quarta-feira, dezembro 12, 2007

Atrás do navio

Já era tarde da noite em São Paulo e a rua estava deserta. Ele tinha parado e descido do carro. Estava muito confuso, apoiava-se no capo, olhava aquela parte da cidade que não tinha ninguém naquele momento. Não sabia o que fazia, o que havia feito, não sabia nada mais uma vez. Confuso. Ao longe na rua viu surgir um caminhão. E não era um caminhão qualquer. Era um caminhão carregando um navio no meio do asfalto. Um navio. Na cidade? Sem saber por que, entrou rápido no carro e seguiu o navio pelos bairros. Do alto, se via seu carro a seguir e seu carro era visivelmente aquela marcação que o navio faz na água. Aquela marcação que o navio deixa atrás mas nunca deixa pra trás. Traz sempre consigo. É impossível se livrar dela porque também é impossível parar de navegar. E não se navega sem que se deixe alguma marca na água no momento.
postado originalmente em 17 de dezembro de 2006

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Hoje à tarde

A sensação era ruim ruim
Eu fiz que fiz e mandei
uma mensagem pedindo uma oração
passou um tempinho
e eu agradeci por todos os meus problemas
pois reconheci que eles
me são oferecidos com amor
e, depois que a gente agradece,
os problemas não mais são problemas
viram prazeres... é engraçado
a gente sorri

domingo, novembro 18, 2007

Republico esse texto em homenagem aos meus Irmãos da Igreja Batista, que receberam de peito aberto esse católico que vos fala num fim de semana nada normal, dos mais emocionantes que se pode ter. Com um beijo especial para a Dani que me convidou! Que se viva um Mundo Unido!

Visitante Inusitado 2


Ontem, anteontem, esses dias... Ele me visitou inúmeras vezes. Fiquei feliz! Tudo ótimo em casa enquanto o recebia, sentava-se na mesa sereno como sempre, olhando-me, ensinando muita coisa, simplificando antigos problemas... Até que eu algum erro cometia. Na hora de servi-lo, por exemplo, e pronto! Por conta disso, pedia para que fosse embora, abria a porta sem nem mesmo olhar em seu rosto; ficando sozinho a pensar. Na casa, eu só, buscando o que deveria ter feito para julgar perfeito os atos meus, julgar perfeito o que preparo para lhe dar (nesses momentos escuros sempre me dá uma confusão danada, pois descubro que julgo perfeitos tempos em que não sei o que é julgar). Como eu pude errar um passo tão óbvio dessa receita? Eu pensava. Aí, nesses dias aprendi algo de toda a diferença. Ao invés de ficar andando pela sala, abrindo e fechando a geladeira, os armários, ir a cozinha e voltar e não pegar nada, não fazer mais do que coçar a cabeça durante o percurso em busca de algo que eu nem sabia o que era e ainda não descobri; aprendi a parar e respirar (o ar é um presente importante, nos dá vida). Imediatamente, estava sereno como ele. Corrigia a postura e podia sorrir. E podia pensar no que fazer a partir do presente. Ao iniciar esse pensamento, abria a porta e o via ainda não muito longe, pois ele anda devagar, com a mão no bolso, contemplando o caminho... Já ouvi meu vizinho dizer que ele é o próprio caminho. Para mim é um doido cuja loucura é amar de verdade todo mundo. Aí, eu gritava: Hei, Senhor! Ele parava, virava a cabeça primeiro, depois voltava o corpo para mim e, ainda com as mãos no bolso, me ouvia perguntar: Me perdoa? Sem responder, ele começava a voltar. Eu ficava feliz! Enquanto vinha, eu tentava preparar de novo o mesmo prato se fosse possível, para aprender. Mas, se não tivesse mais aqueles ingredientes, tentava criar algo novo. Sempre tem bastante coisa em casa por conta dos meus pais, irmãos e amigos.

O número no título desse texto é por ele ser inspirado (por demais, eu diria) no texto de um grande amigo: Visitante inusitado

domingo, novembro 11, 2007

Fomos à Paulista dois - por ela mesma

"Ele falou para irmos para outro lado do largo poste na calçada, pois batia um vento da noite e ali estaríamos mais protegidos enquanto o sinal de pedestres não abria. Eu fiz que somente iria me proteger do forte vento que enunciava uma forte futura chuva, mas me escondi atrás do poste, esperando ansiosa para que ele se escondesse também e assim, tranformasse comigo, aquele instante ingênuo, num jogo lúdico simples e grande. Para mim, tudo que é tão singelo, é sempre tudo tantas coisas ao mesmo tempo..todo instante é sempre uma grande potencialidade para o esquecimento ou para o acontecimento. As pequenas coisas são sempre tão repletas de grandes coisas.Ou subjulgamos sua pequenez e a tranformamos em ordinárias, ou a vemos como oportunidades para serem inesquecíveis, mágicas, dignas de toda sua inutilidade e simplicidade, só por serem como são. Eu sabia que se ele aceitasse o meu convite, ele seria meu cúmplice para que aquele momento não fosse apenas mais uma espera pelo sinal. E não foi...ele permitiu que eu fosse eu mesma. De escondida, fiquei curiosa, pois vi sumir espontaneamente aqueles olhinhos quase negros- que antes, acompanhados por um cachorro quente,fizeram-me perder a atenção pelas palavras e ganhar a minha atenção pela curiosidade de pensar se seria possível encontrar suas pupilas meio a seu infinito quase negro, ou se realmente era negro, ou quase, ou que outra sutil cor teria também...-enfim, não esperava que seu cavaleirismo compartilhasse de minhas pequenas loucuras, que a são não para mim, mas sempre aos olhos dos outros, e agradeço a Deus por nunca me intimidar por olhos que não são os meus. Continuamos fugindo um do outro, dando voltas pelo poste. Eu sempre me achei muito boa nessa brincadeira que pra mim não é de criança, é bem séria...rs...bem, pra mim é. Mas, na ansiedade de procurá-lo quando já tinha perdido as referências e totalmente atenta àquele instante, fui surpreendida: um susto! A adrenalina de ser pêga nesses "jogos de criança", que para mim não são,é sempre divertidamente emocionante. Acho que sou viciada em adrenalinas como essa, deve ser por isso que adoro brincar, deve ter uma explicação física também, além de um maravilhoso estado espiritual. No fundinho, estava com aquela birra de criança de ter sido pêga primeiro, mas acho que era porque eu não queria ir embora. Estava sendo uma noite de novidades pra mim: andar pela Paulista numa sexta à noite e comer um super cahorro-quente com salsicha de soja...eu tinha sugerido caminhar até a Ana Rosa, ou pelo menos até o Paraíso, só pra noite não terminar tão cedo na Consolação! Confesso ter pensado persuadi-lo ao máximo para que ele me acompanhasse no mesmo ônibus, mas nem foi necessário, ele me surpreendeu com toda sua ternura e delicadeza, e me acompanhou até em casa. Uma noite que começou de pijama e acabou de pijama também. Mas, entre a troca de um pijama e outro, foram caminhos diferentes. Caminhos preenchidos com muitas risadas, milhares de palavras e gestos de cuidado. Tropecei bastante (literalmente), mas não cai na mesmice.
Procurar um estado de felicidade e não de alegria, é uma busca pelos detalhes e não pelas euforias. Histeria é loucura, serenidade é paz de espírito. "Só sei que nada sei", mas sei que adorei ser a Moça de Chapeuzinho, e como disse, além de risadas e gestos, milhares de palavras, como agora"
por Ju(liana)

sábado, novembro 10, 2007

Fomos à Paulista

Falei para irmos para outro lado do largo poste na calçada, pois batia um vento da noite e ali estaríamos mais protegidos enquanto o sinal de pedestres não abria. Mas ela fez que foi e se escondeu atrás do poste graciosamente. Aquele chapeuzinho na cabeça, aqueles grandes olhos claros, aquela inocência na brincadeira infantil que desaba qualquer postura adulta socialmente construída em cada um de nós. Fugir um pouco dos olhos do outro nesse esconder e, sem ver, saber do sorriso e apreço de quem está buscando ali o que há de mais belo na vida. Continuar fugindo como criança, dando voltas no poste. Quem procurava, finalmente ser mais rápido ao dar uma volta por trás, sumir e, de repente, um susto! A brincadeira acabar num novo começo das palavras que não param de vir e dos risos que prosseguem junto aos passos na calçada. Passos de quatro pés de duas pessoas felizes de sorrisos que miram a adorável alegria dos que caminham juntos.

sexta-feira, novembro 09, 2007

A mesma amiga me disse...

