domingo, dezembro 30, 2012

Xadrez no tablet

Eu e meu irmão estamos com os nossos respectivos tablets. Eu com um iPad e ele com um asus android. Diferença que nos instiga a defender as qualidades de nossas marcas, vantagens sobre vantagens. Instalamos esse fim de semana, ultimo do ano de 2012, um jogo de xadrez que podemos jogar via internet, cada um no seu tablet. A experiência está rendendo boas partidas. Está em 2x2. Damos lances entre checar e-mails, ler notícias, conversar com pessoas, ler livros. Uma prática entre irmãos, que pode ser estender pelos anos. Desde muito gostamos de jogar xadrez. Mas o hábito físico não se criou dado a necessidade estar perto e a preguiça. Com a facilidade e conveniência do meio digital, podendo jogar a distância e dar lances quando possível, espero que o ritual se estabeleça.

Fim de semana em casa

Em casa dos pais. Minha mãe veio até a sala para dar boa noite. Eu e meu irmão respondemos. Pedi para ele pausar a série que víamos, pois precisava de um copo d'água. Mas antes de ir para cozinha, passei no quarto da minha mãe. A água era necessária, mas mais como desculpa para o meu gesto de filho sedutor do que disputa o apreço materno com irmão do que para matar a sede e molhar a garganta prejudicada. Gripe recente. Meu pai já dormia sobre a cama e entreguei a minha mãe um beijo de boa noite, que se converteu num sorriso, que se converteu em paz. Falta deitar um beijo sobre meu pai. Isso fica para o domingo! O dia será de um vermelho agradável, pelo fato dos domingos serem vermelhos no calendário e estar calor, e viajaremos para São Paulo. Ele trabalhará no último dia do ano e eu irei passar o réveillon com a Ana, minha namorada. Precisamos nos ver um pouco antes da virada. Para nossos olhares se perderem do tempo dentro um do outro antes de estar no social. Namorarmos.

quinta-feira, novembro 08, 2012

O desespero da chegada do seu aniversario


Você, caminhante terrestre, encontra a caminhante terrestre que sempre sonhou. Que espiritualmente sabe ser a pessoa certa. Você a ama e constrói uma relação, está nos primeiros meses. E chega o aniversario dela. Você acredita que deve dar um presente sem igual mas não o encontra em nenhum lugar. O que fazer? Pior que isso, você pensou algo legal mas no fim não o fez. Os acontecimentos do dia mudaram seus planos e não conseguiu realizar aquilo que se propôs a fazer. Ela vai chegar. Você está louco para vê-la. E está de mãos abando.

Gatinha linda, difícil saber o que dar para você. O que quero lhe dar não é nada palpável. O que quero te dar habita as esferas da alma, dos sentimentos, da sabedoria e da paz. É completamente indizível. Porém acessível. É invisível aos olhos dos olhos do rosto, mas visível aos nossos olhos sutis, que percebem aquilo que é levado direto para a consciência sem decodificação, sem linguagem, sabe-se apenas e pronto, ao acessar. O que quero lhe dar não cabe em caixa, não cabe nem mim, nem nas mãos. O que quero te dar nasce no meu corpo nessa dimensão, transcendo-o, e tendo como centro o meu coração. Mas não é algo dável. Pois não se recorta, somente, como já dito, se acessa. E a única maneira de lhe dar aquilo que vai comigo e quero em suas mãos é pondo a minha vida ao lado da sua para irem juntas. Amor não se dá, amor se compartilha, se vive junto. Faz unir para nascer as infinitudes da vida boa a dois. Espero que você compreenda os meus símbolos. São os portais para o que lhe dou sem poder dar. Nem me pertence esse presente. Minha ação é limitada, meus presentes todos são portais do nosso amor. Esses serão meus atos de cortejo na relação que somos nós.

