quarta-feira, junho 30, 2004

Verdade

Ficou meio grosseiro da minha parte ter escrito aquela última estrofe. Tenho que parar um pouco de ler ¢AtaRrO vE®De.

Idéia! Vou trocar o "a dar" e pôr um "a amar" no lugar. Acho que fica melhor assim.

Só para constar: Hoje foi minha segunda tentativa de passar no exame da auto escola. E dessa vez eu lembrei de dar seta, lembrei de andar devagar e lembrei de parar em paradas obrigatórias, mas o carro morreu duas vezes. Certamente repeti de novo.

Só se o examinador não viu o carro morrer, mas eu acho que ele percebeu.

terça-feira, junho 29, 2004

Milton Nascimento

Ele não faz 60 anos e nem morreu, mas fica aqui a minha... humilde... meus humildes versinhos

"Quem me ensinou a nadar
Quem me ensinou a nadar
Foi, foi marinheiro, foi os peixinhos do mar"

(aqui que eu entro:)
Quem me ensinou a voar
Quem me ensinou a voar
Foi, foi co-piloto, foi os passarinhos do ar

Quem me ensinou a cantar
Quem me ensinou a cantar
Foi, foi violeiro, foi os boêmios do bar

Quem me ensinou a transar
Quem me ensinou a transar
Foi, foi safadinha gracinha, foi as minhas primas a dar amar

cab

As imagens estão aparecendo?

domingo, junho 27, 2004

mechuta

Fiz um layout de finalização para o mechuta.blogspot.com. Espero que as imagens estejam abrindo no computador de vocês. Ficou super simples, mas eu achei bem legal a mensagem que passa. É bem o que eu sinto. Não ando postando muito porque estou usando o meu tempo de escrever para escrever cartinhas para os amigos distantes, estudar e ver a novela que agora já acabou. Estava com saudades de escrever aqui conversando com vocês, ando só postando esses textos sem digressão alguma com quem lê -- Perde a intimidade. Fica agora a história do mechuta. Aquele abraço, pessoal!

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Era uma vez um blog. Ele era muito feliz. Por ter sido criado para manter um grupo de amigos unidos e se comunicando na internet, sentia-se orgulhoso. No começo, sua vida foi uma maravilha: Muita gente postando nele, coisas muito legais, umas discussões engraçadas, comentários então... Nem se falava. Era assunto entre os amigos. Outra vez chegou a ganhar uma roupa nova. Gostou muito dela, mas mantém até hoje um carinho muito especial pela antiga.

Contudo o tempo foi cruel com o pobre bloguinho. Os amigos, pouco a pouco, foram se distanciando dele que começou a ficar cada vez menos atualizado. Os comentários, que eram muitos, sumiram. Uma vez ou outra alguém postava alguma coisa; mas, com um dia de alegria e uma semana de tristeza, o blog estava ficando pra lá de carente. Muitas vezes chorou ali, encolhidinho no seu canto, sozinho, sem nenhum ombro para o confortar naquele momento doloroso.

Os amigos que prometiam postar seus vestibulares, como foram as suas provas, os que passaram falarem da faculdade, todos, todos "se perderam pela vida". O bloguinho, tadinho, cada vez ia ficando pior.

Mas no fim, que merecia ser feliz, o bloguinho conheceu alguém quem se tornou a sua grande amiga. Somente ela estava com ele, uma verdadeira companheira. Ficaram todo o tempo juntos. De mãos dadas até o último dia em que ele se encontrou on-line. Se conheciam com enorme profundidade. De tão unidos, prometeram que se um deles tivesse um filho era absoluta certeza deles virarem compadres.

E, essa amiga, de vez em quando, vem nos visitar. Nos momentos que estamos saudosistas, vendo as fotos da galera do colégio, lembrando de muitos acontecimentos, de muitas risadas bem dadas, dos professores... A solidão é uma velha amiga.

quarta-feira, junho 23, 2004

Sem você

Meu grande amor, hoje é sábado de futebol e os bares estão repletos de homens vazios como diria Vinícius de Moraes. Mais um final de semana sem você é um final de semana a menos sem você, um alívio angustiante e, como diria Vinícius: sem você, meu amor, eu não sou ninguém. É bom ouvi-lo nessa velha fita k7 que parece ter os olhos de quem eu ouço, olhando e girando para mim, querendo alguma coisa dizer.

Você é tão profunda em mim, que quando fisicamente se foi, metafisicamente se cristalizou cicatriz e nem três sóis juntos são capazes de entornar a sua solidez. Você ali vai ficar e ficar e ficar. Mas eu não vou te chorar porque o meu choro não te merece. Não vou te gritar porque as minhas vibrações não te acontecem. Passados eu não buscar, pois a cor da tua lembrança não merece nenhuma dor da minha esperança.

