quarta-feira, junho 29, 2005

Meus primos – parte final

Esqueci ou quis mesmo deixar para falar só agora, que a festa tinha muitos surdos ou mudos e também surdos e mudos. O fato é que só fomos parar nessa festa por causa da Priscila que está estudando libras. Libras é linguagem de sinais que os surdos e/ou mudos usam para se comunicar. Era interessante ver essas pessoas falando, falando e falando através da linguagem de libras. Como são animados! E como falam! Puta merda.

paulo_priEsse churrasco nada mais era do que uma prova de final de semestre para os estudantes do segundo ano de turismo da Universidade de Guarulhos, Ung. E, sendo o professor deles namorado da professora de libras da minha prima, juntaram todo o povo dos dois. Tinha gente do turismo e gente da libras. E, lógico, seus acompanhantes (por aqui que eu e o Paulo entramos). A festa estava sendo julgada como ruim por todos. Inclusive eu. Mas não era isso que tinha relevância para mim. Foi muito bom passar um tempo mais longo com o casal que futuramente será meu afilhado. Conhecê-los melhor. Ficar mais próximo. Fora que, de quebra, você se diverte pra caramba. Fizemos um programa diferente. Aprendi a remar no caiaque e tudo mais. Tiramos fotos. E ganhamos um dia para não esquecer. Não é à toa que até o estou registrando aqui. Ia também falar dumas “cenas machos e fêmeas humanas” que fiquei observando (umas bêbadas e uns caras de olho) e escrevi textos sobre eles mentalmente, mas deixa pra lá. Fica para a próxima, quem sabe. Sei que esse casal que me deu um final de sábado e dia de domingo muito bons lerá isso daqui que escrevi. caiaqueEntão, deixo os meus agradecimentos pelo passeio, piadas, por estarmos ficando mais próximos e os meus votos de felicidade a eles que têm grandes e quentíssimos corações. Há uma definição de amor segundo Aristóteles muito interessante: “Amor é quando uma única alma habita dois corpos”, parece que isso acontece muito aí! Muita felicidade e responsabilidade ao casal!

pateta
Ah, a Priscila agora coloca o Pateta assim (me mandou a foto) para o Paulo não ficar mais rodando o quarto atrás dele antes de dormir. Tem até controle remoto o bichinho, não é brinquedo não.

terça-feira, junho 28, 2005

Meus primos – parte 4

Tendo fechado a última parte (dessa série de posts) falando das churrasqueiras, é com elas que começo essa nova. Estávamos morrendo de fome. Até a hora do almoço, não teria nada para comer. Já tínhamos andando na tirolesa, lá perto do lago. Fomos eu e o Paulo, um de cada vez. A Priscila não quis, pois o risco de cair na água, que deveria estar muito fria segundo o tempo que fazia, e estragar muito aquele dia legal em família era bem grande. Eu e o Paulo tiramos os tênis e blusas para irmos, mas nada molhado aconteceu. Foi tudo ótimo. Nem molhados do lago, nem molhados de medo ficamos. Era light o negócio. Como já disse, tirolesa e brinquedos do batman são coisas muito parecidas. Me senti o próprio morcegão (e não morcagão como tinha digitado errado aqui) dos cinemas quando estava andando naquilo. O legal foi que a Priscila filmou com a câmera digital. Brevemente o Paulo me passará tudo por e-mail.

Estávamos olhando as churrasqueiras, o Paulo principalmente. Quando os cozinheiros começaram a mexer no carvão, a primeira leva de carnes no espeto (muito mais prático em churrascos que vão muita gente) não durou um segundo e meio. Cada um pegava uns três em cada mão. Não deu nem para o cheiro (na verdade, o cheiro bateu forte e fundo no estômago e minhas pernas fizeram uns movimentos estranhos de fome, mesmo não tendo elas muito a ver com o processo alimentício; mas eu quis manter a expressão). Vitorioso entre a multidão (e o Vitor aqui sou eu) o Paulo conseguiu pegar o dele. Eu não. E, se a Priscila também estava comendo o dela, era porque o Paulo pegou para ela.

