sexta-feira, dezembro 21, 2018

Entrar no pensamento

A gente entra no pensamento e diminui a existência. Sendo mais que pensamentos, somos nós que deveríamos ter os pensamentos dentro da gente. E acaba sendo o pensamento que tem a gente dentro dele em muitos e muitos casos durante o dia. Tem um tipo de pensamento que, quando vem, não tem jeito, a gente se prende dentro dele e fica, como se houvesse um magnetismo para isso. A consciência quando se expande para além de um pensamento no qual a gente só sabia habitar dentro (pleonasmo sem fim) possibilita soluções improváveis. São as soluções improváveis que tem graça! “Abra sua mente!” Isto é, deixe de morar nesse pensamento kitnet e veja quantas possibilidades outras existem nesse mundão de Deus! Assume a sua grandeza! O baço agradece! (estou meio bêbado de sono dentro de um calor no qual não se dorme)

Citação

"Um homem disse a Buda: Eu quero FELICIDADE. Buda respondeu: Primeiro retira o 'eu', esse é o ego. Depois retira 'quero', porque é o desejo. E repara, agora só tens FELICIDADE."
(Osho)

quarta-feira, dezembro 05, 2018

Aniversário 2018

Terminando o dia de aniversário sentindo a leveza das ótimas vivências deste dia! Obrigado a todos que da minha vida participam em contribuição com meus movimentos! Obrigado a todos que deitaram mensagens na cama do meu coração! Fazer-se presente, é um presente! Nesse momento paro em meu quarto, alimentado de comida feita em casa, banho de mar, afeto e amor humano. Hora de deitar a alma no colo da deusa mística que transita as dimensões, ou Deus, o Criador, se a sua mente alocou para o masculino essa força que transcende polaridade. Sentir-se embalado por Deus, Nossa Senhora, é ter a minha paz na rede baiana que é meu sorriso, pendurada numa covinha de bochecha de um lado e no infinito do outro, pois se tenho covinha só de um lado, no outro tenho o universo. Sinto o sol e a lua na barriga dançando as músicas belas, melodiosas e poéticas que ouço no momento. Que delícia existir assim! Percebo que sei o que é abraçar a vida. Entro na nova idade de mãos dadas com a certeza de mim, como um casal que passa no túnel de amigos montado em festas juninas. Toda saída de mim para dentro da vida dessa idade será também fruto da semente desse dia. Que todos façam comemorar o dia do aniversário como quem tem coragem de ouvir a música e ir dançar por mais que ninguém tenha tomado a iniciativa. O mundo não acaba quando começa. Estar com a vida resulta sorrir o sorriso de quem ama em amplidão. Nesse amor cabem todos os meus amigos! Gratidão!

terça-feira, novembro 27, 2018

Almoçando no restaurante do Kikuchi

Almoçando no restaurante do Kikuchi, sento ao lado de uma senhora bem japonesa, que aparenta uma surpreendente saúde, física e de espírito. Peço licença antes de dividir a mesa com ela. Educadamente, ela compartilha o espaço. Comemos em silêncio e ao final da refeição dela, pouco antes dela pedir licença para se retirar, ela elogia com ênfase a minha destreza em manipular os hashis (palitos que são os talheres do oriente). Senti-me incluído na comunidade oriental após essa aprovação expontânea! Foi quase um abraço. Comi minha comida e também comi um orgulho bom com pitadas de satisfação inesperada.