Os meus olhos ainda te seguem e observam por onde eu não faço idéia do chão que tem o prazer do seu pisar que deixa marcas, por onde eu não sei o ar que tem a dádiva do seu respirar que inspira natureza espirando beleza. Os meus olhos ainda te seguem por onde eu queria e sempre quis ser.

segunda-feira, junho 21, 2004

Chico Buarque

Sábado houve aqui em Aparecida um sarau em sua homenagem. Por sorte fui convidado - na verdade minha família foi convidada - e obtive a melhor noite da minha vida artística-social. Uma noite inteira cantando as músicas do meu Número Um na música popular brasileira, cada um dos convidados fazendo a sua homenagem. Muito optaram por apenas bater palma, não estive nesses muitos, mas quase. Adoro escrever e bolei um texto que não dá para transcrever em letras aqui, pois ele é cantando: vários trechos de músicas suas que eu brinquei em cima. E ainda não sei como pude fazer, acreditava que nem faria nada para apresentar, fui deixando... deixando para depois e criei tudo no último dia. Os coroas não acreditaram quando aquele moleque (eu) de dezoito anos subiu no palco e demonstrou tanto conhecimento de você, Chico. Nem havia terminado de cantar/falar e me interromperam com palmas – olha só - e quando enfim acabei, desci do palco em meio a abraços calorosos me cumprimentando pela minha singela - gente que eu nem conhecia. Algumas senhoras até choraram, eu não acreditei e alguns senhores ficaram com os olhos cheios de lágrimas, eu não acreditei. Uma sensação inédita percorria cada veia minha e ainda estou atingindo por todo aquele sucesso na festa. Mais de uma mulher disse que estava apaixonada por mim, assim na lata, e tem uma tia que quer porque quer que eu namore a sobrinha dela, de qualquer jeito! Segundo ela, é linda e tem 19 anos. E os donos da festa falaram que eu era o comentário da festa, todos falavam de mim. Lembrarei para sempre.

Isso é sério, pessoal. Não fazem idéia de como eu ainda estou.

sexta-feira, junho 18, 2004

Juliana e o Sol

Aqueles cálculos monstruosos de ondas eletromagnéticas da aula de física só faziam desviar o olhar de Juliana para o mundo que se via da janela da sala do cursinho. Assistir ao sol aquecer aquela linda e fria manhã de Junho era como ver, quando criança, seu pai lhe estendendo a mão e convidando-a a se levantar para uma nova tentativa após o seu primeiro tombo na bicicleta que acabara de ganhar no aniversário. Não, não queria estar ali dentro aqueles livros técnicos. Queria ir até a biblioteca do céu, que ficava em uma nuvem muito alva que se enxergava bem longe no azul celeste, e abrir o livro d’A Criação do Mundo entregando-se ao Capítulo da Natureza a fim de não voltar mais, como uma donzela da alta-corte que se estira ao calor dos braços de um camponês para sentir o pecaminoso gosto de um prazer proibido. Fechou a apostila e antes que o professor tentasse mais uma daquelas explicações que nunca explicavam nada, saiu da sala e foi para o pátio do colégio.

Não havia mais ninguém, nem mesmo um inspetor ou um faxineiro naquele grande espaço de recreio. Era somente ela e o seu sol. Ah, como se deliciava em ter o astro-rei apenas para si; não ter que dividir um feixe de luz sequer trazia-lhe ao rosto um glorioso sorriso de paz e acolhimento. Em pouco tempo os fótons penetravam-lhe a pele exposta driblando com agilidade os suaves pêlos do braço e logo era transportada para um planeta somente seu; onde só existiam as mais belas paisagens, a sua presença e o Sol que podia brilhar livremente todo o seu esplendor a rasgar límpido céu – não existiam nuvens e nem árvores muito altas para se interporem entre ela e a sua Luz -. O sol preenchia todos os seus espaços de mulher tal qual um beijo de quem se ama preenche uma carência feminina. Era como um filho que lhe aquecia o útero e fazia irradiar um calor interno para o restante do esbelto corpo de moça que trazia e fazer da sua pele a mais fina pétala, a remoer de inveja a mais linda deusa desse e de muitos outros Olimpos. Era também, figura paternal que iluminava o seu caminho fazendo-a achar uma trilha antes obscura nos mais dificultosos obstáculos e brincava com a menina traquina que ela era – fazia lhe cócegas sempre quando expunha, por menor que fosse, uma faísca do brilho da sua juvenil barriga inocente. Podia correr subindo os seus raios luminosos e voltar escorregando neles risonha e contende – batia palmas de alegria -, quando chegava e punha os pés no chão, estava pronta para repetir. Podia entrar em qualquer caverna, qualquer escuridão, que Ele a seguia e nunca deixava que lhe faltasse um único fio de luz e lhe diminuísse o dourado da sua ávida vivacidade.