"Voa com a vida, abre as asas e voa... não te prendas às teimosias de uma mente que acha dominar o coração!"

E eu não quis mais pensar.

Palavras

"às vezes é melhor deixar a dúvida de um sentimento ser esquecida pelo tempo do que, pela teimosia do esclarecimento, vir um sofrimento...!"

Uma amiga me disse isso
E eu adorei a conversa

Outro amigo
acha que mais do que concordar
é importante como ponto de reflexão

Penso sobre as mensagens do incômodo

terça-feira, outubro 30, 2007

Falsa cumplicidade na alegria

Sua complexa esperança
em nossa alegria aparentemente cúmplice
trincou-se quando descobriu
sem acreditar
falsa a cumplicidade

A alegria minha
pura e simplesmente presa ao presente momento

Na alegria sua
queridas e almejáveis imaginações

Complexas palpitações
em seu corpo se perdiam
em meio a tantas dúvidas
nascendo freneticamente
das que se partiam

Sua complexa esperança
em nossa alegria aparentemente cúmplice
faleceu quando descobriu
e soube
falsa a maldita cumplicidade

Ainda mais é a mulher

Ainda mais é a mulher por esperar, pois livra ao homem e pune a si com a horrível sensação de dispensar alguém que a admira, mal tentou e isso não mais lhe será permitido.

quarta-feira, outubro 24, 2007

O sábado da Semana Mundo Unido

Fui até o elevado às 23h30 de uma noite agradabilíssima. De onde se pode ver boa parte da cidade. Um mirante. Mirei essa cidade que carrega em sua alma o nome de um santo e tem consigo todos os pecados e maravilhas humanas. Tem também maravilhas naturais, tantas árvores por entre o cimento, um céu de lua e estrelas que hoje só com a sua beleza vence a poluição do ar. Observo que as flores não erram, pois nascem como nascem grandes amores, bem-querer puro, e assim se mantêm. Contudo, algumas efêmeras demais... E tudo é efêmero. Contudo, nunca deixam de nascer. Insistem certeiras nessa vida em direção ao sol e nutridas da água trina que está no céu, no ar e na terra. Essa água que preenche a nós, esponjas sedentas do encontro com o que nelas está contido. Essa coisa que a água dá sem nada cobrar. Essa coisa que faz a noite não ligar que o dia receba por ela todos os agradecimentos pelas flores abertas no seu ventre estrelado, como me ensinou um poeta indiano.

Lembrei que acordei atrasado. O Daniel já estava em pé. No ônibus, sentados eu e ele, vejo meu amigo apontar para um jovem ao nosso lado e me dizer que aquele precisava de ajuda. Mal pude ver o rapaz, pois o violão do Daniel me tapava a visão. É um violão numa capa bem grande. Até que chegou uma senhora que nos fez levantar, para recebermos o prazer de ceder um lugar confortável a quem mais o merece. De nós dois, quem em pé ficou foi o Daniel. Eu me sentei e estava bem ao lado do rapaz desmaiado, tendo entre eu e aquele o corredor do ônibus. Finalmente, avistei por inteiro aquela vida que não nos no sorria e assustava de tão fina que em fio parecia. Mas, se ali faltava totalmente a alegria que gostamos de ver nas pessoas, sobravam as mãos que pedem ajuda e nos oferecem a possibilidade maravilhosa de fazer algo para mudar aquela e a nossa situação. Eu e o Daniel nos encarregamos do rapaz. Ao sentir sua mão quente, mas não muito, me tranqüilizei um pouco, pois somente olhar aquele rosto me privava de qualquer sensação de alívio por mínima que fosse. Inicialmente não cheirava nada, depois senti o álcool. Após o exame chulo de dois jovens comunicadores decidimos levá-lo ao hospital que logo se encontrava em nosso percurso pela Teodoro Sampaio, no próximo ponto de parada do ônibus.

Tive amor pela soma que eu e o Daniel éramos ao carregar tão esgotado corpo de tão fino espírito e tão confuso pensamento naquele momento. A médica quase nada fez além de receitar banho frio e repouso. Após tão nobre atendimento, carregamos conosco aquele que como um filtro de barro, que pinga gota a gota, melhorava. Porém, filtrar toda a poluição de um exagero daqueles em alguns minutos só pode um milagre. O filtro do rapaz pingou gota a gota no tempo que a ciência advoga.

Eu e o Daniel, que será meu padrinho de crisma no próximo dia quatro do mês de novembro nesse ano de dois mil e sete (faço questão de frisar aqui essa data tão tão especial), íamos a um dos eventos da Semana Mundo Unido promovido pelo Movimento dos Focolares. Um piquenique cultural no Parque da Água Branca perto do metrô Barra Funda. Lindíssimo parque que recebe dos visitantes o sentimento do feliz amor expresso em dadas mãos de casais, risos de crianças, satisfações de mães, divertimento de jovens, caminhar de avós, contemplações da natureza abundante e 'matada sede' em generosos bebedouros.

Ao chegarmos ao parque, sentou-se num banco o nosso amigo, que já melhorara um pouco e andava sem nos somar num apoio sob os braços, porém nos somando como apoios constantes na atenção para ele oferecida e por ele recolhida. Aceitou um caldo de cana e em seguida alguns biscoitos de aveia e mel. Falou um pouco. Estávamos com os amigos, que ali tanto antes chegaram na hora marcada. O desvio imprevisto estendeu para mim e o Daniel o tempo nosso daquele dia. Enfim, já éramos um bom grupo de pessoas ajeitando tudo.

Os amigos. Vários cumprimentos realizados. Simpáticas perguntas, conversa sutil e, sobretudo, útil na construção de uma fraternidade sonhada. Nos ocupamos de nossos previstos deveres para com o piquenique e nosso amigo para com o previsto sono avassalador de sua dura ressaca.

Quando, no mirante, lembrei disso, pude sorrir da situação como o adulto esperançoso que vê um jovem errando no seu aprendizado. Olhei mais a cidade e lembrei que o evento seguiu bonito. Houve em mim inicialmente dúvidas vindas de julgamentos sobre o que fazíamos e julgamentos vindo de dúvidas. Porém, rápido, por ser tão boa a companhia desses tão bons amigos, estava em liberdade. Amigos que fazia na hora e, que por estarmos ligados a algo infinitamente puro e belo, podia sabê-los como amigos mesmo em um primeiro contato. Um encontro pela fraternidade traz tais possibilidades à tona, totalmente nascidas de uma vontade que por si só se realiza: amar.

Iniciamos falando sobre o evento. A fala do Fabiano nos percorreu cheia de espiritualidade, organização e conscientização, mas tão pouco carregada de liderança; pois o líder ali era um ideal, uma verdade, uma beleza, que almejada em comum a tudo governa.

A programação previa uma caminhada pelo parque que seguiu elegante como um cavalo marchador pela força e vida de uma verdade que estampávamos em coloridas bandeiras, porém, ao mesmo tempo, humilde como alguém que a tudo ouve e atende no máximo de seus potenciais sorrindo sabiamente.

A caminhada teve uma primeira parada onde ouvimos Fausto explicar sobre a importância da coleta seletiva com muita presença em sua fala e completude que, o momento, dele exigiu. A próxima parada fora na água. O ponto pelo qual eu e Kika ficamos responsáveis. Ela introduziu, eu li de cima do antigo bebedouro de concreto, uma poesia linda de ótimo autor sobre a água, sobre beber água. A Kika falou sobre o valor desse bem que deve sempre continuar com suas características de inodoro, incolor e conter o gosto da satisfação de realizar o seco desejo da sede que se segue em todos nós. Contei o roteiro do banho que tomo a maneira econômica e faço uso do menos possível de água e eletricidade, mantendo tanto quanto ou mais a eficiência de minha higiene.

Andamos mais um pouco pelo parque e como os demais transeuntes, paramos para contemplar o lago, seus peixes, patos e pequenas tartarugas singelas para os que as puderam enxergar. Seguimos para o terceiro ponto. Papel reciclado era o tema cabido a Mafalda. Seu ponto não era nos caminhos de cimento do parque, era dentro mato. Dentro do mato onde vivem algumas horas por semanas alguns escoteiros de São Paulo. O ambiente ali era verde e perfeito.

Contudo não tratamos sustentavelmente o que como humanidade sabemos por meio ambiente. Por isso fazer essa caminhada com pontos ditos de conscientização ambiental.

Bateu uma brisa no mirante delicioso, refleti um pouco sobre como estavam as pessoas, cada uma desse evento.

Como todos que falavam, em sua vez, brilhavam!

Como todos que faziam e acionavam cumprir necessidades comuns a todos irradiavam!