A salada seria servida no restaurante. Muito fraca a saladinha, mas a fome melhorava muito o sabor de tudo. Como dizem por aí, a fome é o melhor tempero. Contando a quantidade, me alimentem bem. Meus primos também.

Meus primos – parte 3

Acordei preocupado. Bem... O Paulo me acordou e eu fiquei preocupado. Senti a minha bochecha e região perto da boca um tanto quanto úmidas. Teria eu babado no travesseiro novo do Paulo??? Me afastei e olhei para aquela coisa fofa de pôr a cabeça. Não tinha cicatriz, ufa. Digo, não tinha nenhuma marca visível a olho nu. Ainda bem!

Coisas poucas mas não sem importância foram arrumadas e fomos à casa da Priscila. Buzina: Bibibí! Ela saiu. Pulei para o banco de trás do carrão. Casal na frente, fomos para o tal do churrasco seguindo um ônibus que saiu da universidade de Guarulhos. Meio roça o local. Não pegava celular. No portão, antes de entrar com o carro, veio um cara-segurança pegar nossos “convites” (custaram dinheiro) e olhar o porta-malas para ver se não tinha nenhum corpo lá dentro, eu acho. Tudo ok, estacionamos. Nossa primeira parada foi o banheiro. Tudo mundo que anda um tempo de carro na estrada vai logo para esse lugar de fazer xixi, é impressionante. A pessoa pode levar duas horas num veículo dentro da cidade e depois nem lembrar que existe banheiro. Mas, bastam vinte minutos na estrada, fora da cidade, viajando, para que a pessoa tenha uma necessidade mijativa quase desesperadora quando o veículo pára.

Fomos olhar o local. Muito bonito. Os dois cogitaram de mudar o local da festa do casamento que logo será (e eu serei padrinho) para aquele em que estávamos. Mas já estava tudo certo para a festa num outro local, só houve imaginações que sabiam que não passariam disso mostrando como seria se a festa do casório fosse naquele lugar. Piscina com tobogã (local onde os anus passam rápido)(essa piada fica ainda pior quando escrita)(e ela só é ruim, mesmo falada, porque todos a conhecem; quando se ouve pela primeira vez, ela é legal). Tinha lago, tirolesa (um negócio a lá batman: cabo de aço preso de uma ponta a outra, passando a cima do lago (como era o caso) em que você, pelos braços, vai perdurado numa roldana deslizando pelo cabo até o outro lado). Tinha uma quadra muito grande lá, no futsal dava para fazer times de 11 para cada lado, pôr juiz e bandeirinhas. Tinha muito verde, montanhas em volta. Nenhum prédio. Salão de jogos. Pista de dança com palquinho para a banda. Toda decorada com discos trash dos anos 80. Xuxa, Menudos e citas mais. Havia também churrasqueiras. Churrasqueiras.

Uruuuuu... Uruuuuu...
-Opa! Foi o meu estômago ou o seu, Paulo?
-Acho que foi um dueto.
-Não! Um "trieto"! - completa Priscila.

Meus primos – parte 2

Chegando no apartamento do meu primo, um puta notebook da hp concentrava a atenção. Essas coisas: carro e computador, na verdade, não eram dele, mas estavam com ele e faz de conta que eram, ponto. Poucas coisas mas não sem importância foram feitas e saímos novamente. Para comer. Um sanduícheícheícheíche diferente, tinha berinjela. Em homenagem à banda do Paulo de mesmo nome da hortaliça. Muito bom!

Esses meus primos são um tanto quanto divertidos de mais. Muita bobeira o tempo todo. Muitas risadas o tempo todo. Muita piada inventada na hora que segundo o Paulo são que nem pum: quando você vê, já foi... Uma das piadas que muito me fez rir, um pouco antes de chegarmos no local da comilança, foi quando o Paulo, um marmajão, cara já adulto, que vai casar, olha só! Ele arrancava com o carro dos semáforos falando (e fazendo os efeitos sonoros - importante) dizendo: Supermáquina ativar! Colava o corpo no banco mostrando que o arranque era bem forte. Vocês sabem como é, igual na televisão/cinema. A Priscila, lógico, não gostava. Como toda boa mulher presa pelo bem social e evitamento de qualquer acidente. Já que o Paulo acelerava mesmo o carro e fazia umas manobras. Desnecessárias para a gente chegar no local, mas extremamente necessárias para muito bem melhor interpretar a piada. Eu gostava, assumo.