quarta-feira, junho 16, 2004

Dia dos Namorados

Eu estava pensando sobre o dia dos namorados - já que você falou no feriado. Lembrei que sempre falam que é um dia do capitalismo para girar a economia do comércio de presentes que por sua vez gera mais produção que por sua vez eticétera (do verbo etcetrar). Mas achei muito mais profundidade no assunto. Os meios de comunicação (da Tv aos os folhetos de loja de perfume) são um estímulo para quem não tem namorado arrumar um. Você enxerga aquelas fotos dos casais abraçados, os sorriso de satisfação com a vida que os dois carregam, sempre um abraço gostoso dono de um conforto absoluto, e fica imaginando alguém com você, lembra de como era bom ser namorado, de como é bom ter alguém para se sentir assim, enfim, veste a aura do romantismo e vê a vida a sua volta como sendo um bom livro do gênero. Ah, não só os meios de comunicação causam esse efeito, tem também os próprios já namorados que falam dos presentes que vão comprar, dos lugares que irão...

Quando aparece algum possível futuro namorado no seu cotidiano, pimba! Esse algum também está carente e com os mesmos pensamentos contidos na esfera da sensibilidade - é muito mais fácil de se começar um namoro nesse planeta mundo azul e nuvens. O dia dos namorados acaba sendo, para os sem namorados, um estímulo para tomar a atitude de arrumar um: dar mais mole para aquele gatinho que sempre passa perto de você, perguntar o nome daquela garota, distribuir um gostoso sorriso, mostrar-se incompleta, olhar um olhar agradável, paquerar. A data nos diz: "Namore que é bom", e não há como discordar. Queria parar de falar aqui, mas não foi só isso que eu pensei e o texto ficaria sem fim. Voltando ao assunto venda de produtos, capitalismo: Criando novos namorados, o comércio cria automaticamente novos compradores. Há mais encontros nas sorveterias, há mais rosas sendo vendidas, há mais gente pegando um cineminha (mesmo que essa nova gente nem veja direito o quê se passa na telona), há mais moedas de um real virando fichas de máquinas de pegar ursinhos e há mais cabeleireiras e vendedores de prestobarba faturando. Tudo melhora.

PS: Esse é um trecho de um e-mail que enviei para uma amiga aí...

segunda-feira, junho 14, 2004

the comment

Sobre o post Uma Vanessa Chamada Namorada

"Eu ia falar que a moça é bonita, e é mesmo, e que vc tem o cú pra lua de estar com ela.

Ia elogiar seus photographer skills, e por que não seus cachorrão-do-mato skillz (pra conseguir fotografar uma bela, nesse estado).

Ia falar que tu tens uma paciencia de monge pra escrever um texto daquele tamanho, e que você tá escrevendo bem a ponto de misturar um conto erótico e um relatório científico com maestria.

Em vez disso só vou te xingar: PUNHETERO!"

RudeGuy

domingo, junho 13, 2004

Sem título

Os carros merecem correr - diz Samuel Rosa
Os lápis merecem escrever - digo eu.
Aos objetos os seus verbos
e ao moço aqui presente
(pois já são duas da tarde)
o seu almoço!

sábado, junho 12, 2004

Uma Vanessa chamada
           Namorada

Estávamos, eu e mais dois amigos, na mesa da cantina conversando sobre mulher. Impossível falar de outro assunto quando estamos os três juntos. A nossa última conversa foi sobre nós (homens) amaciarmos para os outros comerem. Desculpem-me qualquer termo machistamente exagerado empregue nas palavras que aqui seguiram ou que aqui seguirão. As meninas arrumam um namorado e ficam com ele um ano, mas não dão de jeito nenhum. Tem que ser "A" primeira vez; especial, luzes de velas, perfumes no ar, baladas românticas tocando no aparelho de som; lógico, depois de terem ido a um restaurante bem chic e caro. Acima de tudo isso, os dois têm que estar na sua melhor fase, se amando como nunca ninguém amou no mundo antes. Só que as mulheres são cruéis! São sim. Fazem as preliminares com você no sofá, se pá até rola um sexo oral no namorado depois de seis meses para deixa-lo doido, doido, doido de tesão, querendo transar cada vez mais. Mas perder a virgindade não! Não tem jeito! Atiçam-nos à quase explodirmos, à quase perdemos a razão, pronto para agarra-las e consumarmos o ato. Provocam, provocam, provocam que vão... e não vão nada! Isso não causa uma frustração apenas psicológica, mas uma frustração hormonal também, física, uma frustração no corpo que muito quer. E não há punheta que resolva! Que descarregue toda essa eletricidade contida em nós. Nem com o vídeo erótico mais sensual do mundo ou com a melhor imaginação que você já teve. Sem chance!

