao se aproximar, estava mais bonita do que antes. A pele do rosto havia se limpado das espinhas da adolescência e ela estava ganhando um ar de mulher madura. Algo que agradou muito o nosso jovem. Desde o sentido mais carinhoso de agradar, ternura; ao mais safado. Ela estudara com o Vitor durante todo o colegial e mais um ano no cursinho. Logo, se conheciam há 4 anos. A moça tentava a difícil aprovação para a faculdade de medicina, mas era inteligente e certamente conseguiria seguir por esse caminho se se empenhasse. Os dois se gostavam bastante. Talvez, o ponto principal daquela relação fosse ela elogiar bastante os textos do Vitor. Como adorava escrever esse rapaz! E ela sempre lhe dava o maior apoio, comentava quando algo não ficava bom, pedia mais coisas para ler, o fazia escrever. Podia-se defini-la como a principal incentivadora desse lado artístico no nosso herói. A Dani e a Luana não chegariam a tempo para o filme, Os Incríveis, conversou com ele a menina com ar de mulher. “É?”, interpretou curioso o nosso quase homem. Iriam ver aquela sessão sozinhos. Talvez as duas chegassem depois do filme, para a segunda sessão, para um outro filme; mas, até lá, estariam os dois sozinhos. Pediram meia entrada cada um, três reais no interior, e entraram na sala. Sentando na última fila, não aleatoriamente, estavam em poltronas de namorados.

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Capítulo 4

Aquela semana seria mesmo muito lembrada em tempos futuros nos pensamentos do jovem Vitor. Pensamentos esses que vagariam pelo seu passado buscando as mais fantásticas épocas. Para assim colocar-lhe no rosto os melhores sorrisos que dizem como eram bons aqueles tempos. Quantos erros, quantos sabores novos, quantas amizades, quantas pessoas que ele conhecia, quantos risos que ele podia gerar e quantas risadas o podiam fazer dar. A primeira vez alegre de cerveja. Fora na segunda-feira da mesma semana da aprovação do Pablo e do Daniel. Era carnaval. Vitor fora para São Luís do Paraitinga em uma excursão com amigos. Repetir a viagem do ano passado. Sabendo que nunca uma nova viagem pode ser uma repetição. Dessa vez, ele ficou mais centrado em duas amigas, Luana e Dani. Grandes amigas essas. A Dani era um verdadeiro apoio ao espírito do nosso jovem em conversas via Internet de madrugada. Amiga desse jeito. Uma graça. A Luana era geradora de um sentimento estranho no nosso rapaz. Quando longe, o fazia imaginar fantasias eróticas com ela, amar o seu corpo, a desejar ferozmente. Mas, quando perto ela estava, ele parecia se desligar dessa vertente sentimental para estar sempre presente como a pessoa que estudou com ela durante o colegial e amigo ficou. Contudo, esse carnaval fora mágico. Nos caminhos pelas ruas da cidadezinha, ele encontrou pessoas que há muito não via; experimentou a sensação alcoólica da cerveja e a animação que ela gerava nele e nas pessoas à sua volta melhorando o humor mesmo dos ali mais sóbrios; dos que nunca bebem, mas que se mantém próximos aos que bebem. Até dançar dançou o nosso jovem rapaz. E dançou bem segundo julgou um solitário garoto observador sentado pouco distante. Meio bêbado, mas sempre bem lúcido, inventou um passo meio algo do frevo do nordeste do país que chamou a atenção desse garoto que estudou com o olhar um pouco aqueles movimentos novos, simples e muito fáceis executados com erros regulares pelo nosso quase homem. Havia sido o carnaval perfeito. Tudo fora ótimo, no melhor possível. Ele havia adorado. E agora jazia uma voz ao telefone perguntando “Alô? Vitor?”. Aquela semana realmente não havia acabado.