domingo, outubro 28, 2012

Em Aparecida

Visita relâmpago em Aparecida. Muita coisa acontecendo na vida que o parar para pensar na forma estruturada de um texto está muito raro. Mas após algumas mudanças que realizam vários ajustes, a vontade de escrever de uma escrivaninha reformada ou totalmente nova vem. E cá está ela. Não somente eu sou outro, mas mudam também as pessoas ao redor. Até o dispositivo mudou. Escrevo de um iPad. Um grande presente que recebi esse ano e já está sendo super útil para trabalhar, estudar, expandir. O que acontece de mais importante é o meu namoro com a Ana. Está bastante transformador e me fazendo crescer junto, na delícia da vida compartilhada. Falta até tempo para dormir dada a abundância de coisas para fazer, conversas para ter, amigos para receber. Quando o relacionamento é bom assim, ele exige que a sua alma esteja no centro do corpo. Nenhuma intranqüilidade no coração é bem-vinda e as duas colunas que são o casal a sustentar o templo do amor devem se manter eretas e tão cheias de paz quanto um sorriso sincero. Algo que requer trabalho. Um trabalho que tem o salário da satisfação em se estar vivo e ter uma mão para dar.

segunda-feira, setembro 24, 2012

A visão do poeta está dentro de cada um. Senão só poeta gostava de poesia.

quinta-feira, agosto 16, 2012

A capacidade de transmitir capacidades dá-se o nome de mestrado.

terça-feira, agosto 07, 2012

Primeira declaração no caderno 1

Parece visível a mim a cadeia das coisas, como é visível a cadeia de ondas na praia. Hoje é o último dia das férias de 2012. Almoçamos no centro cultural com uma amiga. A última frase que havia escrito nesse caderno foi a da folha anterior: "Ter é deixar ir". Achei a frase como quem acha o sentido numa escolha que não pensou em fazer mas já está nela. Como foi difícil te ter, já que ter é deixar ir. Fiquei tão perdido que acabei na igreja a rezar e yoga. Depois fiz escrever. Como posso seguir na madrugada das horas dos tempos sem ti? É como se fosse num corpo sem sangue, vazio do coração que te entrego.

quinta-feira, julho 26, 2012

Rodas e a possibilidade da metade

Comprei rodas novas para a minha bicicleta. Vieram com adesivos cheirando a patrocínio, profissionalidade na ação rotatória. Essas são mais rápidas nas intenções de acelerar e frear. Rodas firmes, decididas. Não nasceram sob o signo de gêmeos. Após as primeiras semanas com elas, questionei os adesivos. Questionei assassiná-los e botar seus cadáveres no lixo reciclável. Ficaria com a roda toda preta. Uma sensação de estilo, meu ser artista pedalando pós-modernidade na metrópole. Seria um homem clean e atrairia garotas que usam boina e roupas descoladas, aquele amontoado de panos. Mas a dúvida fez vingar apenas metade da minha ação. Tirei os adesivos somente do lado esquerdo da bicicleta, como uma mulher que bota silicone primeiro em um dos seios e assim pode decidir completar a turbinada no segundo tempo, após infinitas trocas de passes em frente ao espelho. Mas num jogo que não tem prorrogação, vai direto aos pénaltis. Rodas são mais sérias que quadrados e facilmente causam a ilusão do contrário. Estou agora com duas bicicletas. Como a mulher que tem dois corpos. Posso olhar só para a esquerda e ver uma coisa e olhar para a direita e ver outra. Claro que irei decidir remover o restante dos adesivos para ficar com a bike toda igual, equilibrada. Mas quando a reforma é no corpo fazemos de tudo para nos despedir aos poucos de nós mesmos.

segunda-feira, junho 25, 2012

Quando vejo,
assim de aleatório,
já te mandei um sms
dizendo "Te adoro"

domingo, junho 24, 2012

Carta poesia para a poetisa Alice

Carta escrita hálguns meses para a poesia querida Alice

Ali se fez poesia...
Como o mármore tocado por alma artista cheia de mãos
Ali se fez poesia...
Como terra regada pela semente que resulta em flor
Ali se fez poesia!

Ali é sempre espaço fecundo
Cheio de Deus
Ali é natureza, vida, água
Ali não cabe na noção humana
Só se pode observar suas boas consequências

Meu pensamento caiu ali
Na poetisa Alice
Essa mulher, semente forte
Fez do atual terreno infértil de poesia que está minha vida nascer palavras organizadas, melodiosas, com significados

Há a saudade do contato, da pessoa e dos versos
Contato contigo que fazia me contactar comigo
Sem egoísmo, mas com a arte do encontro de Vinícius
Da pessoa que nascia em cada lado, a partir do encontro Bahia-São Paulo
Dos versos, cores dos estímulos de nós dois
Tudo isso para dizer Olá, Alice!
Eu estou aqui. Como vai?