Depois vem a fase em que a paixão do garoto começa a diminuir. O cara pára um pouco de ser o bobão apaixonado e começa a pensar direito. Ela não é mais a deusa da razão. Você começa a pensar por si e não mais pelas linhas raciocínios Dela. Nisso ela vem: "Que está acontecendo com você? Você não era assim! Não falava assim comigo... Desse jeito" E somos nós que estamos estragando a relação por estarmos deixando de ser bobos. Eu fui O bobo no meu namoro, sei bem o que digo. Vocês não fazem idéia de quão entregue foi o Vitor, só quem viu de perto. Podem perguntar: "É?" Resposta: "Nossa, o Vitor? Era babão bagarai! Um cachorrinho apaixonado".

Na hora de terminar somos, nós (homens) quem estragamos a relação. Ainda bem que isso ocorre só uma vez com o cara se ele tiver mínima inteligência. Porque depois... É que nem aquela história de viajar e ligar para mãe: Só ligue quando você chegar de viagem para ela saber que você não morreu na estrada, depois não fique ligando, deixe que ela ligue depois de três dias e reclame muito que você não ligou, que não dá atenção, blablablá. Porque se você ligar para ela todo santo dia, certinho e tals, uma vez que você não liga, ela já entra em desespero, chama a polícia e quando você for abrir os seus e-mails vai estar lá a sua foto como "Pessoa Desaparecida". Projetando isso na relação homem mulher: os meninos acostumam mal suas namoradas com todos os mimos possíveis, aí quando não fazem um, parece que o mundo acabou.

Elas (as namoradas) entram na faculdade e daí não têm mais os bobões do colegial. (Lá a carne goza!) Quando a menina começa um novo namoro e sabe-se na galera que ela "liberou" para o cara. Ah, meus amigos ex-namorados, vocês vão ouvir: "Amaciou para o outro comer, hahahá! Bundão!" E isso lhe vai fazer tremer de raiva, mas passa logo: "Foda-se". É só não ficar mastigando tal pensamento.

São sempre, mais ou menos, assim as nossas conversas. Sem censura de termos, óbvio. E claro que a gente não fica só nisso. Tem o: "Que tem de mais ver mulher pelada? Porque mulher odeia tanto isso?" ou "Fala sério a bunda de tal menina do segundo ano!" e muito mais coisas: "Não sei porque elas perguntam de qual sandália a gente gosta mais. Porque se a gente escolhe a que ela não quer, ela fala que a gente não entende disso, e vai com a outra mesmo - sendo que só diferencia no modo como cada uma tiveram suas tiras trançadas" e por aí vai... "As mulheres sempre julgam as outras. Cheio de grupinhos separados. Chega uma menina nova e bonita na sala: chove pensamentos pejorativos em cima da coitada, nem conhecem, a menina nem abriu a boca ainda e já estão tacando pedra nela". É infinita a máquina observação que gera tais munições para nossas conversas.

O post começa aqui: Estávamos os três reunidos e começamos um papo sobre Elas olharem mais para os caras que têm aliança no dedo, que têm namorada. Por que será? E, isso é verdade? Em muitas mulheres sim, pelo o que eu pude perceber, mas nem tanto como os homens pensam - se explicará mais para frente. Será que porque: "Está difícil arrumar um cara bom para namorar, como é que aquela menina arrumou esse cara. Que ele tem de bom? Algum mel tem aí!" ou "Será que eu posso ser tão atraente a ponto dele trair a namorada para ficar comigo? - aquele pensamento: "Os homens traem para ficar comigo!"".

Resolvemos fazer o teste. Como os dois já namoram, sobrou quem para pôr uma aliança no dedo por um tempo e colher os resultados? Eu. Aliás, eles falaram tanto que eu sou louco por topar fazer isso, que talvez só eu faria mesmo. Contar para toda uma sala de aula que você está namorando, sendo que isso não é verdade, é complicado pra caramba. Depois eu pude sentir que a mentira é um negócio pesado a beça. Mas era por uma boa causa, não faria mal a ninguém e era pela "ciência" - digamos assim. Peguei a aliança da minha ex-namorada e fui para o colégio com ela: "Você está namorando?"; "Você está namorando?"; "Você está namorando?"; "Você está namorando?"; "Estou, estou...". Falei o mínimo possível da minha namorada imaginária. Eu tinha que cair no papel de namorado de verdade para a experiência surtir efeito.

