terça-feira, janeiro 15, 2013

Sonho

Hoje sonhei que estava num exercito medieval. Esperando reforços chegarem para enfrentarmos futuramente um inimigo em comum que se aproximava. Estava num galpão que era minha responsabilidade cuidar. Eu tinha um fiel escudeiro gordinho meio ruivo. Uma das nossas missões era matar baratas mutantes assassinas daninhas. E tinha uma caixa de acrílico onde estava uma barata que iria eclodir em breve e dei-a ao meu fiel escudeiro para que matasse quando ela nascesse e eu fiquei vigiando o galpão. Quando a barata começou a eclodir Roni estava atento para matá-lá. Mas ele deixou-se seduzir por ela, porque ela tinha orelinhas rosas de coelheira da playboy e corpo de joaninha, redondo, e ele ficou falando: é tão bonita... Deitou no chão hipnotizado e a barata com corpo de joaninha e orelinhas de coelhinha da playboy tentava se esconder na nuca dele. Eu vi aquilo falei para ele não se deixar seduzir e eu saquei a minha espada super grande e pesada, e eu também era grande e pesado cheio de músculos, e matei a barata e salvei a vida do meu amigo.

Mantenha aberto o seu piano

Ontem abri o seu piano para as visitas... Elas entraram pela sala que havia arrumado. Coloquei as caixas das roupas pra doar escondidas no ateliê. Abri o seu piano.

No outro dia, depois das visitas terem ido, pensei no seu piano fechado e gostei dele aberto. A vida pode ser tão cheia a ponto de nunca fecharmos o piano? Não pode, eu sei... Guardar beleza pode ter a sua função, como é apagar a luz para dormir. Mas abra sempre o seu piano, meu amor. É um prazer olhá-lo e... Faz mais sentido ele aberto! Sorrindo os dentes das suas teclas, respirando no pulmão das suas cordas e tem penteado o cabelo da sua tampa, um formoso topete. Mantenha aberto o piano.

sábado, janeiro 12, 2013

Não sei flutuar nas nuvens como você

Estou no seu apartamento sem conseguir sair. Primeiro culpei a preguiça, depois culpei a chuva e a seguir a combinação das duas coisas. Depois me vi a respirar. Coloquei música para tocar. Músicas com letras, as mais bonitas da cidade, que a gente canta junto e que nos mergulha, sem opção, nas emoções de quando somos. Aí me dei conta do porquê de não conseguir daqui sair. Não mudou muita coisa. É medo da saudade. Daqui a três dias você viaja para a Índia e eu, que ainda não sei flutuar nas nuvens como você, fico. Estou apegado ao seu apartamento como se pudesse me guardar dentro de ti. Coisa de homem, coisa de mulher, coisa do amor.

Disparo como pífano pelos cômodos. Regos com as lágrimas escondidas e inúteis do meu fundo as suas plantas. Arrumo sua cozinha como quem arruma idéias. Lavo os panos de prato na máquina, omo multiação, e ponho pra secar a quente na secadora. A tentativa de girar calor nesse pequeno frio verdinho do sábado. Me perco dentro do amor e tenho a certeza que me encontro dentro dele. O que é do um sem o outro? Do um sem o outro é só saudade sob medida para 15 dias hospedando a eternidade. Nem foi e já quero pra ontem a sua volta!

Amo. Ana. A vida me concede amar. Amo mesmo! Quando voltar direi que carolinei pelos dias que passaram...

sexta-feira, janeiro 04, 2013

Déficit de falar

Por que não falamos? Estava deitado ao lado da minha namorada agora quando acordamos, pensando mil coisas sozinho. Senti em mim uma grande dificuldade de me comunicar adequadamente. Isso porque sou formado em comunicação pela PUC-SP há mais de quatro anos. Há uma dificuldade em dizer, que está internamente justificada no medo, na preocupação com o outro, na prudência de não ser crítico ou inquisitor, indelicado. Para falar, talvez seja necessário um bem-estar raro para que tudo flua sem muita interferência da mente. É preciso estar limpo das mazelas de plantão. É preciso coragem para agir humilde. É preciso coragem para impor a sua verdade, descobrir que ela não é absoluta e desapegar para modificá-la.

Teorizar num texto ainda é estar na fuga fácil que o silêncio proporciona. Falar é o melhor remédio nesse caso. Que ele seja tomado, mesmo que pareça ter um gosto ruim ou que sua picada dolorida cause um curto pânico.

Ao terminar de ler A Natureza da Mordida

Foi a mesma sensação de parar com o marcador página na mão após acabar um livro. Eu não sabia onde colocar meu sentimento após aquele final....