Como todos que participavam ouviam e desenvolviam a mágica luz da presença!

Foram várias as informações tratadas didaticamente sobre reciclagem e, mostrados os meios pelo qual se refaz o ciclo do papel, continuamos para o próximo ponto. Porém, na realidade, eu fiquei no papel reciclado para ajudar com o que tudo ali fora montado, ajudar a recolher, como havia prometido e não participei do último ponto que fora tratar sobre atividade física. Por esse ficaram responsáveis a Vivi e a Mari. Não sei como foi exatamente, mas houve um alongamento e elogios oriundos de corpos satisfeitos com a atividade.

Talvez não haja momento melhor para encaixar essa tola piada que tanto tanto guardei e ainda não usei. Quem fotografou a caminhada, reparei, foi a Vivi. Acreditava também que, assim como os que falavam, ela tinha um "brilho" todo especial nesse ato de registro e genitor da possibilidade de compartilhar em parte restrita e enquadrada visualmente o evento com quem não pudera participar do que conosco acontecia. Mas reparei melhor e aquele brilho, era, na verdade, ao apertar do clique, o flash da câmera fotográfica. Brincadeira, Vi!

Voltei a ver o Daniel no final da caminhada quando a outra parte da programação do dia iria começar. A parte da programação que as pessoas chamavam afinal de programação. Aos poucos sorvi da compreensão dessa restrição em chamar apenas essa quase metade do evento de programação. O Daniel não fizera a caminhada, tinha que ajeitar as coisas da programação. Ali, montamos um quebra-cabeça gigante carinhosamente preparado pela Vi e pela Ju, que ficou lindo e pude ver antes delas cortarem em peças o desenho que reproduzia impecavelmente a imagem do logo dessa semana mundo unido. Não foi fácil encaixar aquelas peças. Demorou um bocado e antes julgara com essas palavras parecer coisa de criança. Vida de criança não é tão fácil assim como a gente pensa.

Após o quebra cabeça, Mari e Pedro foram os mestres da cerimônia. Explicavam o que acontecia, logo teve música. O Daniel tocou violão com o Gustavo e cantou. Houve toda aquela sensação que percorre as pessoas que ouvem música e não se distraem. Depois ouvimos os depoimentos do Diego sobre outros eventos de outros anos e suas experiências. Experiências do pessoal da Árvore da USP, que compõe um grupo do qual eu faço parte e onde eu me encontrei pela primeira vez com essas pessoas de hoje, à exceção feliz e essencial de alguns amigos antigos, entre eles o Daniel.

Aquele rapaz que fora encontrado no ônibus ainda dormia. Mas fora atendido, alimentado por quem por ali esteve arrumando as coisas da programação durante a caminhada que fomos fazer. No final, pôde ir embora o suficientemente recuperado. Como havia perdido sua carteira e sua mochila, demos a ele cinco reais para o transporte até sua casa.

Em uma das músicas, as meninas arriscaram uma coreografia graciosa. Demos agendinhas de nossa 'proposta para um mundo unido' a pessoas que se integraram a nós, aos guardas que estavam ali e a tudo assistiram. Sentamo-nos no chão. Houve uma apresentação de fotos, narrada a sotaque português, de outros eventos de outras semanas, de outras cidades, outros países, outros de nós. Todos querendo ser um.

Apoiei-me, como quem estica todos os tendões dos braços e a espinha, sobre o corrimão do mirante, respirei como quem nutre com oxigênio todos os poros dos pulmões... E olhei para o infinito que todos nós, que realizamos aquele dia tão especial em nossas e em outras vidas, mirávamos. Para onde caminhávamos. Para onde esse caminho leva. Pensei em mim, que estou seguindo minha vida ao lado dessas pessoas e desse ideal de unidade. Que escolha eu fiz! Que oportunidade me foi dada, meu Deus! E, após esse pensamento, reverberaram em mim mil idéias, de maneiras de agradecer pela vida. Concluindo que essa vontade de agradecer, como o amor, por si só se realizava naquele momento. Pois era amor. Ali, olhando a cidade, a melhor forma de agradecer era reconhecer tudo o que me foi dado e que me foi dado por amor! Por amor.

Comentário de uma amiga em relação ao post anterior

Fico feliz de saber dos momentos incrivelmente lindos que teve de terça a sexta, posso saber o que aconteceu?
Gostei da maneira como escreveu o texto e expressou o que estava sentido. O sentimento que temos ao long do caminho da verdade, do amor penso ser demasiadamente profundo, belo, relaxante e de paz, mas infelizmente a vida não é feita apenas de momentos perfeitos e às vezes acontece algo ruim, para isso é sempre bom ter um amigo para ajudar nessas circunstâncias e poder se apoiar, por isso acho que o mais sábio não é calar-se e guardar tudo para si, mas poder ter alguem em quem confiar, para desabafar e ajudar-nos a levantar-se.
Uma cidade unida, talvez seria um tanto utopico pensar isso, mas tenho esperanças que um dia, isso possa vir a acontecer e qual maravilhoso seria.
Escolhas, a cada dia temos que fazer escolhas, desde a hora em que acordamos, ao decidir tomar um café, leite ou talvéz um suco.... a vida é repleta de escolhas, resta-nos saber qual é a certa a ser tomada, qual o melhor caminho a seguir, as consequencias e td que a envolvem.....
Como vc esta? em meio ao sopro de paz ou ao calor indesejavel e inutil?penso que talvéz seja dificil estar em um ou outro... pois um mesmo dia podemos viver ambas as situações...
estou ansiosa para ler seu texto a respeito de sabado.

sábado, outubro 20, 2007

À flor da pele

Obrigado pela semana mundo unido. Tive momentos incrivelmente felizes de terça a sexta. Como o sopro da paz que nos visita quando estamos a caminho da verdade e do amor. Há vários momentos em que essa brisa vejo distante e o suor de um calor indesejável nasce antigo e inútil. Agora, se o telefone tocasse agora e fosse eu mesmo ao outro lado da linha perguntando-me como estou, responderia. Mas escolho calar-me de mim e não ligo. Escolho ir à noite dar uma volta pelo bairro de bermuda, calçando chinelos, carregando as mãos nos bolsos e no peito uma cidade que sonha se unir.

Um beijo, minha querida.
Boa música.

quarta-feira, outubro 17, 2007

Mamãe é pop!

O recado matemático de mamãe já rendeu 5 comentários. Não sabia que ela era assim tão pop... Gostei!

segunda-feira, outubro 15, 2007

Um terço

Fato é que eu sou de Aparecida do Norte. Terra de Nossa Senhora Aparecida. Meus amigos sabem disso. Uma amiga, sabendo que eu ia para lá no dia da Padroeira, deu um terço para eu benzer em missa lá no Santuário Nacional. Fato é que eu não fui à missa, mas fui à procissão, à celebração que teve depois, que teve bênção (adoro essa palavra pelo fato dela ter dois acentos) e assisti a queima de fogos que veio em seguida. Foram tantos fogos que fiquei com dores de tanto olhar para cima. Foi um momento muito lindo com a minha mãe viver todos esses eventos. Eu sempre me reapaixono por ela. Aconteceu que eu esqueci em Aparecida o terço da minha amiga. Saí meio às pressas para poder ir de carona bem cedo no domingo e esqueci. Hoje, no meu e-mail, tinha a seguinte mensagem da minha mãe. Que eu achei o máximo!

Recado Matemático

Você esqueceu 1/3 em 1/4 aqui em casa.
Vou encontrar 1/2 de mandá-lo.

Seu pai poderá levá-lo.
Bj
Mãe Áurea

quarta-feira, outubro 10, 2007

Amizade de portão

...aquele papo confessional com a minha amiga na porta da faculdade foi demais e eu me senti extremamente próximo a ela, uma proximidade que ainda não tínhamos apesar da admiração mútua que temos um pelo o outro e os votos naturais de sucesso à vida de cada um, munidos do sentimento de cumplicidade espontâneo que habita os sorrisos de uma amizade que muito prezo.
Estou com saudade de mim.

quinta-feira, setembro 13, 2007

Sol


nunnu, upload feito originalmente por notsogoodphotography.