Criei a minha namorada: Vanessa. Mora perto de casa e estuda no Paulina Cardoso. Cursa o terceiro ano e estudou comigo na sétima e oitava série. Repetiu o primeiro ano e por isso está no terceiro e não fazendo algum cursinho como eu, ou trabalhando, ou vagabundeando sem rumo. Faculdade? Difícil! Estudante do estado, sem recursos financeiros; não muito inteligente para as disciplinas do colégio, mas uma pessoa adorável e muito, muito esperta mesmo. A sua inteligência está não no intelectualismo - não é uma pessoa culta-, mas está no seu modo viver, na sua esperteza, na sua visão de mundo. Gosta de música ruim, isso é chato, mas até que ela tem gostado quando eu canto uns versos buarquianos declarando o meu amor pela mulher que ela é.

Todo os dias, nos encontramos um beijo gostoso de manhã antes da aula, em frente de casa. E eu sigo para o ponto de ônibus e ela para o colégio. Passada a manhã e o almoço, vou para as aulas de direção e quando chegou em casa, ajeito a sala, meu quarto... e ligo para ela. Fazemos muitas coisas juntos, vemos filmes, jogamos videogame, jogos de tabuleiro, jogos de cartas, mas sempre com uma pitada de sexo em tudo isso. Ao vencedor os seus beijos e carícias merecidas.

Em casa, nesse horário, há nós dois e mais a empregada. Minha mãe e meu pai estão trabalhando e meu irmão no cursinho. Dão quatro horas e a empregada vai embora sempre deixando um sorriso maroto para nós dois, e nos amamos como se o mundo fosse apenas feito para nós. Não existe mais nada. Já namoramos em quase todos os cômodos; na rede quase caímos - foi hilário-, já tomamos banhos juntos - precisamos repetir isso, querida!-, mas no quarto dos meus pais não ousamos. Podem desconfiar: perigo! Foi ótimos descobrir que camisinha é tão barato e que ela sabe colocar de uma forma unicamente prazerosa que eu nunca imaginei existir. Para ela não faço textos bonitos de se ler, mas sopro palavras em seu ouvido sempre que posso. Ela adora aquelas pequeninas poesias que ficam flutuando pela casa e são somente dela e de mais ninguém. Antes de anoitecer nos despedimos e isso dura sempre uma hora inteira, coisa normalíssima! E todo dia é assim até o final de semana, quando saímos; nada de ficar em casa.

Namorando a Vanessa, fui para o colégio pensando nela. Apaixonado! E, além de nos amarmos, a gente transava, quer mais? Era a coisa mais linda do mundo, era puro, divino e abençoado! Tal qual o filme Lagoa Azul. Fiz o máximo para concentrar os meus pensamentos Nela e não na aliança. Tinha que esquecer que aquilo estava no meu dedo. Tentei o que pude para andar indiferente quando a isso. Logo as meninas perceberam o brilho prateado na minha mão direita e perguntaram. Eu falava que sim e não dava continuidade ao assunto Vanessa, só respondia as perguntas. Ah, bom lembrar que a Vanessa é meio macumbeira e eu não podia tirar a aliança do dedo até hoje, dia dos namorados, para que o nosso relacionamento desse certo. Isso evitava eu tirar a aliança quando alguma amiga pedisse para a ver e assim descobrir a falsidade tamanha em que eu estava envolvido. Não podia tirar, porque senão o meu relacionamento não daria certo e ainda havia prometido de pés juntos para a Vá que não o faria mesmo que o Papa pedisse.

Nos intervalos passeados no colégio, na rua, andando de ônibus, tentava observar se eu era mais olhado pelas garotas - sem fazer que elas me olhassem por eu estar olhando para elas (ainda bem que temos uma visão chamada periférica que faz-nos ver quem está com a cabeça voltada à nossa direção para verificarmos com uma lépida olhadela se os olhos também estão). Em uma semana já tinha a pesquisa concluída.

Há sim umas olhadas que você capta serem por causa da aliança, mas muito pouco e há sim mais mole das garotas com você, mas não é bem isso: O que realmente ocorre são as mudanças de pensamentos. Quando conversamos sem namorada com meninas sem namorado, sempre vêm o pensamento de algum envolvimento papapá. E isso sempre tira a espontaneidade da conversa, desconcentra e citas mais... Lógico, não é o tempo todo que acontece isso. Namorando, em ambas as partes os pensamentos mudam: "Ah, ele tem namorada nem rola..."; "Estou namorando, nada de safadezas!". Não há mais pensar em se envolver. É apenas conversar e pronto.

Eu acredito que além da visão, audição, tato, paladar e olfato, há outros sentidos e um deles é a percepção humana de pensamentos. Dá para saber se alguém te olha pensando em você ou está apenas te vendo. Quando cruzamos com alguém do sexo oposto na rua, sabemos se houve pensamentos de um no outro, ou se apenas nos cruzamos e nos vimos - pensando em outra coisa.