Um beijo grande

Vitor

sábado, junho 23, 2012

Te amei já a primeira vista. A segunda, a terceira, a quarta... Só estão piorando a situação.

sexta-feira, junho 22, 2012

Vocativo, "meu amor"...

Ela é carinhosa em suas relações para com o mundo. Chama os amigos de "meu amor". Quando encontrou um amor também o chamou: "meu amor". O amor encontrado gostou e viu valor no vocativo que vazou da voz da moça até ele pela primeira vez. Mas passou um dia e descobriu que o mesmo vocativo ia para os amigos próximos e o valor do vocativo liquefez-se junto com seus entendimentos dentro de um peito assustado e vazio.

A confissão veio no banho juntos. Ela só queria "usar seu corpinho, meu amor". Ao que ele prontamente a comeu.

quinta-feira, junho 21, 2012

Quem dá é o homem

"Hoje não vou te convencer a ir em casa"... Quem convence ou não é sempre a mulher. Mesmo que imperceptivelmente. Mesmo que isso aparentasse não ser, é encaixado no fim da conversa. Revelado e firmado em sua ação. Ela dita as regras do seu explorador. É ela o ser que recebe. Quem dá é o homem. Ele deve se adaptar pois a decisão e a inteligência vêm sempre por ela. Amiga da lua, a noite é toda dela. Tem o poder de reunir as chuvas de estrelas que desprendem do coração do homem. Ao mesmo tempo em que lhe esquenta a vida e o corpo, afaga com ternura a consciência inferior que escolheu e deitou em seu colo.

quarta-feira, junho 20, 2012

"Sua palavra é como eucaristia, evita morder, amolece no céu da boca" Carpinejar

terça-feira, junho 19, 2012

Minha mão já perdeu a linha

Vi hoje, no centro cultural, um jovem casal
Ela pegou suas mãos em análise
Como a lua avalia um semideus na Terra

Ele, ser humano anormal, julgava-se casual
Ela com suas mãos em análise...
Como a luva que nunca acenará adeus e espera

Ela caçava nas linhas motivos simples
Como a paz balança as folhas de uma árvore

Ele encerrava no gesto todas suas dores
Como cores que imperam em atos sabores ávidos 

O rapaz olhou-a cheio de cachoeira
Ao que ela perguntou sobre as linhas, ele disse
"Minha mão já perdeu a linha ao pousar nas suas curvas"

Ao ouvir, não pude evitar o registo do bem quisto comentário
Mesmo num dia em que pareço estar com poeta de mim deixado no antiquário

sábado, junho 16, 2012

Doce mijada

Homens vistos
Em tampas de privadas levantadas
São mau quistos
Pela amiga amada

Haja visto
A hora avançada
E como se a gravidade viesse disso
Lá se vão todos à vassouradas
Não convém chamar de Coragem alguém que tanto faz.

terça-feira, junho 12, 2012

Lendo Dostoiévski pela primeira vez. Fdp.

Dostoiévski me deu a primeira porrada com o conto Memórias do subsolo. Meus vizinhos de prédio devem ter estranhado o rapaz que ouve mantras gritar alto filho da puta repetidas vezes enquanto lia o livro e ia percebendo que ali estavam várias análises que ele vinha construindo há meses, já dispostas em grande literatura. O filho da puta foi maior quando ele usou o exemplo de o homem ser como uma tecla de piano e eu havia usado esse exemplo uma semana antes numa carta muito caprichosa que montei. O conto cercou, arrebatou e concluiu vários portais que eu vinha abrindo. Admirável! Recomendo. Mas ainda não o digeri. Terei que ler de novo, com um pouco menos de fúria. Filho da puta!