Depois do lanche, passamos na casa da Priscila, ela ficou lá para dormir e fui dormir no apartamento do Paulo com ele, óbvio (digo “óbvio” para não falar “lógico” novamente). Na cama de casal que ele dorme (por enquanto antes do casamento) sozinho, assistimos ao filme La Bamba em dvd no notebook ultra foda que faz de conta que era dele. A posição é perfeita. Se tiverem a oportunidade de experimentar, experimentem! Encostado na cama, o notebook na cama... Dá um ângulo super confortável. Não cansa nada. O filme acabou... Ah, comemos chocolate com avelan durante! Muito bom. O filme acabou, fomos dormir. Mas não sem antes o Paulo me fazer rir bastante pela última vez aquele dia.

Para encerrar com chave de ouro a seqüência de piadas, vamos enxergar assim. Meio perdido pelo quarto, andando sem sentido algum, igual criança reclamou: cadê! Aonde é que a Pri botou o meu Pateta?! Não durmo sem o meu Pateta! Bateu o pé - bravo. Mas falou tão espontaneamente e engraçado que a minha barrigada já cansada de rir, doeu gostoso pela última vez antes de dormir.

Meus primos – parte 1

Quando cheguei, olhei e fiquei olhando. Não era possível. Um baita de um carrão com um casal dentro bem aonde o Paulo e Priscila iam estar me esperando. Até que o casal era parecido com eles, mas sabia que eles deviriam estar mais atrás. Também eu estava sem óculos e fiquei pensando naquela possibilidade de que enxergamos o que queremos. Explico. Quando vamos nos encontrar com uma menina, por exemplo, ficamos doidos para que ela chegue logo porque a gente sempre chega antes. Esperando-a, a cada outra menina que passa, queremos ver nessa passante o rosto da que estamos esperado. Então ficamos procurando semelhanças e acabamos encontrando e desconfiando: “será?”. Mas... Quando a pessoa chega mais perto, não é a que esperávamos – como acreditávamos. Ela se transforma em alguém estranho e passa por nós. Achei que o mesmo estava acontecendo quando julguei o casal no carrão como sendo meus primos (meu primo e sua noiva que, por ser noiva dele, é também minha prima). Fui chegando perto do carrão em questão e olhando dentro dele, mas sabia que eles deveriam estar entre os carros de trás num pálio. A cada passo que minhas pernas davam, o meu rosto se revestia gradualmente de uma expressão de surpresa. Soltei um belo dum “CARACA” para mim mesmo quando o casal do carro ao invés de se transformar em estranhos, virou os meus primos. CARACA!

Entrei na máquina. Cumprimentei-os. Ah, como eles riram da minha cara. Aqueles chics! E meu primo nem pôs a primeira para ir embora, lógico, o câmbio era automático e vruuummm!

quinta-feira, junho 16, 2005

Cinco reais e noventa centavos

Começou no dia em que o local estava todo diferente. O pano que cobria uma reforma havia sido tirado e fora revelado um trabalho belíssimo. Nova estrutura, novo sistema, funcionamento e muitas inéditas opções na área de alimentação da puc que agora estava muito aconchegante. Ah, isso a quem gosta de coisas com tendência a chic e bem arrumadas e modernas.

Ele chegou do trabalho doido para almoçar antes de mais uma tarde de aula. Sua vida estava muito satisfatória. Primeiro emprego realmente emprego, primeiro ano na faculdade, amizades novas, muitas amigas principalmente.

Havia passado pela rua que adorava, muitas árvores. Olhava para cima e adorava ver que lá havia tanto verde; em proporções quase iguais com o azul e brancos flutuantes.

Quando chegou a área de alimentação, observou bem. Seus olhos correram pela nova imagem. Se assustou e a madunça pareceu não agradar. Ficara tudo tão chic, seu bandejão estava agora como se fosse um bandejão de luxo suficiente para se instalar no Titanic.