É isso que acontece. O homem, parando de pensar em se envolver com quem está conversando, fala Bem melhor. É ele mesmo com todas as letras! E isso faz com que as pessoas se aproximem mais dele.

Tenho que lembrar que sempre há as safadas que provocam porque o moço tem namorada, mas isso não aconteceu comigo. E há também as que provocam simplesmente por desejarem o cara, não importando se ele tem namorada ou não; o famoso: "quem liga?".

É mais uma questão de "no quê está pensando" do que qualquer outra coisa. É uma pena não podermos ter controle disso. Entretanto, isso faz nos entendermos melhor, como eu estou me entendo melhor agora. Nesse período de experiência aliançativa, eu me aproximei mais das meninas, mas tudo por causa do meu pensar, por causa de menores medos e nenhuma nóia. Essa história do pensar pode ser mais aprofundada filosoficamente por qualquer psicólogo, mas eu não vou fazer isso aqui. Filosofe por si!

Agora eu vou chegar na aula segunda-feira sem aliança e com esse texto na mão. Se perguntarem: "Eu terminei. Escrevi sobre, olha." R: "Puta, Vitor o tamanho do negócio. Vou levar os dois intervalos para ler, não pode me contar como foi? Você está bem?". Eu: "Era mentira. Leia!".

PS: Tem uma foto da Vanessa aqui.

sexta-feira, junho 11, 2004

Coração de Vidro

Creio ter um coração de vidro, que se parte em milhares de cacos quando um possível amor atira-lhe a pedra da desilusão. Os cacos caem devagar, ferindo no atrito áspero da realidade, a inútil esperança das coisas mudarem de rumo, até que param num plano sólido sustentado pelas forças da amizade. E ficam ali, acalmam-se tanto depois de um certo tempo que nem se fazem mais serem sentidos.

O coração, quando assim, despedaçado sobre o plano, rouba as cores da vida e faz a gravidade puxar mais forte, dificultando o erguer de um simples sorriso. Mas o coração não morre ali, basta um sopro contínuo de longe das chamas de uma nova possibilidade de amar, para derreter-lhe e dar-lhe uma nova forma, nunca antes adquirida. É quando as cores brilham novamente, sempre mais fortes, e a gravidade não há.

quinta-feira, junho 10, 2004

Uns Versos

Cantores, pintores e poetas
esculpindo a arte
já não concreta

Arquitetos, pedreiros e proprietários
vêem na casa
sólido aquário

Pai e mãe se casaram
nasceu fruto da paixão
juntos celebraram

Bicho, árvore e homem
errando a vida
se consomem

Boca, língua e alma
cada qual
lépida e calma

eu, pensar e existir
caçando um sonho
no meu dormir

Palavra presa quer fugir
virar grito ouvido
no bafo do desabafo
Próximo ao lóbulo -
Rubrica república
de sensações
em edifícios corações

quarta-feira, junho 09, 2004

E aí, leitoras?

Como definiu a moça que trabalha no meu colégio quando me encontrou na cantina lendo Memórias de Um Sargento de Milícias -- Primo Basílio? Quem é esse? -- à tarde: "Você está triste hoje, Vitor". Eu estou. Estava passando o tempo até chegar a hora do dentista que é perto do colégio. Não compensa voltar para a Aparecida, para logo depois já ter que sair para Guaratinguetá outra vez. Podem me dar um abraço?

terça-feira, junho 08, 2004

Novela Nova

Acabei de ver a propaganda da nova novela da globo – sem ser a cu-a-boca. Lembram daquele quadro do fantástico que era uma mãe ou um pai que não via o filho(a) há mais de anos e no final eles se encontravam, choravam... Esse é o tema da novela, vai girar em torno disso. Mas o quê me fez começar a escrever esse post foi o fato da globo estragar mais uma música – sacanagem! Vou deixar do Skank já foi para o mesmo buraco de Ana Júlia e agora a música que o Milton deu para Maria Rita, Encontros e Despedidas, vai também. Uma das músicas que eu mais gosto no CD, pô! A globo podia explodir nuclearmente - sem matar ninguém, lógico! Só a Sandy - e não ter mais força$ para se recompor como uma televisão. Será que tem seguro contra bomba-H?

Frank e Fabiano post II

E como gosta de uma boa prosa o nosso amigo Fabiano! Numa, das muitas que travamos, ele começou: “Ou, como pode um cara tão feio ter uma namorada tão bonita, hein!?” O Frank continuou: “Ou, sacanagem com o... (e falou o nome do feio)”. Fabiano: “Mas ele é mesmo. Feio pra daná o coitado!”. Frank: “É, ele é...”. Sem pensar respondi aquela piada de homem: “Vai ver que ele tem pinto grande”. Claro, me arrependi!