terça-feira, fevereiro 22, 2005

Capítulo 3

O meio da semana trouxera grandes notícias sobre grandes pessoas. O Vitor até fora à missa alguns dias antes. Rezar para os dois amigos, para que eles fossem aprovados pela seleção da universidade de São Paulo. Ele não estava mais dentro da religião católica como há alguns anos atrás, mas tinha algo com Nossa Senhora Aparecida que ninguém explica. Sabe-se que a entidade feminina lhe era muito mais válida do que a masculina (ou não seria “válida” a palavra). Era coisa da fé do rapaz. Sobre a existência de Deus e de Jesus, ele já havia discutido muito em pensamento; mas com a Santa era diferente. Nunca duvidou mentalmente da veracidade daquele ser divino. Aceitava sua crença e tinha bastante e carinhosa fé, apoio, na Padroeira. Na padroeira do país. Estava tão bom aquele final de férias passado em casa. A semana pós-carnaval. Vitor pensava: “Nós três na faculdade. Eu na PUC e meus dois maiores amigos na USP”. Pablo cursaria Ciências Sociais, o mesmo curso daquele henrique cardoso presidente. Já o Daniel estaria na disputada sala de jornalismo da universidade. A lista de aprovados saíra na quarta-feira, ontem, e hoje, quinta-feira, era um dia calmo, desprovido da ansiedade angustiante. Na segunda-feira seria o primeiro dia de Vitor na faculdade. Agora ele estava no computador, checava os e-mails, dava uma olhada no blog e bebia a poucos goles, um copo d’água quando o telefone tocou. Aquela semana repleta de acontecimentos não se cansaria tão cedo. Era uma voz feminina.

domingo, fevereiro 20, 2005

Capítulo 29



Daniel já era jornalista mesmo sem estar formado, cursava USP. André, seu primo, era pianista, autodidata, professor. Tentava a vida em São Paulo. Vitor tinha passado em comunicação numa universidade particular. Daniel também estava no primeiro ano. Três jovens. Estavam dividindo um apartamento na grande cidade. Era domingo, André tinha ido tocar e logo chegaria. Vitor e Daniel preparavam a janta, macarrão, há uma semana atrás fizeram seu primeiro arroz. André chegou, sentaram-se os três na cozinha. Nono andar, da janela do prédio via-se boa parte da cidade, a parte que o prédio vizinho não tampava. Começaram a comer em silêncio, esse lhes dava uma sensação de conquista, olhavam um para cara do outro. Mal haviam saído de casa, do ninho, saído das mães. Sentiam-se grandes. André: "Liga o rádio". Daniel o ligou. Começa a música Por Enquanto do Renato Russo, mas pela voz da Cássia Eller. Vitor sorriu expressando ser uma perfeição divina aquela trilha sonora. Comiam a boas garfadas. Os pratos na mão. O sol se punha na cidade cinza. E a música desenhava todo um capítulo da história de cada um.

Capítulo 2

Como estava feliz! Pablo e Daniel eram os seus maiores amigos. Torcia e vibrava com aquelas conquistas. Tentou ligar para o Daniel; os parabéns. Mas só “tus” seguidos ressoavam em seu ouvido. “Viram primeiro”, pensou errado o nosso garoto de 19 anos, “está tudo mundo ligado para ele agora, só pode”. Ligou para o Pablo, cujo número teve que procurar na agenda, e o pegou na marginal, chegando em São Paulo, vindo de Curitiba. Pensou em como os telefones celulares eram ótimos e que, quando se mudasse para São Paulo também, deveria ter o seu, isso seria uma necessidade. Não foi o primeiro a dar a notícia ao amigo, outro já lhe informara e o pusera num banho de felicidade com espumas sorridentes fascinante. Comemorou com ele por 5 minutos no telefone. Estavam ótimos. Desligaram. Antes que pudesse chegar na cozinha e pegar um copo no armário, o telefone tocou. Era o Daniel. Juntos celebraram. Felizes de mais. Os três estavam ótimos, cada qual em seu canto; separados, mas ótimos. Assim como o Vitor, agora era certeza que o Daniel moraria em São Paulo. E era certeza também que mãe é mãe e ocupa o telefone para dar grandes e boas notícias sobre seus filhotes a toda família.

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Capítulo 1

No interior do estado de São Paulo, jazia um quase homem. Era um rapaz, era um destino fantástico, sortido e fabuloso. Deitado em sua cama, lia o Código Da Vinci – emprestado de uma amiga de sua mãe. Portava o livro em uma das mãos, a outra mexia no sexo distraidamente, sem culpa ou inocência alguma. Os olhos passavam regularmente entre as linhas e seu espírito estava em outro lugar. Era mundo das histórias dos livros. Antes que pudesse virar mais uma página, seu espírito voltava. Novamente seus olhos saltavam para o relógio ao outro lado do quarto e verificavam que ainda não era hora. E ia de novo a ler, ia novamente àquele mundo. Achava a narrativa genial, mas era totalmente estranho o fato de não ter parado em uma frase sequer para lê-la novamente bradando a sua qualidade. Literatura esquisita. Agora, faltavam apenas dois minutos. Já tinha deixado o computador ligado e já na página. Pressionar o F5 e aguardar menos de 5 segundos era o único movimento que teria que fazer para saber de dois grandes destinos.