Tinha que se comprar uma ficha para almoçar na nova maneira das coisas funcionarem. Melhor, mecher com dinheiro na hora de montar o prato nunca foi bom. Deu dez reais, era 5,90, a moça do caixa encheu-o de moedas, quando tinha notas para dar. Ele pediu por favor, mas ela negou. Ele ficou com a carteira mais gorda do que já estava e incomodando ao cubo. Mas tudo bem... A que se faz, a que se paga - pensou com raiva.

Aprendeu a lidar com o novo sistema, montaram seu prato. A quantidade de comida do bandeijão parecia ter diminuído, mas o suco era do natural, nunca fora, isso quase compensou. Contudo, não parou de pensar na moça do caixa que o enchera de moedas quando ela tinha possibilidade de não fazer mas fez. Iluminou em sua mente a seguinte idéia: pagar na mesma moeda. Armara tudo na cabeça.

Quando chegou em casa, contou aos amigos o plano. Logo o chão da sala da Happy Ública ficou cheio das moedas que ele economizava. Conseguiu cinco e noventa em moedas de 10 e 5 centávos.

-Lembra de mim - disse.
-Lembro. Tudo bom?
-Tudo sim - sorriu e sentiu o clima simpático que a moça instaurava.
-Você vai...?
-Bandejão.
-Em dinheir...?
-Sim.
-Pode me dar.
-Pare as mãos.
-Ai, meu Deus! Nossa! Nossa! Ai! Você tinha que comprar assim bem agora com a fila grande?
-Eu estou com fome agora. A que se faz a que se paga.
-Tá bom - desistiu e sorriu a moça climatizando agradável a situação. Era o seu terceiro dia de trabalho apenas, estava feliz, ganhando bem, trabalhando em local bonito, com gente jovem, dentro da universidade e sentia que portas poderiam se abrir. Mal sabia ela, felicidades maravilhosas e realizações viriam pela frente.
-Tem certeza que tem 5,90 aqui? - ela perguntou.
-Sim.
-Tá bom - tchuuum - Obrigada, pegue seu ticket. Esse mesmo. Obrigada você. Próximo. Pode vir. Boa tarde.

Ele sentiu-se bastante satisfeito apesar da situação ter sido amena demais se comparada às suas imaginações falando com o gerente, chamando a atenção de todos, subindo na mesa, começando uma revolução para baixar o preço do bandejão, todos o levando no braço, gritando seu nome: "Vitão... Vitão...", aprovariam o seu ato heróico como súditos - enxergava assim.

Comeu, mas não tirou os olhos da moça. Era bonita, porém tinha marcas no rosto. Que ele acertou consigo que, se a moça fosse observada por dez minutos, elas sumiriam da sua capacidade de reparar nas coisas. Tinha um corpão a menina, também. Será que tinha namorado?

No terceiro encontro com ela para comprar sua ficha novamente, pagou em denheiro (notas), recebeu dez centavos de troco e um sorriso que por ter sido muito profissional não lhe agradou. Sentou num lugar apropriado. Observou-a por 30 minutos sem receber um olhar sequer de quem só enxergava clientes e seu bom emprego novo. Mas a colega do caixa ao lado havia percebido a atenção do rapaz e cotevelou a amiga quando ele já havia se levantado e, pondo a bandeja para lavar no lugar certo, se foi mais uma vez. Ele não pode observar a cena da amiga mostrando a moça quem a olhou por longo tempo. Mas, no outro dia, a compra de seu bilhete foi muito mais agradável. A semana se passou e a proximidade bem chegou. Trocaram telefones. Foram felizes por três anos até tudo se acabar.

sábado, junho 11, 2005

Idéia

Por que ainda não inventamos um papel que pode ser usado várias vezes? Você imprime, depois alguma coisa apaga tudo e você imprime nele novamente. Imaginem as possibilidades!

domingo, junho 05, 2005

Onde está o Vitor

Quem conseguir me achar aqui ganha um beijo na boca.

sábado, junho 04, 2005

Orkut

Olhem o orkut do prefeito da minha cidade (a do interior, já que agora eu tenho duas cidades): http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=7236201439601045783

Ao terminar de ler A Natureza da Mordida

Foi a mesma sensação de parar com o marcador página na mão após acabar um livro. Eu não sabia onde colocar meu sentimento após aquele final....