Ju (da pastoral) diz:
(não sei como me identificar sem esse "pseudônimo" péssimo)

...nos preocupamos demasiado com tudo, com todos, conosco, com medo, com desejos, com conversas, com o nada, com o tempo; com tudo aquilo que não nos pertence.
Não nos preocupamos em perceber as pequenas coisas que nos são dadas gratuitamente e por acréscimo, sem nada termos feito por merecer, mas por simples e grandioso fato de termos sido um dia um sonho de Deus. Não nos preocupamos se um dia não nos fosse dado a luz, os sorrisos, as saudades, as flores, o azul, o entardecer, as estrelas, o orvalho, os perfumes, os bolos-de-chocolate, as poesias, as brisas, a grama molhada, as primaveras, os ataques de riso, as piadas sem graça, os violoncelos, os morangos, os passos, os sonhos, a infância, os abraços... não lembramos que mesmo se um dia não estarmos aqui, o sol aquece a cada manhã.

domingo, agosto 26, 2007

Bandeja na mão do tempo

Cada hora peso em um lado
Cada lado vive em vez
Nessa vida desequilibrada

Vitor visto em partes
Cortes que eu não queria ter
Nessa vida tipo errada

Conto - será - com o que eu queria ser

No mundo, sua mão passeia em mim bandeja
O tempo, se pudesse, achava o centro
e fazia dele o meu pesar

No fundo, só passeia em mim deseja
E, se eu crescido houvesse,
menos seria esse provar


Conto será com o eu que eu queria ser?

No mundo, sua mão passeia em mim-bandeja
Atendendo o quês, que pesam em mim efêmeros
O tempo, só ele pode, achar o centro
e fazer dele o meu pesar

No fundo, só passeiam em mim desejos
de segundo em segundo desejo desejar
E, contudo, se eu-crescido houvesse,
menos seria esse meu infinito provar

terça-feira, agosto 21, 2007

usei tua foto, luisa morais

Para uma poesia usei tua foto
Se ousei ou não, a publiquei sobre meus versos
E já enviei o par aos meus amigos
Não peço que não fiques brava comigo
Só que carregues consigo
As palavras que digo

Tic Tac Tum. Tic Tac Tum.


Tic Tac, upload feito originalmente por luisa morais.

No relógio, fui ponteiro
Apontando todo segundo
Para os tristes pontos
do meu tempo

Tempo fui e não vi mais
o tempo passar
minha única atividade era apontar
e apontar e apontar

Era uma inútil tentativa
de apontar para o presente
constantemente só

Mas sem saber para quê
Só me sabendo como tal
e que um dia eu estaria
livre das horas de agora

sábado, agosto 18, 2007

Rainer Maria Rilke – Elegias de Duíno

Aba do livro de poesias:

Penetrar no universo poético das Elegias não é fácil, assim como viver também não é fácil – e é a existência humana em todas as suas implicações que elas transfiguram em imagens singulares. Rilke mesmo reconheceu o hermetismo destes poemas, e, se hoje é possível a sua exegese, nós o devemos a certas observações que fez em carta a seu tradutor polonês W. Hulewicz.

As Elegias se constroem a partir da consciência da separação ontológica e da fugacidade da existência. Num primeiro momento, a vida é sentida como uma impossibilidade, pois o desejo de posse a falseia a cada instante e a visão da morte a tolhe em todas as suas manifestações. Não podemos ser simplesmente, pois a nossa consciência transforma a vida numa floresta de signos que nos distraem e nos desviam de nosso destino. Entre os animais, que, ignorantes da morte e desprovidos de ambição, se sentem imersos no curso universal, e os anjos imortais e perfeitos, estamos colocados numa posição ambígua, vítimas da voracidade do tempo. O amor, que poderia fazer-nos transcender as nossas limitações, também se mescla do desejo de possuir o amado. Por isso, felizes são os que morrem crianças e as amantes abandonadas, que libertam seu amor do objeto amado e superam-se “como a flecha ultrapassa a corda, para ser no vôo mais do que ela mesma”.

Contudo, gradualmente se impõe ao poeta o valor da existência. É nossa missão eternizar as coisas, reduzir a vida das coisas ao espírito através da conscientização. E, afinal, vitorioso o espírito, é possível celebrar a morte e aceitá-la como um momento a mais do Ser universal.

segunda-feira, agosto 13, 2007

A um amigo

Havia uma folha que havia nascido presa em duas árvores. Essas duas árvores cresciam e ora a puxavam para seu lado. A folha gemia de dor. Era a fotossíntese dela mágica que dava vida as duas árvores. Mas, para poder chegar mais perto do sol, só poderia alimentar uma árvore. E teria que ser a certa, pois a outra não cresceria se não houvesse disputa. Escolheu a árvore certa, a outra morreu sem fotossíntese e assim a folha pôde dela se desligar. Transformar-se (escolher) doeu, mas ela sorria, pois sabia ir atrás do que era certo e do que lhe faria bem; chegar ao sol. Seu sonho. Ela nunca encostou no sol, nem poderia pois a infinitude do calor a queimaria e a transformaria em sol. Mas pôde sorrir no dia em que morreu e o acorde maior de uma brisa a arrastou para sempre.

quinta-feira, agosto 09, 2007

É tanto carinho...

Faço questão de comentar....
Lembro quando eu e a Ju, ao chegarmos a escola, no cursinho, já íamos te perguntar se tinham textos novos...
Adorávamos lê-los. Lembro um texto que você contava de ter pintado seus cabelos de vermelho... alguma coisa “dragão”, viu como lembro... (uahahah), tbm um outro texto que vc descreve com detalhes sua ida a cozinha de sua casa e menciona “pírula zul”(uahahah), eram textos que nos faziam rir, sorrir. O dom de dizer coisas simples, com palavras simples, resultando um texto sofisticado e prazeroso... Conversei com a Ju esses dias (que me falou do seu blog), e lembrei um dia que te perguntei (na cantina da escola) de que disciplina vc gostava mais, vc rapidamente respondeu: “gosto de tudo e não gosto de nada, tudo é lindo”. Que memória hein uahahahah...
E se me permite, emprestando seu texto... Depois de muitos anos, ao ler seu blog, vc não me fez contrair os músculos do rosto, mas repousá-los na alegria.
Fica com Deus.

Elisa Mathias

quarta-feira, agosto 01, 2007

Descobri que sorrir nunca foi contrair os músculos do rosto, mas repousá-los na alegria.

sábado, julho 28, 2007

Visitante inusitado 2

Ontem, anteontem, esses dias... Ele me visitou inúmeras vezes. Fiquei feliz! Tudo ótimo em casa enquanto o recebia, sentava-se na mesa sereno como sempre, olhando-me, ensinando muita coisa, simplificando antigos problemas... Até que eu algum erro cometia. Na hora de servi-lo, por exemplo, e pronto! Por conta disso, pedia para que fosse embora, abria a porta sem nem mesmo olhar em seu rosto; ficando sozinho a pensar. Na casa, eu só, buscando o que deveria ter feito para julgar perfeito os atos meus, julgar perfeito o que preparo para lhe dar (nesses momentos escuros sempre me dá uma confusão danada, pois descubro que julgo perfeitos tempos em que não sei o que é julgar). Como eu pude errar um passo tão óbvio dessa receita? Eu pensava. Aí, nesses dias aprendi algo de toda a diferença. Ao invés de ficar andando pela sala, abrindo e fechando a geladeira, os armários, ir a cozinha e voltar e não pegar nada, não fazer mais do que coçar a cabeça durante o percurso em busca de algo que eu nem sabia o que era e ainda não descobri; aprendi a parar e respirar (o ar é um presente importante, nos dá vida). Imediatamente, estava sereno como ele. Corrigia a postura e podia sorrir. E podia pensar no que fazer a partir do presente. Ao iniciar esse pensamento, abria a porta e o via ainda não muito longe, pois ele anda devagar, com a mão no bolso, contemplando o caminho... Já ouvi meu vizinho dizer que ele é o próprio caminho. Para mim é um doido cuja loucura é amar de verdade todo mundo. Aí, eu gritava: Hei, Senhor! Ele parava, virava a cabeça primeiro, depois voltava o corpo para mim e, ainda com as mãos no bolso, me ouvia perguntar: Me perdoa? Sem responder, ele começava a voltar. Eu ficava feliz! Enquanto vinha, eu tentava preparar de novo o mesmo prato se fosse possível, para aprender. Mas, se não tivesse mais aqueles ingredientes, tentava criar algo novo. Sempre tem bastante coisa em casa por conta dos meus pais, irmãos e amigos.

O número no título desse texto é por ele ser inspirado (por demais, eu diria) no texto de um grande amigo: Visitante inusitado

terça-feira, julho 24, 2007

tree


tree, upload feito originalmente por Flavs Paradise.