domingo, fevereiro 13, 2005

Lu

Adorei seu e-mail. E, ah, esses convites para escrever! Eu adoro escrever! Te devo desculpas pelo não envio daquele prometido e-mail. Agora, já estou em São Paulo, essa é a semana de recepção dos calouros na puc. Enfim mudado para cá, estou com “mais tempo” – por assim dizer. Menos coisas a se fazer e menos nuvens nos pensamentos, principalmente. Também te devo uma explicação de como eu te acho linda: Fiquei divagando um pouco sobre quem você é e não sobre quem eu sou; como você sugeriu no final do seu e-mail. Fiquei poetizando definições siderais de beleza a você. Algo muito além do estético. Versos dos quais não me recordo, mas que sei: foram pensados. Os meus exageros adoráveis. Adoro exagerar quando tenho nas mãos palavras a escrever. Isso foi comentado ontem à noite com uma amiga. Imagino que saiba a linda que é. E, se não tem consigo essa definição, creio que parando um segundo para pensar, a encontra. Duas perguntas: Como faço para escrever ou mandar textos já escritos para o E-zine? E, como participo do concurso português? Sem colocar parágrafos nesse e-mail, agradeço os seus elogios a mim e ao que já escrevi. Te conhecer é ótimo. Eu julgo, uma grande sorte virtual. Um grande beijo.

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Matando aula na casa do Pedro [editado]

Antes de começar: Eu dedico esse texto ao Branco Leone, meu "tio", grande e ilustre amigo! Que recentemente me titulou “esperança” em um post no seu blog. Um post que, em mim, gerou muita e sensacional emoção. Eu imprimi, mostrei para os meus pais, sentiram-se orgulhosos, até meu irmão leu. A folha ficou na mesa da copa por um bom tempo, até ser guardada. Não tinha ainda agradecido aqui o ato dele porque eu queria dizer algo mais do que simplesmente um obrigado, queria retribuir, da melhor maneira possível. Então aí está esse texto dedicado a ele. Um relato dos meus tempos de oitava série, amigos vizinhos e colégio público. Tinha 14 anos.

Matando aula na casa do Pedro

--Vitor, vai lá que a sua mãe está no telefone.
--Não! Pedro, ela não sabe que eu estou matando aula...

Vitor pensa um pouco consigo mesmo e continua a falar:

--Não sabia, pelo menos.

Pensa mais um pouco e conclui:

--Merda!

Paulo tem uma idéia:
--Hei, Vitão, já sei! Relaxa. Xá* comigo!

*deixa

3 minutos depois, Vitor:
--Então, como é que foi lá?
--Pois é, Vitor... Eu tentei. Mas acho que a sua situação pode ter piorado.
--Quê?! Como assim?
--Peguei o telefone, né? Falei: “Alô, Dona Mãe do Vitor, tudo bom com a Senhora?”, aí ela: “Tudo, Paulo”, ela conheceu a minha voz, “Já te disse meu nome várias vezes, lembra? Chama o Vitor aí que eu quero falar com ele”.
“--Lembro, Dona Áurea. Mas sabe o que é...? O Pedro se enganou. O seu filho não está aqui não. A gente achou que ele tinha vindo conosco como daquela outra vez que a Senhora lembra bem e ele melhor ainda, mas o Pedro se enganou, porque o Vitão não veio não. Ele está lá na escola tendo aula. Sabe?”

--Você tinha que ter dito esse “sabe?” no final?
--Deixa eu continuar! Aí ela disse:

“--Ah, é? Sei... Olha que estranho: eu liguei lá para falar com ele e me disseram que ele não tinha ido hoje, acredita...? Hum. Eu vou achar esse menino. Tá bom, obrigada.
--Foi nada, Dona Áurea! Qualquer coisa...”.