Mas o Fabiano, apesar de ser um tico de gente, se provou muito sabido das coisas. Porém, mesmo assim, pelo clima por mim instaurado, não deveria ter feito tal idiotice. Deve ser o jeito moleque-traquino do figura que me faz ficar muito à vontade, sem medir palavras. Contudo, logo veio outro assunto... Falaram sobre um amigo que tem tudo: playstation2, patinete, skate, roller, bicicleta... Mas que não é bom em nada.

O Frank gamou no meu corrimão e aproveitou praticamente todo tempo que ali ficou, deslizando nele. O Fabiano tentou deslizar algumas vezes, mesmo estando com o patins mais impróprio para isso; alguns tombos bem ridos de bunda ele tomou. Me esforcei para ajuda-lo em seu novo aprendizado, mas o tempo foi curto. Deram cinco horas e eles tiveram que ir. Na hora de guardar os patins na mochila – foi quando ele a mostrou, falando tudo o que tinha dentro – terminou a lista com: “E uma faquinha para se caso acontecer alguma coisa”. O guri anda armado, Brasil! Fiz-nos conhecermos os nomes e perguntaram se eu conhecia alguém que morava na casa que apontaram. Disse que não e: “Ele se mudou faz pouco tempo, né?”, resposta dupla: “Ééé!”.

E o Fabiano: “Cê mora onde?”. Apontei olhando a minha casa que era a mais perto de nós. Fabiano: “Pultz! Eu já zoei ela! Num sabia...”. “Pô, Fabiano, não zoa mais, o cara é gente boa”, sorrisos. E foram embora. Hoje, às quatro da tarde, vamos andar juntos de novo. Vou levar os meus patins antigos, que têm encaixe para corrimão, para o Fabiano curtir um pouco.

segunda-feira, junho 07, 2004

Frank e Fabiano

Hoje eu conheci esses dois. O Frank é mais conhecido como Chiquinho, segundo ele mesmo, e deve ter uns 13 anos, mas me falou que tinha 38, pode? Já o não-sei-se-é-irmão-dele tem nove anos e foi de quem eu mais gostei. Grande Fabiano! Eu sou o Vitor, mas no mundo dos esportes radicais dessa cidade interiorana, sou mais conhecido como Salsicha (scooby-doo, seus bobos; não houve nenhuma história engraçada envolvendo um pênis).

Onde foi? Aqui perto de casa. Estava andando de roller, pegando um sol nesse frio que adorou esse canto do país, e o Frank me apareceu descendo a rua sentado no skate e o Fabiano numa bike que foi, provavelmente, pintada por ele mesmo. Os dois se sentaram no final da rua me assistindo algumas manobrinhas no corrimão de um palmo de altura que eu mandei fazer. Cheguei neles e o Frank se provou melhor do que eu pensava: varou de rock-slide os três metros de corrimão. Já o pivete, que logo viraria o meu ídolo do dia, tirou os seus “patins da feira” da sua super mochila (essa já deve estar há umas três gerações na sua família, suponho eu) e falou o que sabia mandar: Pular degraus e andar nas rodinhas da frente. Lembro: ele tem nove anos. continua...

domingo, junho 06, 2004

O Dia Depois De Amanhã

Lucas: Você já viu O Dia Depois De Amanhã?
Vitor: Eu achei que ia ver o dia depois de amanhã na quarta-feira, mas aí na terça que eu acordei todo feliz pensando: é amanhã que eu vou assistir o dia depois de amanhã, eu parei e pensei: peraí! Não é amanhã, é o dia depois de amanhã. Sendo assim, então ontem, segunda, não foi o hoje que eu pensava porque se a segunda fosse o hoje, hoje seria o amanhã, só que hoje é quarta-feira e amanhã, na verdade, é quinta-feira... Ah, ainda não vi, Lucão!

Leiaute Novo

Não estava legal estar com um leiaute feito por outro. E ainda veio aquela sensação de entrar num blog aleatório e ver o Meu Template lá. Comecei e terminei ontem essa versão mais de 15 do ctrl+alt+blog (já perdi a conta). Por isso que ficou meio nas coxa desse jeito. Mas está de meu agrado - o que não basta. Agrada a vocês? Vai grave nesse "a" da perguntar anterior?

Hoje que soube pelo Lucão que layout existe no português: Leiaute. Até achei no Aurélio que tenho no micro:

Leiaute
1. Esboço de anúncio, em que se apresentam ressaltados os seus diversos elemento (título, texto, ilustração, etc.).
2. Esboço, projeto, planejamento ou esquema de uma obra, apresentados graficamente.
3. Distribuição física de elementos num determinado espaço.

A terceira definição é a melhor! E Template? Tem em português?