Livro-me do livro fechando-o. E abrindo os olhos para o mundo ao meu redor, não compreendo. Como posso levar um outro tão grande e belo quanto em minhas mãos. As olho e, como não sei fazer a pergunta certa, elas não respondem, contudo se mostram inteiras a mim. É engraçado.

sexta-feira, julho 20, 2007

"...a todos que sofreram acidente no vôo da TAM"

Peguei a vela na estante e fui até meu pai que esperava no portão. Subimos a pé em direção a Basílica de Aparecida. Lá chegando, nos separamos. Ele foi conversar com um padre, comemorará 25 anos de casado amanhã; eu fui até a capela das velas. Pensei no acidente da TAM. Com a chama da vela vizinha acendi a minha, vela de sete dias. Como dói perder! Lembrei. Que os belos anjos tragam do céu o que é preciso na terra - mais uma vez. Oração. Que o manto azul cubra do frio os que agora tremem. Meu olhar fixo na chama. Em nome de um Deus, que é Pai, Filho e Espírito Santo. Olhar para cima e ver um crucifixo; muito mais que vê-lo, sentí-lo. O ar da capela das velas tem uma suave fumaça, que faz ali reinar mais belas as luzes do céu, quando é dia. À noite, só se vêem as luzes da terra - fazemos o possível. Era dia. O sol mandava o presente por entre as frestas artisticamente propositais da parede e todo o caminho da luz era visível e terminava em Cristo. Outra parte terminava onde está agora a vela que acendi; só depois eu reparei. Sorrir foi inevitável. Um sorriso como o de um menino que enxerga o céu pela primeira vez. Conforto, consolação, beleza. Também inevitável a vontade de chorar, que vinha em pulsos que escolhi controlar. Saí da capela. Sentei ao sol, na larga escada. Abaixei a cabeça por um tempo e me levantei. Fui ver a vela como estava. Bela chama. Chama por quem? Sabemos. Sorrimos. Mas uma dor volta. Rezamos. Saí da capela mais uma vez e meu pai já estava vindo. Nos abraçamos e fomos andar. Uma sexta-feira à tarde.

terça-feira, julho 17, 2007

Scrap




E,
por opção dela,
quedam poesias em seu perfil

Uma de Quintana
outra de Drummond

Meus olhos rolam pelas verdades dos versos
Imagino se um dia direi assim
quando o que soprou nesses poetas
soprar também em mim

Minhas palavras ainda são novas
Dizem-me: envelheça, poetinha!
No depois se enxerga melhor a juventude
Você pode balançá-la e pesar seu valor...

Oras!
Mesmo que eu não tenha como dizer com esplendor
O que é tudo isso em minhas mãos,
Sinto
percorrer por dentro delas

Vem do coração

Obrigado pela inspiração, Nina

segunda-feira, julho 16, 2007

Crise?

-Crise?
-Pois é...
-Por quê?
-Não sei...
-O que acontece?
-Sinto-me distante de Deus.
-Como é isso? O que é estar perto?
-Com toda a descoberta e encontro no começo do ano eu estava divino! Sentia-me viver muito forte o plano espiritual. Sabia medir em cada coisa o que era e o que não era vontade de Deus: mil providências a todo momento. Mas parece que eu fui deixando de seguir a Sua vontade... Pode ser. Será um tempo de depuração? Suportar um mundo nos ombros, como diz o poema? Mas para que um único homem erga o mundo, é preciso que esse esteja vazio. Tá tudo dando certo de uma forma, mas uma forma vazia. Como um livro para colorir que está cheio de formas e esperando que a mãozinha da criança venha. Não adianta ter o mundo para colorir sem os lápis-de-cor. Lápis-de-cor... Lápis-de-cor são pessoas. Pessoas se encontram quando você está se desprendendo de você mesmo. Se você não está mais em si, pronto: não pode levar o mundo nos ombros, ele não é só seu. Existe o outro. Na verdade, ele é de todos, por isso, de Deus. Visto isso, você vê que é, também como os outros, um lápis-de-cor, cor única e insubstituível, cor única e que irá pintar as partes mais importantes dadas a você no grande desenho que Deus lhe oferece e conta reaver coloridas, ofertadas pelas mãos do homem que você é.

Obs: O último momento desse texto é inspirado na frase de Rabindranath Tagore: "Deus conta reaver suas próprias flores, ofertadas pela mão do homem".

quarta-feira, julho 11, 2007

OS OMBROS SUPORTAM O MUNDO

Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
...
A vida apenas, sem mistificação.

Carlos Drummont de Andrade

sábado, julho 07, 2007

Sábado

Acordar nocauteado da semana ótima que foi recheada de cultura, aprendizado, novas pessoas, novos lugares, lugares comuns, vida que preenche a minha e a faz ser. Ah, sábado! Acordar bem tarde de propósito. Boiar um pouco na internet. Comer um pão de forma assistindo um programa porcaria enlatado na mtv, desses que enferrujam a feijoada da cultura nacional. Resolver cuidar da vida, trocar de roupa e ir ao supermercado só comprar chocolate, derivados e iogurte. Um pote de Toddy também porque tinha acabado. Mas esse eu não vou pôr na mochila. Deixar as coisas no apartamento e ir até o bar/lanchonete/restaurante da esquina comprar uma feijoada para almoçar. Aceitar a caipirinha free para tomar enquanto espero o moço montar o martitex. Sim, eu tenho garfo em casa, não precisa. Valeu. Tá aqui. Tomar o meio copo-americano da bebida nacional restante às pressas, pois o moço foi mais rápido do que eu. Nada bom somar pressa e álcool. Em casa, preencher o estômago da comida nacional. Divagar no blog... Decidir dar jeito na vida mais uma vez. Ir fazer a mala e partir para Vargem Grande cuidar das crianças num retiro... É! Também ir ver uma grande amiga que batiza sua filha. Ver um, dois, 9 grandes amigos, fazer novas amizades nas crianças e seus pais e derivados. Mas ainda não parti. Estou na parte do blog. Cadê A Mulher de Trinta Anos do Balzac? Vou dormir com ela nas mãos enquanto estiver no ônibus. Será que esses biscoitos serão suficientes para três dias? Acho que irei apagar no ônibus com a cabeça no vidro que tremerá meus pensamentos, os quais não me lembro mais. Fazer a barba.

Para m.

Enxergar a dimensão espiritual da vida esclareceu muita coisa para mim... Mas, às vezes, não quero as coisas esclarecidas, compreendidas; geralmente quando caio. Aí, fecho os olhos e só vejo esse organismo chamado mundo, sem sua alma. Mas, se os abro novamente, preciso de algo para me apoiar e manter-me em pé. Só há um lugar que pode nos manter assim, o chamo Amor.

quarta-feira, julho 04, 2007

Lina!


Estava na rua Traipú às 18h e 10min no domingo passado. Quando ela atendeu o celular dizendo o seu Oiiiií... na sua voz meiga e sotaque coreano, o sorriso que nasceu em mim era fruto de lembranças e do contentamento em estar novamente diante de alguém muito querida.

RiNa Yoo (lê-se Linaiô) estudou multimeios por um ano na puc comigo, no primeiro ano do curso. Já fazia um ano e meio que não nos víamos.

Desde que entrei na faculdade, cada semestre mais parece um ano inteiro. Assim, parecia que não nos víamos a três anos. Mas, quando me cumprimentou, Lina rompeu o que a minha mente humana constrói e chama de “distância do tempo”. O novo encontro ligou-se ao último como quem une um novo novelo de lã e pode continuar a tricotar um presente que vai dar com tanto carinho. Como é bom poder sorver da taça da vida esses momentos!

Outra alegria me veio ao ver aquela tímida graça, que não falava português com a agilidade brasileira pouco tempo atrás e se reservava muito quando entre os numerosos colegas, dançando com seus amigos uma coréiagrafia, quero dizer, coreografia complexíssima e sofisticadíssima aos olhos de um jovem que só sabe alguns passinhos de forró e olhe lá!

Ela estava no ambiente dela, recebendo-me. Que maravilhoso convite! E como havia mudado! Mantendo-se completamente a mesma pessoa. A língua que falamos não dá conta de explicar o que são as transformações e tão menos quem somos nós.

Lina me contou da maior facilidade de se aproximar das pessoas com mais facilidade, após estar nesse grupo; do encontro com Deus, eu assim resumo. A liberdade de ser com todos livre. Eu também a cada instante experimento essa sensação: pouco a pouco aprendemos a nos colocar no momento presente verdadeiramente. Pensar é, às vezes, inadequado. Quero abrir os olhos na árvore do mundo, ver os frutos que aqui estão e me fartar da doçura contida em cada um como quem está numa mangueira desnudando grandes caroços.