segunda-feira, junho 11, 2012

Final da crônica "Reunião dançante" do Fabrício Carpinejar

Você encontra esse e outros textos no livro Mulher Perdigueira. Seria eu um sábio ao fazer essa pergunta com um riso cheio de consciência sarcástica?
[...] 
É um vício necessário. Talvez o que faço melhor. Fico pronto para me despedaçar.
[...] 
No amor, em algum momento, você terá que ser ingênuo e acreditar. Terá que largar uma vida, refazer sua vida. Terá que abandonar a filosofia pessimista, a inteligência solteira do botequim e se declarar apaixonado. Terá que ser incoerente, contradizer fundamentos inegociáveis. Terá que rasgar a certidão negativa, a proteção bancária, os manifestos de aversão ao casamento e filhos.
Não dá para ser esperto sempre. Não dá para ser experiente sempre. Don Juan e Casanova também se quebraram. Napoleão e César também foram derrotados na intimidade. A ingenuidade é um poder terapêutico. Nada pode ser mais traumático e mais libertador dos costumes. É um instante definitivo e raro no relacionamento. Quando confiamos que será diferente, que somos eleitos por uma constelação de símbolos, que somos eleitos por uma constelação de símbolos e casualidades, quando desistimos das armas e das reservas para nos apresentarmos absolutamente disponíveis e vulneráveis. Não há mentiras e formalidades, frases espirituosas e comentários sarcásticos. Há apenas uma burrice infindável, o beiço e a intenção de se entregar para um mulher, seja como for.
Pena que a ingenuidade tem que acabar mal. Caso contrário, não é ingenuidade, é sabedoria.

sábado, junho 09, 2012

O frio

O frio tocou o clima como é o olhar da indiferença de quem tem medo de se entregar e fala. O frio é tímido mas não cala; protege-se mas não controla a sua intensidade e chega. O frio é de escorpião e nasceu como a água em outubro.


Aconteceu que o chão ficou frio. As roupas, calças jeans ficaram dias no varal para secar. A maneira de tomar banho se alterou. Mudou o tipo da fome. Mudou o tipo de amor. Esse inverno abençoa, com a solidez do aprendizado que ele traz, a roupagem dos meus atos. Os músculos registram em seus ventres novas informações. A circulação se mantém. Fico forte sem melhor opção. Julgo que ele chegou para a minha morte, julgo que ele chegou para a minha sorte. Só não julgou que ele chegou para manter paradas as águas. É um frio de movimento. Um frio da natureza. Um frio cristal. Como tal aponta um futuro límpido após a sua passagem ou após a sua integração.


Eu não sei se passará, não sei se entregará. Sei que hoje o desejo e o demonstro com beijos. A barba cresce em minha face e não quer que seja feita. O peito bate cheio de classe; é como se olhassem para a eleita necessitado de elegância. Como se agora na vida apenas bastasse a colheita, a caçada ao alvo identificado, o último tempo de um grande ciclo de crescimento.


Para me manter quente neste frio maduro não posso começar orações com eu juro. Não posso privar liberdades de quem vai pelos ensinamentos da vida. Movimento-me, mudo, maturo, mordo como fera. A era do gelo é só um nome dado por aquele velho dentro de mim que morre em um momento inédito. A era da luz é só minha fome, uma reviravolta interna que corre pra um abraço inicialmente tépido mas que puxa o calor da fonte da vida e acaba em brilho.


Diferente dos amores que já tive foi dada a mim essa nova estação, que eu não sei se houve mesmo crédito para compensá-la. Mas tenho batendo sempre, rodando o sangue no corpo, aquecendo peito e mãos, um órgão para amá-la. Tum-tum no frio é mais difícil. Tum-tum na liberdade é mais inseguro. Tum-tum nessa nova adrenalina é estimulante. Tum-tum tá bom como tá. Tum-tum assim me desafia e, por isso, mantenho-me firme frente ao frio, ereto, sou árduo, estou quente. Um fogo redundante para não congelar. Talvez tremendo um pouco para compartilhar minhas vibrações. Estalo um desejo de te excitar. Tum-tum entro em ti e ainda não me basta. Quero mais. Mais. Mais. Mais. Há muitos mais tuns para tum-tum-tar junto a ti.