(Pô, Squeci) PS: O Lucão achou como o meu EcoSport 4×4 amarelo do segundo sonho ficou atolado: http://www.fotolog.net/mgwvt/?pid=8032588

sábado, junho 05, 2004

Sonho Segundo

Sabem aquele filme: Missão Impossível? Não tem uma cena em que o Tom Cruise pega uns óculos escuros que lhe dizem qual é a sua nova missão? É logo no começo. Então... Um dia desses, eu sonhei que eu tinha que ir lá pegar os meus óculos para saber o que eu tinha que fazer. Entrei no meu EcoSport Amarelo 4×4, ajustei os espelhos; cinto e freio-de-mão verificados, dei seta para a esquerda e quase saí. O meu professor vesgo de direção estava do meu lado e falou que era só eu soltar a embreagem bem devagar que o carro não morreria. Tentei de novo e o carro não morreu.

Quando entrei na auto-estrada estava sozinho dirigindo. De repente uns caragueijinhos magrelos começaram a me perseguir, eles corriam muito velozes de lado. Foram chegando cada vez mais perto até que seguraram o carro no muque: parei subitamente. Enquanto uns ficavam segurando para eu não sair, outros cavavam a areia ao redor dos pneus para eu ficar atolado. Serviço feito, soltaram o carro, foram todos para o quiosque tomar cerveja com o Zeca Pagodinho e rir de mim atolado na praia. Mas eu olhei de rabo de olho para eles e dei um risinho cínico: ” Ham! Engatei a primeira, nem dei seta, e saí sem o carro morrer. Foi demais. Eles ficaram com cara de bobões, inclusive o Zeca Pagodinho que parecia ser o chefe da quadrilha.

Batendo meus recordes de velocidade, a 60km/h, cheguei no alto da montanha árida (lembrem da cena do Missão Impossível) cantando pneu. Saí do carro e fui pegar os meus óculos informativos. Coloquei-os e passei a enxergar tudo preto e branco. Peguei a coleira do meu cachorro e fiquei passeando com ele ali naquele local. Sentei na beirada do penhasco e tinha uma linda vista em preto e branco. Meu dog ficou ao meu lado e eu, balançando as pernas, acabei perdendo a minha sandália do pé esquerdo. Estiquei o braço para tentar pegá-la no ar, mas nesse impulso eu me atirei abismo abaixo e comecei a cair. Levei o meu cachorro junto porque estava segurando a corrente dele, coitado. Acordei dando tapas e chutes no colchão como se eu estivesse realmente caindo. Foi uma bosta.

sexta-feira, junho 04, 2004

Sanduba

Valeu, Combo! Está aí, pessoal: Sanduba. Mais um post nos preferidos, agradeçam ao Combo. Se alguém lembrar de algum, fale por favor! =D

(Pô Squeci) PS: Eu sei que é pílula, mas na época eu gritava PÍRULA mesmo.

quarta-feira, junho 02, 2004

--Ela passou do meu lado...

E quando aquele belo par de seios passava a seu lado, envolto num moletom preto que deixava aparecer apenas o rosto japonês e as lúbricas pontas dos dedos de Camila, sentia um tesão o percorrer por dentro toda a carne, fazendo os músculos contraírem. Logo a sensação aflorava para a superfície de sua pele, fluindo por cada poro, despertando os nervos do corpo e os músculos descontraiam-se; ele se estirava na carteira e parecia a sentir satisfeita deitada em prazer no seu colo tépido.

Muito obrigado!

Cara, a Nathália lê o meu blog desde antes de eu namorar a Ariadne. Que louco descobrir só depois de muito tempo que alguém te acompanha assim. A AD está em São José do Rio Preto, na UNESP, fazendo Física Biológica (um negócio assim), lhe mando cartas às vezes, sempre nos vemos quando ela vem para cá. Ainda mantemos o contato! =]

E aí está nos posts preferidos o post de quando o nosso delicioso namoro começou: Sinto muito garotas... Muito obrigado pelo voto e pelos elogios, Nathália e Felipe. Comentários fazem muito bem para a saúde dessa mão que aqui escreve.

IMPORTANTE: Sábado para domingo, às 1 da manhã tem OS BERINGELAS na REDETV, pessoal! A banda do meu primo Paulo Bross! Vale realmente assistir. É muito bom! Não percam!

terça-feira, junho 01, 2004

Posts Preferidos

Essa é a mais nova do ctrl+alt+blog. Os meus textos preferidos ali ao lado. Ainda não estão todos os preferidos lá, mas vou arrumando tudo direitinho com o tempo. Grande abraço, pessoal!

Pô, Squeci: Vocês têm algum post preferido daqui do cab? Expressem-se nos comentários! =D

Ao terminar de ler A Natureza da Mordida

Foi a mesma sensação de parar com o marcador página na mão após acabar um livro. Eu não sabia onde colocar meu sentimento após aquele final....