Depois de sua apresentação, havia um jantar com todos os presentes. O convidado sentou-se ao lado de sua amiga muito contente e feliz por estar ali, sentia-se muito bem. Lembrava e via mais uma vez a inocência daquela menina cheia de paz, que dividia seu dom com prazer e muito fazia rir. Incrível sensação da pureza infantil sinto em mim quando converso com a Lina... É tudo tão simples no vocabulário que usamos, tudo tão claro; piadas tão brancas, como a lua que reflete a luz de um ser maior. Obrigado, Lina!

segunda-feira, junho 25, 2007

Auto-retrato


Auto-retrato, upload feito originalmente por Vitor Bustamante.

quarta-feira, junho 20, 2007

Hiatus

Ah, poeta que leio agora
Busco em ti o que havia em mim outrora
e parece perdido...
e não há mais...

Mas deve estar aqui; bem perto
Aqui nessa mesa deve estar
Sei que está muito próximo

Mas onde? O que me falta para achar?
Harmonia humana, divina, musical...? O quê!

Onde está a caneta mágica
que você bem usou
no livro que tenho em mãos
e que eu tinha
e com ela tecia meus
versos de poeta aprendiz?

Ah, Moacyr Sacramento,
o quê está em mim desligado?
Em quê não estou ligado?
E que você se liga tão bem?

Tão facilmente em seus versos
pega um punhado da terra escura
na concha da mão e me mostra
e sei que a caneta mágica está ali oferecida
a todos que te lêem

Como voltar a merecer e
assim receber a inspiração dos poetas?
Os sentimentos transbortantes?
Seja meu Rainer Maria Rilke!
Vitor Bustamante

Resposta

Olá, Vitor! Obrigado pelo texto. A sua, com certeza, é uma alma boa e a isso se deve tanto carinho para comigo. Estou longe, muito longe de poder ser orientador de alguém! No entanto, como o poema sugere um pedido, eu vou me arvorar a dar-lhe uma sugestão: a magia não está na caneta e sim, no Espírito Santo de Deus que habita seu coração. Não há que procurar no material pelo que pertence à Luz. Reiterando o agradecimento por sua gentileza, deixo aqui um fraterno abraço do Moa.
Moacyr Sacramento

terça-feira, junho 19, 2007

Primeiro trailer

Esse é meu primeiro trailer, feito na faculdade. Para o filme documentário Buena Vista Social Club, de Wim Wenders e Ry Cooder.

Gosto muito da música cubana e, quando caiu esse filme para eu fazer o trailer, fiquei bastante alegre. O resultado foi menos satisfatório para mim do que para o meu professor que gostou muito da minha escolha em focar mais no povo; o lado da vida das pessoas prevalecendo sobre o profissional-musical. Também gostei disso. Mas vejo ainda muitas falhas. Tomara que vocês comentem para eu saber o que acharam. Podem criticar à vontade - por favor.

segunda-feira, junho 04, 2007

Olá, pessoal da faculdade!

Não estou pensando muito na festa. Minhas idéias da nossa formatura, hoje, são sobre a entrega dos diplomas, que sonho e sugiro que seja no TUCA. Vejo ali um momento importantíssimo para cada um nós, nossas famílias e nossos professores. Pelo menos para mim, uma hora para derramar alguma lágrima. Refletir profundamente, como em nenhum outro momento isso poderá ser atingindo mais vivamente, sobre o que foi toda a nossa experiência (ainda estamos nela), as pessoas que conhecemos, nossos passos na estrada do aprender e fazer e também sobre como repartimos esses aprendizados e realizações com a sociedade - responsabilidade. Vejo também um momento para revermos os erros, mas dediquemos 20% de nossos pensamentos aos erros e 80% aos acertos que devem ser valorizados imensamente.

A festa é A festa, é a hora de pular, expressar nos sorrisos, passos de dança (a banda tem que tocar forró, hein!), nos abraços, gritos calorosos, poses para as fotos, brindes... Tudo isso que estamos comemorando e nos preenche e nos dá motivo! Agradecer aos convidados, certamente pessoas importantíssimas na nossa vida e, se assim o são, o são também para a nossa experiência no multimeios inseparavelmente. Na felicidade ali posta e vista em nós que comemoramos, nossos pais ou responsáveis (como o colégio gostava de dizer) vejam o esforço de pagar a mensalidade, ficar longe dos filhos (para os que são de longe como eu), ajudar no que puderam e tudo mais Recompensados. Porém, ali Nasce uma esperança, que é belíssima e que precisamos nos esforçar para a sua realização. A esperança de que seremos insubstituíveis no mundo, pessoas transformadoras e, acima disso, grandes seres humanos. Se o nosso universo se abre ainda mais, se aumentam as possibilidades dadas a nós, com elas aumentam nossas responsabilidades. A importância da festa é muito mais do que eu pensava. Ela é uma realização, um encerramento que mais abre para tudo do que fecha o curso, mais do que o "último momento de todos juntos", é o momento de uma mudança, de sentir no corpo e na alma todo o significado desse momento: vivê-lo.

Escrevendo isso, finalmente meu coração bateu para a festa também. Já era hora. Os dois momentos (diploma e festa) são importantíssimos e a cada um deles devemos dar o mesmo peso. Um mais reflexão, outro mais dançar!

A cara da festa deve ser a nossa. A festa sai de nós. O sentido é de dentro pra fora. Não nos encaixaremos em moldes. Mas isso não exclui em mim a vontade imensa de dançar com minha mãe uma valsa - que seria ótimo ser uma valsa o mais multimeios possível.

Ajudarei se for festa tradicional ou criativa, como está em questão. Mas torço imensamente para que haja um caminho do meio para seguir.

No circo chamado multimeios, no espetáculo Formatura, andando na corda banda da discordância, o destino, que equilibra os pesos de sua mão direita com os de sua mão esquerda, consiga equilibrar-se até o fim e realizar seu número inesquecível ao som das palmas das mãos de todos nós.

Vitor

quarta-feira, maio 09, 2007

Vaga-lume

Estou a voar como um vaga-lume: ora cheio de luz, ora vazio Dela; ora olhando e querendo o que vem, ora olhando e querendo o que foi.

sexta-feira, abril 20, 2007

Guaratinguetá-SP - Hospital Frei Galvão

Dez dias se passaram desde aquela terça
Mais de dez mil vezes bateu meu coração
Mais de dez mil corações bateram ao meu redor em São Paulo, em Aparecida... Na Estrada
Todo o calor gerado tento trazer comigo agora
Inundar esse hospital palmo a palmo
De tudo carregar o melhor: o amor que Ele nos dá
Saber que o útero onde fui gerado e meu irmão
De minha mãe será tirado – Mioma
Quantas mãos se juntaram próximas a peitos quentes em oração

A Mãe do Vitor; a Professora Áurea; a Mulher do Agostinho; a Dona Áurea; a Mãe do Caio; a Tia Áurea; a Patroa da Fátima; a Irmã da Bel; Irmã do Carlinho; do Paulinho; a Tia Amarelinha; a Áurea do Agostinho... Irmã do Adriano; Madrinha da Fernanda; prima da Marivete que vive na varanda. Aquela que pega os alunos difíceis e os coloca no eixo; em um ano põe cinqüenta a ler e escrever, se encanta com eles, nos encanta com seus encantamentos; anima e recebe a todos em casa, é só lá onde muitos se encontram. Une a família, querida por todos.

Quantas mãos estão agora a cuidar dela
Enfermeiras, médicas, amigos, família... Oração
As mãos dos pedreiros que ergueram esse hospital
As mãos dos pesquisadores que descobriram medicamentos, tratamentos
Também cuidam de minha mãe
As mãos pequeninas que escreveram um bilhete de carinho a professora
As mãos que a batizaram
Também cuidam de minha mãe
As mãos humanas que plantaram
Que massagearam a Terra, que retribuiu alimento
Também cuidam de minha mãe agora, que está em jejum, anestesiada
As mãos de Deus que a fez, agora lapida mais o seu projeto trazendo do Céu o que é preciso na Terra

Ainda viajará muito mais, Mulher
Por esse mundo que Ele criou
Essa caminhada que só se faz a pé
Onde se encontra a Verdade, a Beleza e a Bondade

Com Fé

Seu filho
Vitor

terça-feira, abril 10, 2007

Às vezes, comprar a passagem pode ser o melhor da viagem

O Antonio Afonso foi comigo até a esquina. Despedimo-nos e entrei no metrô São Joaquim. Em pouco tempo estava no Tietê. Era quinta-feira da Semana Santa. Quando cheguei na rodoviária e parei um pouco para olhá-la, ver que, na verdade, a rodoviária são as pessoas em movimento e não o prédio estático, deslizei os polegares pelas alças da mochila que carregara o dia todo. Estampada em meu rosto estava a frase "Ir pra casa". Na covinha da minha bochecha estava a palavra "satisfação" disputando um pouco daquele espaço com a palavra "enfim". Até que eu vi que uma não anulava a outra e assim meu sorriso aumentou, a covinha também e as duas com espaço puderam ali dançar uma música em homenagem a harmonia.