Aceito estar ancorado no presente. Ficarei aqui sem vislumbres como eu quis, pedi e recebi. Presente de Deus. Temperatura. Só não sabia que iria causar contraturas nos anseios meus.

segunda-feira, junho 04, 2012

Rita disfarça por paz

A Rita é uma mulher que pinta quadros do Romero Britto num bar aqui perto de casa. Um bar desses que rola um forrozinho a noite e é habitado pelas pessoas que a sociedade chama de povo antes de conhecer. Vende-os bem para muitos clientes. Muitos trabalhadores de terno passam na calçada a hora do almoço. Há muita mulher movimentando forças hoje em dia - e desde sempre. Toda vez a cumprimento. É engraçado que às vezes ela não quer cumprimentar. Pelo simples motivo de não o querer. Ela vê que eu venho de longe, vira e mantém o rosto virado para o outro lado. Eu vou olhando para ela, que, se me olhar, eu a cumprimentarei: bom dia, Rita! Mas quando passo, ela vira para o outro lado rapidamente, sem me ver... E eu sigo. "Será que ela queria antes de me cumprimentar ter aprendido meu nome como eu aprendi o dela?" Inicialmente, dou meus passos após o descumprimento como quem perdoa alguém que não tem nada para ser perdoado. Depois penso nos dias. Há dias que se quer e dias em que não se quer. No outro dia passo no mesmo sentido e horário, com a mesma expressão pré-metrô no rosto que vai por São Paulo muitos dias e ela me cumprimenta com sorriso de amiga. Damos bom dia um para o outro e ela pincel na tela copiando cores e eu passos no trânsito copiando outros eus.

Mini-livro para você

Parte I - Sonho

Sonhei que eu era uma nota em seu piano. Esperava ser tocado para ressonar. Esse era o meu principal objetivo.

Tinha em mim a ansiedade ingênua adolescente, de quem se julga já malicioso e esperto, sabido de tudo; mas ainda está com a pureza da infância em cada um dos olhos. Estava no mundo em um escala mansa e de grande comunhão para com a Natureza. Eu e as plantas éramos iguais, na ordem, estilo e irradiação.

Como podia, aproveitada a vibração das outras notas que, antes de mim, recebiam a sua atenção. Reparava em cada nuance que chegava a mim para sonhar o mais próximo possível com como seria na minha vez.

Imaginava-me feliz. Acreditava que aproveitava assim ao máximo minha solidão habitando o que havia de mais belo em meu peito. Até que, enfim, você me tocou.

Parte II - Tocada

Estremeci com gostosidão. Como uma alma que recebe da vida um belíssimo mas singelo presente, ressoei. Com o ressoar, não pude evitar de sacudir o pó de minhas doces ilusões. Estava sorvendo a realidade do momento. A reunião de nós dois. O momento em que nota fui tocada. Esse seu contato revelou-me uma consciência superior e interessante... Minha alma iluminava-se como uma galáxia em movimento. Série harmônica estelar. A mão que eu admirava me tocou como a varinha de uma fada. Cheia de poderes e magia. Aconteceu que eu cresci.

Mais livre de minhas ideias. Sentia o gosto verdadeiro das coisas. Que tamanho tinha tal felicidade!

Parte III - Respirei

Quando cresci, chegou até mim, com a qualidade de um acorde, a cantiga de escolher. A possibilidade de escolher por mim, direcionar, moldar e colorir o fluxo que me atravessa e vai...

Sentado em cavalo branco, reposto do contentamento interior, que é a poesia de deitar em si e só ver no mundo o amor; consciente inspirei tudo para dentro de mim e esperei subir por minha coluna a grande força vital para só depois expirar, abrir os olhos, nus de filtros, e olhá-la.

Lá estava você e um novo eu para reagir como ninguém saberia ao próximo impacto do toque do teu dedo.

Parte IV - Riso frente a ti

Como uma nota masculina a observei, enquanto crescia em mim uma barba num rotso de queixo firme num corpo de braço sólido. Descobri que a dona do mundo era apenas a dona de um piano. Quando assim, me vi em riso frente a ti, na possibilidade de jogar de igual para igual, o que nenhuma das outras notas conseguiu.

Como agora podia ser safo e brincar no mundo como adulto, esperei seu toque com um plano de fazer silêncio e, quando me tocou, não ressoei.

Parte V - Brava emocionada

Brava emocionada você "Puta que paril, nota do caralho!" de um lado e "Puts, o que foi que eu fiz? errei!" do outro.

Com o silêncio chamei a sua atenção; primeiro para si mesma em autoanálise, depois para mim em observação cuidadosa.

