quarta-feira, julho 04, 2007

Lina!


Estava na rua Traipú às 18h e 10min no domingo passado. Quando ela atendeu o celular dizendo o seu Oiiiií... na sua voz meiga e sotaque coreano, o sorriso que nasceu em mim era fruto de lembranças e do contentamento em estar novamente diante de alguém muito querida.

RiNa Yoo (lê-se Linaiô) estudou multimeios por um ano na puc comigo, no primeiro ano do curso. Já fazia um ano e meio que não nos víamos.

Desde que entrei na faculdade, cada semestre mais parece um ano inteiro. Assim, parecia que não nos víamos a três anos. Mas, quando me cumprimentou, Lina rompeu o que a minha mente humana constrói e chama de “distância do tempo”. O novo encontro ligou-se ao último como quem une um novo novelo de lã e pode continuar a tricotar um presente que vai dar com tanto carinho. Como é bom poder sorver da taça da vida esses momentos!

Outra alegria me veio ao ver aquela tímida graça, que não falava português com a agilidade brasileira pouco tempo atrás e se reservava muito quando entre os numerosos colegas, dançando com seus amigos uma coréiagrafia, quero dizer, coreografia complexíssima e sofisticadíssima aos olhos de um jovem que só sabe alguns passinhos de forró e olhe lá!

Ela estava no ambiente dela, recebendo-me. Que maravilhoso convite! E como havia mudado! Mantendo-se completamente a mesma pessoa. A língua que falamos não dá conta de explicar o que são as transformações e tão menos quem somos nós.

Lina me contou da maior facilidade de se aproximar das pessoas com mais facilidade, após estar nesse grupo; do encontro com Deus, eu assim resumo. A liberdade de ser com todos livre. Eu também a cada instante experimento essa sensação: pouco a pouco aprendemos a nos colocar no momento presente verdadeiramente. Pensar é, às vezes, inadequado. Quero abrir os olhos na árvore do mundo, ver os frutos que aqui estão e me fartar da doçura contida em cada um como quem está numa mangueira desnudando grandes caroços.

Depois de sua apresentação, havia um jantar com todos os presentes. O convidado sentou-se ao lado de sua amiga muito contente e feliz por estar ali, sentia-se muito bem. Lembrava e via mais uma vez a inocência daquela menina cheia de paz, que dividia seu dom com prazer e muito fazia rir. Incrível sensação da pureza infantil sinto em mim quando converso com a Lina... É tudo tão simples no vocabulário que usamos, tudo tão claro; piadas tão brancas, como a lua que reflete a luz de um ser maior. Obrigado, Lina!

6 comentários:

Felipe Silva disse...

Nossa! Sua amiga é linda! Depois eu leio o texto... e comento ele hahahahaha

Felipe Silva disse...

Agora li! É isso aí! Adorei!!! Acho que a surpresa sua foi menor que todas as surpresas dela no evento e com você.

Parabéns

Anônimo disse...

Vitor!! Essa sua sensibilidade realmente comove. Sinto as vezes um desapreço pelas coisas que escrevo, sobretudo pela falta de naturalidade e pureza de idéias... Mas em tudo que leio de sua autoria, acabo me transportando para um universo Novo, como vc tem se "metamorfoseado"... cada vez mais em Deus... VALEU!!!

Anônimo disse...

Ops.... pensei que já tonha comentado, hihi...
Lindo isso que você escreveu, e agora eu to com uma saudade da Lina!!!

Rafael disse...

ei Vítor, muito bom conhecer alg. que conserva em si a capacidade de se maravilhar com as coisas que os adultos 'normais' costumam julgar banais por terem os olhos já opacizados pelos anos e vida e as obrigações e agrandepressaprasechegarlogologuinhonaosesabeondenemporque. Vc revela a beleza escondida. Obrigado.

m. disse...

adoro reencontros... eles tiram um pouco desse tom opaco que a vida ganha no decorrer dos dias, repetindo todo dia as mesmas coisas....

é bom ter saudades de alguém.

beijo, querido!
sempre bom ver vc lá no meu blog ;)
=*****

Ao terminar de ler A Natureza da Mordida

Foi a mesma sensação de parar com o marcador página na mão após acabar um livro. Eu não sabia onde colocar meu sentimento após aquele final....