Pensando que "enfim" nascia do desejo de chegar e que "satisfação" nascia de onde já se estava, andei até a fila do guichê para comprar minha passagem. Havia mais duas filas a minha direita e, em cada uma delas, uma mãe e, em cada mãe, duas pernas e, em cada par de pernas, uma filha que segurava a calça adulta com seus dedinhos pequeninos. Meus polegares novamente pelas alças da mochila deslizavam. Olhei para a primeira menina, que estava bem ao meu lado. Ela me olhou séria. Voltei. Olhei de novo com o meu sorriso estrelado por minha covinha. Pareceu que algum brilho refletiu no rosto dela e ela me sorriu. Segurando o sorriso, olhei para a frente como quem está fazendo arte. Estava na minha fila. Percebi a segunda menina me olhando. Um sorriso em mim, um sorriso nela. Cúmplices de um sorrir. As mães olhavam só para a frente, estavam em suas filas com o dinheiro na mão. Coisa de adulto. Eu, quando estava olhando para frente e com a carteira na mão, era só uma criança brincando de gente séria. Fazia isso para fazer graça com as duas. Comprar a passagem era o que menos tinha a minha atenção naquele momento.

Eu “sério”, virar o rosto de repente e pegá-las me olhando em flagrante. Ou, elas me pegando em flagrante, eu virar o rosto de repente e fingir estar sério continuando o meu caminho reto. A brincadeira deu a nós três um tempo totalmente diferente do que era o tempo para as outras pessoas nas filas, do que era o tempo que corria no grande ponteiro dos segundos no grande e pesado relógio da rodoviária. Um em cada fila estávamos todos num mesmo lugar e nele vivíamos intensamente. Conversando horas só com os olhos. Longos papos plenos e profundos. Nossos espíritos usando os nossos corpos. Como éramos grandes e leves ali.

Cada um havia chegado vindos de um lugar diferente e diferentes eram os destinos escritos nas passagens, diferente seriam os ônibus, os motoristas que nos levariam a diferentes locais, mas naquele momento era tudo um um. A união nas diferenças. Diferenciar e unir. Não dividir e misturar! Que força éramos nós três! Uma força única habitanto três pessoas naquele momento.

A menina que vi primeiro foi embora primeiro. Saiu quando eu estava sério com carteira na mão e quando a vi já estava de costas, ela saltitava feliz de mãos dadas a mãe, que não presenciara o nosso segredo. Aqueles pulinhos da alegria da menina eram fogozinhos de artifício que raiavam o meu coração iluminado. Trazer para a felicidade. A segunda menina eu não perdi de vista na despedida. Muito preocupada em manter o segredo, demorou um pouco para responder o tchau com a mão que havia lhe dado. Quando viu que ninguém estava olhando, com uma carinha tímida em seu um metro de altura, disfarçando, me respondeu com a mãozinha mais graciosa que já vi em uma criança. Aqueles cinco dedinhos apontavam para o que há de melhor no mundo, eram os raios de um círculo perfeito chamado amor e me entregavam o maior presente de todos mostrado a mim na palma daquela mão: a vida. Aquelas duas na quinta-feira... Saltinhos e dedinhos! Foi a coisa mais linda.

domingo, abril 08, 2007

Meu avô

Belmiro Bustamante Reis, meu avô, é o RETRATO do Jornal Lince em Aparecida no mês de março de 2007.

sexta-feira, março 30, 2007

Estrelas

Elas não sabem que brilham
Por isso não há orgulho ou barulho

Elas não sabem que trilham
Com isso muitos homens no escuro

A luz da minha vela
É o desejo estrela
Que aponta enfim
Ao infinito de mim

A luz que há em vê-las
É não querer tê-las
Simples assim
Sorriso sem fim

Se da visão esplêndida me molho
Se há razão em vê-las em seus olhos
Todas têm um nome
E sem elas não sou homem

domingo, março 11, 2007

Queria

Queria que ouvisse todos os trechos de música que canto interpretando o personagem da vida que sou
Queria que ouvisse todo o eu que é dito quando paro para falar sobre mim
Queria que ao telefone estivesse realmente entregue o que sentimos, sem abafos; desabafos
Queria que todo encontro nosso fosse uma terça-feira de manhã no jardim da saúde pública

Queria que me visse tentando correr atrás de Deus em todos os momentos de consciência
Queria que me visse falar com as pessoas e saber o que está por trás das palavras que solto

Queria que você visse o que os amigos me falam e o que aprendo com eles sobre mim e sobre os outros
Queria que você visse todos os momentos felizes que me esforço para viver e a comunhão com Ele que tenho neles
Queria que você visse todas as possibilidades que tenho e as escolhas que faço agora
Queria que você visse como enxergo as mensagens Dele em relação a cada escolha
Queria que você visse tudo o que escrevo para você e pensasse no que está detrás dessas palavras
Queria que você visse que quero te querer e por isso te quero como ninguém

Eu queria que você me visse dançar e assim seus olhos dançariam juntos embalados pela felicidade e alegria que posso viver

terça-feira, março 06, 2007

Amigos

Olhem o que me chega para fechar esse dia maravilhoso... Nossa! Que dia maravilhoso tive hoje! Acordei 6:20, li meu livro, e-mails, encontrei a Carol para fazermos trabalho de manhã, almocei bem, ensaiei músicas que cantarei amanhã na puc, digitei e imprimi as letras das músicas para as pessoas acompanharem, li textos grandes de e-mails, fui bem na aula de sintaxe visual no meu desenho a mão de tipografia, encontrei a Vi na paulista para receber pela happy o convite de sua formatura, ....... ..... ... ........!!!, jantei super bem, vim a pé da Paulista até em casa no Butantã. Corri um pouco também. Cheguei em casa e a Nati e a Camila estavam na cozinha fazendo pão de queijo. Liguei para os meus pais. Para as meninas do possível trabalho na faculdade. A Nati e a Camila me orientaram no bom uso da máquina de lavar, estou comendo o pão de queijo que elas fizeram e vendo meus e-mail. E, num deles, encontro isso aí embaixo! Que dia maravilhoso!

Amigos não são apenas amigos,
São manifestações do Amor,
São acesso ao transcendente,
Porta de entrada do meu profundo eu
São multiplicadores dos sentimentos,
Indicam o infinito.
Amigos me fazem Te experimentar
São protagonistas de milagres
Sem eles, Tu estarias ofuscado
Amigos são o brilho de Deus!
por Cristian Sebok

Obrigado Vitão (escrevi pensando em você)!
Cristian

domingo, março 04, 2007

Nunca se esqueça (a duas mãos)

Eis que recebo aqui um comentário da Argentina e tenho meus versos continuados por outras mãos. As mão femininas de Maria Ines, responsável pelo ARCOIRIS, amiga que me deu o prazer de recebê-la em São Paulo e conhecer o centro histórico da cidade nesse último janeiro quando visitou o Brasil. Esses novos versos são um prazer imenso para mim, um presente todo desprovido do lado material da nossa vida. Coisas que fazem o peito sorrir da bela e simples amizade! Obrigado, Ines! Alguém quer se juntar a nós e continuar o continuado?

Nunca se esqueça

Nunca se esqueça de se tornar a pessoa mais incrível que você conhece
Nunca esqueça de buscar conhecer as pessoas mais incríveis e, como elas, Viver
Nunca se esqueça de ver quem as pessoas são
Se esqueça completamente de olhar para o que elas não são
Assim, você sempre terá as imagens na retina do coração

Nunca se esqueça de adorar o Momento que você tem agora
Nunca se esqueça de dar uma mão ao seu próximo mais próximo
Nunca se esqueça de deixar uma marca no coração das pessoas com as quais você convive
Se esqueça completamente de pensar que você NÃO é capaz de Amar
Para assim poder ver milagres ao redor de você

sábado, março 03, 2007

Correndo

Estou correndo na noite
O corpo sua
O coração,
As pernas e
A mente
Não param

Estou correndo na noite
Sou todo seu
O coração,
As idéias
Da gente
Não param

Estou correndo na noite
O corpo sua
A inspiração
As idéias
A mente
Não param

Estou correndo na noite
Sou todo seu
Minha razão
Eu vou
Para frente
Não paro

Exigência

Parece que eu fiz errado
Ao agora com ela falar
Ahhh... Onde se quer chegar?