Aconteceu de gostar-nos mais. Nos encontramos mais. Eu aprendia a ressoar melhor, melhorando músicas e melhorando o piano. Você aprendia a impactar com outras intensões, melhorando as relações.

Hoje o coração do seu dedo vai aprendendo a cada dia a dançar com o coração da minha tecla. Os olhares desvestidos prudenciam menos as palavras e se tem mais comunicação, união.

Vou feliz nos meus pianos
Vai você feliz nos seus impactos

Num pedaço de cada um vai uma dor
Pois a relação que tivemos um com outro foi de amor

segunda-feira, maio 21, 2012

Como você está manifestando a sua vida no mundo? Me diz!

quinta-feira, maio 10, 2012

É meu corpo que te entende

Pensei bastante na gente hoje. Uma coisa é certa: nossos corpos se entendem muito bem.

Resolvi deixar a frase acima, que foi um comentário para você. Feito no domingo, após o sábado de lua branca. Aliás, foi um evento astronômico muito comentado: a tamanhidez maior de grande que ganhou a lua quando se aproximou da terra. A distância mais curta em anos. No sábado!

Ah, comentei aquilo porque o entendimento mental ficou muito defasado em relação ao corpóreo. Sou homem, indivíduo simplório.

Um outro comentário que fiz dentro de mim para ti foi: "é dando um nó no seu cérebro que a mulher enlaça o coração do homem".

Existe uma relação direta entre a capacidade da mulher em confundir a cabeça do homem e agitar seu coração.

A essência do homem não está em pensar. O braço forte da raça humana veio para cumprir, executar. Então, a mulher que impossibilita seu entendimento o desloca para onde deve estar; dá-lhe essa única opção: ser homem e ponto.

Muitas vezes o papel é melhor do que amigos para aconselhar.
Me falou sobre sempre escrever. Escrevi como por eco da série harmônica de seu comentário. Senti um pouco de música. Senti um pouco de calor. Senti um pouco de fichas e, por fim, senti prudências sem ti.

quarta-feira, abril 04, 2012

Viver tem muito pouco a ver com pensar. O que uma mulher não faz...

quarta-feira, fevereiro 29, 2012

Pensamento não concluído, preciso acertar

O que você faz alimenta o seu fazer. O que você sente alimenta o seu sentir. O que você pensa alimenta o seu pensar. Você vai se tornando as suas escolhas. Nessa estrutura você administra o seu comportamento que sempre inicia-se com uma vontade interrompida por pensamentos de cálculos antes de sua execução. Após a execução vem o discernimento e mais justificativas. Porém, mais apoiadas na realidade. A partir disso nasce uma emoção nova do que aconteceu agora, que não é um ressentimento de uma emoção passada.

sábado, fevereiro 11, 2012

O poeta é um sacrificador de pudores.

sábado, janeiro 14, 2012

Mulheres que falam

-Algum problema com isso? De eu falar muito?
-Não. Mulher tem que falar. Senão ela engorda.

terça-feira, janeiro 10, 2012

‎Apareceu para você a luz da poesia nas minhas palavras?

‎Apareceu para você a luz da poesia nas minhas palavras? Não ligue para mim que como a lua apenas reflito o que sou capaz de captar. Por mais brilhante que pareça o poeta, vale dele e da rasa possa d'água no chão d'uma noite na estrada de terra, apenas a profundidade suficiente para o refletir.
Não pergunte diretamente, é preciso um assunto para um mergulho em busca de pérolas.

O valor esta na medida de quem vê

O valor esta na medida de quem vê. Cada olho é uma régua relampiando adjetivos.

segunda-feira, janeiro 09, 2012

Recado para Ana

Ana! Linda Ana das palavras que compõe histórias poeticamente necessárias aos homens do pó sólido, do cotidiano e do frenético e sedento ar dessa capital chamada São Paulo. Estou no colo das Mães Ás. N.S. Aparecida, santa e divina, e Áurea, divinamente humana e deliciosamente próxima, tangível a minha carência eterna de fruto do seu ventre. Voltarei novo como que renascido dessa carinhosa comunhão entre mulheres que brotam Vitor como a natureza brota um rio. Beijos.

Ao terminar de ler A Natureza da Mordida

Foi a mesma sensação de parar com o marcador página na mão após acabar um livro. Eu não sabia onde colocar meu sentimento após aquele final....