quinta-feira, novembro 22, 2018

Viajando pro Rio na madrugada

Viajando pro Rio na madrugada percebo como o passo orgânico de vir de ônibus me rende mais que o sintético de vir de avião. Ou ao menos, me rende esse pensamento. Nas partidas de rodoviária me pulsam as artérias de conhecer gente e papear. Já conheci humanos nacionais e internacionais, todos sem o dispensável sorriso de pompa, que eu também não tive. Certa vez até passei uma das viagens beijando uma vizinha de poltrona cativante nesse mesmo trajeto São Paulo para Rio de Janeiro que fiz hoje. Essa noite vindo pro Rio foi a vez de um sincronismo diferente. Conheci a carioca L., que me fez tentar descobrir seu nome em tentativas que duraram o passar por 15 cidades (e não te entregarei assim de graça). Coisa típica de colegial que ela era. Por acaso, tinha no bolso o chocolate favorito de L., com o qual a presenteei e ela alegriou simples. Menina educada que era, dividiu comigo. Quando andei até o final do ônibus para pegar copos de água lacrados para nós, peguei três não sabendo o porquê. A vizinha do outro lado, que integrava uma família ocupando uma porção de 4 poltronas próximas no veículo, me perguntou onde tinha água e se era de graça. Ganhou de mim o terceiro copo, essa que era a mãe da criança única da família ali presente. Papo vai e vem com L. entramos no assunto músicas entre uma risada e outra. A danada puxa de dentro dela a vontade de uma música da Bethania e roda a música em mim. Mas quem roda na hora de ouvir sou eu, a gravação ficou parada. Tanto que música de celular não roda mais como vinil ou k7. A música resumiu uma série de sentimentos que vivi nos últimos meses. Cutucou-me a alma de modo a me revelar emocional e chorei! O estômago absorveu bem a experiência de toda da viagem até aquele momento. Mais algumas músicas foram compartilhadas mas já estava toda a grandeza da vida parada e estampada na vela do veleiro dessa experiência e nele meu corpo já repousava nutrido do intenso néctar do existir, pacificado e calmo. Dentro de mim tudo girando e parado vou adormecendo enquanto o ônibus me leva pelo mapa da minha história rumo ao mar. Rumo a amar a vida sem necessidade de braço em remos ou costas fortalecidas, só um deleito no vento, naturalidade de folha responsiva a estação do ano. Ascendi em sono.

quarta-feira, novembro 07, 2018

Madalena suas cicatrizes de não-cristo, que pecado se cura com anti-fel

Abra a porta da música que aí não fica apertado o coração. Salve, amigo! Dilemas são o cardápio do desempregado. Samba, gira uma-banda que o morro que se quer é o de subir e não o de partir. Afina esse violão, põe a corda que falta e brilha-blém. Madalena suas cicatrizes de não-cristo, que pecado se cura com anti-fel. Samba pelas ondas batidas que carregam seu espírito com a experiência oceânica de uma baleia velha de músicas repetidas! Músicas repetidas sabem o caminho, são sábias como avós e jovens como primas pós-graduadas e solteiras. Ouve as músicas, são sons de si, e samba-lhe a alma! Samba-lhe a alma!

terça-feira, janeiro 09, 2018

Livro com uma mão não dá

Ler segurando o livro com apenas uma das mão não dá. É como fazer sexo ativo sem ter as duas mãos na parceira, não dá. E uma mão escondida sempre esconde uma traição, uma faca, um celular com pornografia, uma raiva, um não-querer. Na hora da entrega há que se por as duas mãos e há que se enchê-las do mundo que agora você toca. Mão-única é a mão do tapa na cara, é a via que só vai no trânsito, é a punheta que não é sexo. Não se amassa farinha com ovo com apenas uma das mãos. Não se ergue uma criança, um leão da Disney ou a hóstia na missa com apenas uma das mãos. Com mão única se ergue um cartão punitivo no futebol. Quando estamos de acordo, estamos com as nossas duas mãos no território do encontro. Aquele que fala gesticulando e só utiliza uma das mãos para isso, mente ou esconde alguma coisa; não é confiável. Ao pegar um livro, o pegue com as duas mãos. Saiba que, no momento em que estiver lendo, estará com as duas mãos ocupadas em sustentar uma entrega de alma.

Ao terminar de ler A Natureza da Mordida

Foi a mesma sensação de parar com o marcador página na mão após acabar um livro. Eu não sabia onde colocar meu sentimento após aquele final....