--Então, foi isso aí que aconteceu, Vitão. Agora eu não sei...
--PUTA QUE PARIU, Paulo. Estou mais ferrado do que bunda de viado tarado. Se tivesse logo falado que eu estava aqui mesmo... De novo.
--Pô, cara. Descurpa, mal aí. Mas como eu... A gente ia saber? ...Que ela tinha ligado lá na escola? Achei que ela ligou para cá e se você não estivesse aqui, ela ia saber que você estava na aula. Mas ela foi mais esperta. A gente não aprende que mãe é mãe.
--Agora fodeu! Que eu vou fazer?
--Ah, inventa outra coisa, Vitão. A gente te ajuda.
--Bem, o que podemos fazer...?
--Ainda não sabemos, mas a gente vai ter alguma idéia e, para isso, não precisamos ficar aqui na parados. Prestem atenção que eu vou falar bonito!

Tirou os olhos de Vitor, olhou para Pedro que estava à beira da piscina, sacudindo os pés na água, ouvindo a conversa dos dois; mas logo tirou os olhos dele também e olhou para frente, meio para cima, enxergando somente o que estava pensando naquele momento. Respirou e disse:

--Sobre o plano que em nossas mentes traçaremos, aquiteta-lo-amos dentro d’água, pois a água da piscina propícia-nos um melhor fluxo para o raciocínio e surgimento de novas idéias!

Silêncio.

--Caramba, Paulo. Não conhecíamos o seu lado candidato. Você podia trabalhar no horário político. Teria boa carreira.

Risos.

--Muito engraçado, senhor Vitor-mata-aula-e-a-mãe-descobre. Mas vejam que aqueles livros “bobos segundo vocês”, que eu fico lendo na aula, me são muito útil-os!
--Então, porque, quando você foi falar com a Ritinha, disse tudo atrapalhando e pareceu um idiota? É só ela estar por perto que você...

Interrompe:
--Ah, tomar banho, nego! Precisa lembrar? Fiquei nervoso, foi isso.

Tchum-Splash! Cai Pedro na água honrando o próprio nome: como uma pedra. E diz:

--Os dois viadinhos vão ficar aí discutindo no sol? Não vão vir para a piscina refrescar o “célebro” para terem mais idéias? Hein, vizinhas amistosas?
--Hei, em primeiro lugar, viadinho é o ocê! E esse negócio de vizinhas amistosas eu também vi na novela. Não foi você que inventou não!

Num salto, gritam “bomba” e caem os dois, feitos duas balas de canhão, na água.

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Os Três Mosqueteiros

Tem um capítulo (XLVII) que te prende; você gruda, mergulha totalmente na cena narrada e isso te absorve uma energia tal que, quando você o termina, respira e diz: “Poxa que foda! – Maravilhoso, fantástico!”. Pára-se de ler, pois, “por hoje”, está ótimo. Os Três Mosqueteiros não é como livros modernos onde a leitura desce como a água cristalina de um riacho; Os Três Mosqueteiros de Alexandre Dumas desce como um bom e saboroso vinho.

domingo, fevereiro 06, 2005

Colorido Carnaval

”Sonhei com a imagem sua, caguei na cama e joguei rua. O troço endureceu, passou um carro e furou o pneu. Levaram pra prefeitura, examinaram, era bosta pura. Prenderam eu no xadrez, fiquei com raiva e caguei outra vez. Sonhei com a imagem sua...”

Há exatamente um ano, estávamos atrás de um trio elétrico pulando e cantando com fervor a marchinha O Troço. Uma felicidade sem fim! Uma chuva que não parava e dava, para todos, um toque especial à festa. Era visível que ficávamos mais crianças por estarmos pulando na chuva. Fazendo arte. Todos moleques. (amigos homens e sapatões... As meninas de camiseta molhada... Davam ainda mais alegria a toda a comemoração. Se é que não eram o nosso motivo) Havia uma bêbada no nosso grupo que gerou muito assunto para depois da festa e, agora, vivendo nós mais um carnaval, lembramos dela. A louca cometeu tudo o que uma bêbada pode fazer, com exceção de exageros sexuais. Talvez, por ter a sorte de estar sob a proteção dos puxões das amigas mais fortes. Ela contou chorando na pizzaria todos os seus problemas com a família, as culpas que tinha, como era mal o seu pai, sua fracassada vida estudantil, situação financeira, o seu não-futuro... Bebeu o que lhe ofereceram na rua e chamou muita atenção em vários lugares e horários diferentes. Não chegou a ser um escândalo a pior das vezes. Meu amigo Daniel ficou com ódio da fulana. Diferentemente, eu achava tudo muito curioso e, principalmente, engraçado. Como quando ela chagava sozinha em um grupo de garotos e os elogiava, os olhava e se oferecia; mas, quando um deles chegava perto dela, ela se desfazia do rapaz e gritava: “Saí pra lá! Ô, iludido! Iludido”. Soletrava. Estávamos em São Luís do Paraitinga, cidade do interior, e o povo que lá passa o carnaval é um pouco mais “tranqüilo”, julgo. Senão, seria bem provável que ela fosse a qualquer momento agarrada e assim teria curtido um pouco mais “profundamente” do que sóbria desejaria curtir o carnaval. Quando tomavam o fora, os iludidos fechavam a cara de raiva. O total oposto dos sorrisos que abriam quando a fêmea se aproximava mostrando todo o seu material.

Amanhã, parto para São Luís. Na quase mesma excursão e, creio eu, com quase o mesmo grupo. Dessa vez a Dani vai. Amiga, grande amiga e uma das mais ilustres visitantes desse blog. Evitei aqui falar de um lado do carnaval do ano passado, que foi no cab postado sob o título de Segredos Vitorianos do Misterioso Carnaval de 2004. A menina personagem desse post de 2004 é mesma desse post aqui e acabou de confirmar comigo no telefone o horário dessa nova ida para São Luís. Sairemos às 14h. Não vai acontecer nada do que está se passando pelos pensamentos afiados de vocês agora (vide primeira oração de S. V. M. Carnaval de 2004). Mas essa época é sempre um tanto quanto mágica. Fui num carnaval que eu dei o meu primeiro beijo. E ainda pude ir um pouco mais além. Mas nem tanto, ô.

sábado, fevereiro 05, 2005

Leiaute Novo

Eis aqui duas semanas de enrolares e lento aperfeiçoamento de um dos quatro melhores leiautes que o cab já teve. Vamos recapitular? O primeiro foi um de roller, lembram desse? Só os leitores mais antigos lembraram. O segundo foi um que tinha trechos de textos meus na coluna da esquerda, era escuro – inspirado no site do Chico. O terceiro foi o que esteve até ontem aqui e que teve uma variável, que é a versão original; essa, não era em branco e preto, mas sim, nos agradáveis, clássicos e preferíveis tons azuis. O quarto está nas vistas dos leitores agora e espero muito que ele lhes dê conforto na leitura e lhes seja bonito e prático.

Tendo dito haver quatro melhores leiautes do cab, paro e penso que isso não é verdade. É um julgamento errado meu. Devo dizer que houve quatro leiautes mais “elaborados” por aqui. Tiveram tantos outros (estão passando nesse momento nas minhas lembranças) que foram: engraçados, super leves, feitos na raça e excêntricos. E tantos outros também. Sem certeza, digo que foram 18 o total de roupas que vestiram esse blog. Pelo menos, essa de agora, está toda salva na pasta 18 dentro dos meus arquivos de leiautes.

Ainda há coisas por fazer. No menu, temos links para vários posts antigos, preferidos e engraçados-para-mim que já foram por aqui postados. Pretendo botar ao final de cada um deles, um link sugerindo a leitura de algum outro que tenha, com esse, a ver. Para fazer assim uma corrente que tenha uma certa lógica. Mas é um trabalhinho braçal que não estou disposto a fazer agora. Por fim, gostaria de pedir a vocês, com o mais bem dito por favor que por aqui já disse, que se encontrarem algum erro de português, algum link quebrado ou algo que acham que poderia mudar para ficar bom, me avisassem. Muito obrigado por mais essa visita. É o cab que agradece.

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

ctrl+alt+blog? Será que tem aqui?

Dentre Googles e Yahoos, caíram por aqui, só nesses últimos três dias, pessoas procurando por:

alecrim dourado
colonia de ferias de areado
"alecrim alecrim dourado que nasceu no campo..."
"debaixo da saia" foto
baixar template de dragon ball z
blog seios
bustamante
cassia eller 10 de dezembro mp3
fotolog de garotos skatistas de 14 anos
fotos de casssia eller
fotos sexo gordas
imagens eroticas.com. mulheres gordas
meu motorista
musica caltri----------------------------->
o que é carnaval o que comemorado
o que é template
passaro marrom passe escolar
passe escolar passaro marrom
playstation3 fotos
poema blog
pássaro marrom passe escolar
sexo com xixi no rosto
template carnaval
template de maconha
vaniele

***

Eta música, que fica na cabeça, alecrim dourado!
Passei uma semana na colônia de Areado. Lembro que estava namorando e que, sendo o primeiro grande período em que não nos veríamos, combinamos cada um escrever um diário para o outro. Eu, logicamente, acabei escrevendo meio livro. Era apaixonado demais. Tempo bom!
Quem será que está querendo ver fotos de garotos skatistas de 14 anos?
Meu motorista?
E, certa vez, na sexta-série, me apaixonei pela Vaniele. Tomei quatro foras no mesmo dia (eu era meio sem jeito), no mesmo dia em que isso foi revalado a toda a turma por culpa de interrogações disparadas em mim. Acabei cedendo e lembro que gostei de ter feito. Mais a frente, em Campos do Jordão, acabei tirando várias fotos com ela, mas não fiz nada além disso só porque eu era (e talvez ainda seja) a porra de um poetinha ordinário. Hoje em dia, às vezes a encontro em Guaratinguetá, perto de onde levo o computador para arrumar. Ela trabalha numa loja de suplementos alimentares, é loira de olhos azuis. Guardo o álbum com as fotos de Campos.

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Lunatic comentou:

"haha!! olha a outra se confundindo toda... Bom, me desculpe pela liberdade de comentar no blog, mas é q gostei mto do blog, mto mesmo. E achei q o horoscopo não coube nele. Se você reparar, assim como a maioria dos videntes(porque há excessões) é uma grande farsa e isso pode ser um comparativo para os horóscopos. É tudo generalizado. Quem não tem planos a longo prazo em 2005? Todo mundo têm, todo ano. Outra coisa, no meio do ano, todos que leram esse horóscopos já vão ter esquecido dele, e se, por um acaso, a renda melhorar, o cara pode ter um estalo e lembra daquele marivolhoso e perfeito horoscopo. Ora, o que é isso? É enganação. "Os caminhos vão se abrir". Não há o que discutir aqui. Sempre há caminhos abertos para todos, por mais ocultos que estejam. Novamente generalizado. E assim por diante... Eu acho Astrologia ridículo, mas é opinião própria. Acredito que os astros interfiram sim em nossa vida, mas nós não temos envergadura moral para com a complexidade disso de modo que possamos fazer horóscopos"

"acabou o espaço :) Eu normalmente comento em blogs, sejam de amigos ou não, mas nem sempre obtenho resposta. Ainda bem que você lê os comentários. Gostaria de dizer que gosto muito do seu blog, apesar de você pôr horóscopos nele. :) Do topo de toda minha ceticidade, sou aberto a discussões e sou também cético quanto a ter ou não razão de algo. Portanto, para mim, tudo é discutivel. E, pode apostar, eu adoro discutir(no sentido de conversar, é claro)"

"A propósito, o que é bóbvio? Não é óbvio que seja óbvio, mas me ocorreu que poderia ser"

***

Muito obrigado, Lunatic! Muito mesmo. Mas não levo horóscopos como se fossem páginas do livro do meu destino, não é isso. Aliás, cada um faz o destino que quer. É mais na brincadeira mesmo. Sei que se eu pegar horóscopos de quaisquer outros signos é possível, facilmente, criar relações das descrições ditas com a minha vida. Eu quero dizer aqui algo mais assim: "Olha, até meu horóscopo está me ajudando em tudo o que está acontecendo, não é demais?". Talvez eu nem tenha paixões efêmeras esse ano, talvez encontre alguém e fique com ela até o outro ano, talvez não encontre ninguém, talvez a situação financeira se estabeleça antes do meio do ano, talvez nem se estabeleça e tenhamos que dividir a faculdade em 30 anos... São só talvezes. O certo é que ninguém, mas ninguém mesmo, tem envergadura moral para dizer que o futuro será de tal forma. Parece que você tem um pouco de raiva com esse negócio de horóscopo, não é não?

PS: Bóbvio = bobo + óbvio. Era óbvio mesmo! Aquele abraço.

Rombo é diferente de investimento

Imprimi o rascunho do último post para corrigi-lo nas mãos, onde é sempre melhor. Deixei a folha aqui ao lado do teclado, meu pai a pegou e leu. Quando me encontrou em casa, explicou o título desse post de agora. Concordei, lógico. É diferente mesmo. E como!

Ao terminar de ler A Natureza da Mordida

Foi a mesma sensação de parar com o marcador página na mão após acabar um livro. Eu não sabia onde colocar meu sentimento após aquele final....