Só se caminha errado
Se em algum momento
Não se anda em direção
Ao lugar desejado

Medir as palavras e as minhas repostas
Achar que elas não levavam
Ao bom lugar

Não se sentir à vontade
Não se sentir Aquele Vitor Amor
Mas no fundo estar bem
Deus
Sorrir

Sentir-se errar
Mais não foi nada demais
No fundo se está bem
Deus

Você já pensou?
Já, pois ela pediu isso, claro
Já, pois pensei
Como seria?
Não seria bom
Para nenhum dos dois
Seria mentira
Seriam personagens
Pular do mundo e
Cair no palco do desistir
Insatisfeito eternamente

Que bom
Podemos escolher
Sorrir

Mensagem

Chega de escrever
Desligo o computador
E vou correr a noite quente!
Colhendo a brisa fresca

Não só alegria mas, FELICIDADE

Ontem me senti o mais sincero no e-mail que para ela escrevi. E ontem o Valter nos deu um texto o mais sincero em seu blog. Gostaria de fazer minhas as palavras dele, pois "Sei que estou vivendo basicamente uma situação como esta. A falta que sinto do meu amor me faz ESTAR sempre triste, mas SER cada vez mais feliz, pois, somente agora, percebo que posso realmente viver cada momento por ela, sem nenhum retorno humano, é um doar-me completa e gratuitamente" - Valter Hugo.

sexta-feira, março 02, 2007

Há dias

O que temos são os dias e todo dia é inteiro. É o tempo que existe entre a hora que você acorda e dorme novamente. Você é de todo responsável por esse tempo. Organize-se! Dê a medida exata de tudo. Faça! Não caia fora e veja o dia passar. Você ficará mal. Administre. Escolha a todo o momento que tiver de escolher sabendo que está escolhendo. Escolha principalmente fazer coisas com as pessoas. Viva. Tome um banho frio para tirar o sono. Está calor. Se sabe que o que dói é o que se deve fazer, não deixe para depois. Faça agora. Você ficará bem. Adiar uma dor é escolher não ser sábio. Está confuso com algo? Aquela música que ela mandou? O que está acontecendo? Eu não sei, mas vivo isso. Não sozinho. Pare e escreva um pouco. Há de ajudar. Ouça mais Chico e cante animadamente! Animadamente enquanto escreve. Mas se alguém tiver de usar o telefone, respeite. Logo você poderá cantar alto novamente. E, se tem fome, coma! Não importa que ali a comida seja cara. Gaste o dinheiro com você. Alimente-se de atitude, pois, na fome, o que te alivia é a atitude de comer e não a comida. Coração de aprendiz. A cada batida uma lição. Aprenda! Abra-se, pois o Bom quer entrar.

quinta-feira, março 01, 2007

Nunca se esqueça

Nunca se esqueça de se tornar a pessoa mais incrível que você conhece
Nunca esqueça de buscar conhecer as pessoas mais incríveis e, como elas, Viver
Nunca se esqueça de ver quem as pessoas são
Se esqueça completamente de olhar para o que elas não são
Assim, você sempre terá as imagens na retina do coração

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Eu a Vi

Boa semana foi sua última palavra. Recheada do sorriso que amo. Coloquei na paisagem minha trilha sonora favorita: O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. A música que vinha nos fones de ouvido, vinha de um mundo onde se pode voar à vontade. As nuvens no céu. Ora algumas gotas no ar. Não estava frio. Quase estava. Era ótimo! Aquelas ruas da Cardeal Arcoverde até a PUC ganharam pinceladas sonoras dos mais preciosos artistas da humanidade. Cores. Era dia. Aquelas ruas por onde fui a pé eram o mundo todo. Eu era o mundo que andava contente sobre si mesmo. Estava feliz. Muito feliz! O coração do amor batia em mim. De repente, não era mais andar. Saltitava ao ritmo dos sons. Sobre eles estavam meus pés. De repente uma calçada acabava e esperava que os carros passassem. Esperava girando em volta de uma placa que segurava com a mão. Estendendo a outra para o mundo de Deus. Felicidade. Cumprimenta os motoristas. Um espaço entre dois carros, tempo para atravessar. Seguir. Ver no mato uma flor ao longe. No caminho. Correr até. Laranja era. Correr como um bailarino em espetáculo ao encontro do seu par. Sem parar furtar da natureza a flor. Presente. Sem falar entregá-la a moradora de rua. Só sorriso eu era. Voltar a correr dentro do filme que vivia. Era só gratidão. Ah, vida real! A harmonia divina presente em tudo. Tudo ser movimento. Chegar à puc. Entrar na igreja e agradecer.

Cristian disse...
Amélie Poulain também acompanhou a apresentação destas
palavras. Os olhos ao longo do texto, aceleravam,
alentavam-se... em um ritmo dissonante com o coração, mas que
em conjunto geravam... comoção!


Fechar os olhos, lembrar-me de você e ... agradecer.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Visitas ao blog


Por algum motivo muito provavelmente google o cab recebeu, nesses últimos três dias, mais de 390 visitas. Ainda estamos no dia 16 e o número de visitas de fevereiro já chega a 1361 até o momento.

Mesmo eu postando com maior freqüência, são coisas corriqueiras da minha vida que estão vindo para cá, certamente não é essa nova fase o grande atrativo. Isso aqui está hoje muito mais para um diário do que para um blog.

Com tudo, fico feliz, claro. Mas me preocupo, pois se mais pessoas lêem o que eu escrevo, tenho mais responsabilidade e o pessoal que o google manda cai geralmente numa parte antiga do blog. Não posso revisar todos os textos e ver o que tem medonho neles para tirar do ar ou modificar.

Outra coisa são as imagens do blog hospedadas gratuitamente no geocities. Ontem elas sumiram, pois há um limite de envio/hora para os visitantes. Ultrapassado esse limite, as imagens do blog não são enviadas. Alguém conhece outro bom lugar para hospedá-las?

Intransparência na geladeira

É engraçado como de repente uma coisa que passou pela minha cabeça há muito tempo, que escrevi e publiquei, volta a tona num comentário de algum navegante do google, que uma hora aportou no cab e carregou algumas palavras para o estoque do seu barco e, logo após, deixou algumas outras na ilha. Recebi o comentário da Anônima hoje em um post de março de 2003. Não se preocupem em ler, pois o efeito de ler um texto meu de quatro anos atrás é bem mais sutil do que olhar uma foto minha dessa data.
Maldita intransparência!

São um saco os potes de guardar comida da geladeira que não são transparentes. Tem que ficar abrindo um por um para ver o que tem de bom. E para você fazer isso tem que pegar o pote. O que aumenta em muito a sua chance de derrubar a panela de arroz em seu pé e quebrar, lascar uma parte da querida geladeira sonho realizado frost-free da sua mãe e ter que contar para ela que além disso ainda danificou o piso da cozinha. Ainda perdendo boa parte do arroz da janta da família.

E, como se não bastasse, quando está montando o seu prato o arroz gruda na colher e você a bate no prato para ver se arroz resolve colaborar e por fim trinca um prato.

Comentário:

Pois é, Já tive horríveis experiências na cozinha.Essa de arroz grudado na colher é pior porque se não for o prato o prejudicado é a limpeza da cozinha porque você sacode a colher e o arroz voa. Aí vc tem que ouvir sua mãe dizendo que vc não vai dá em nada porque vc não sabe nem servir a comida, aí diz que seu marido vai pedir marmita porque vc não tem jeito na cozinha e por aí.Também tem aquele mamão "gostoso" esquecido na geladeira cheio de umas coisinhas verdes que é a sua culpa que ele ta estragado porque os adolescentes não comem o que é saudavel entre outras...

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Desatento

Sem dúvida, não dormir é prejudicial à saúde. Mais imediatamente à saúde do humor, eu diria. O final de semana não foi de muito bom sono. Tive que fazer algumas coisas e não pude descansar boa parte do sono que tive. Agora as coisas parecem se ajeitar nessa questão, pois as aulas começaram e uma rotina também.



No sábado, filmei o batizado da minha priminha de segundo grau, a Letícia. Confesso que tive que fazer um esforço para estar constantemente concentrado no evento. O que não consegui muito, não pensar na lembrança de eu deitado, um travesseiro... Enfim.

Em dado momento resolvi subir no órgão da igreja e fazer tomadas de cima. Havia dois músicos ensaiando lá, olhei para eles sem vê-los. Continuei os degraus da escada, cheguei ao topo, filmei. Fui descer pelo outro lado, escorreguei, eles me viram escorregando, o final da escada estava fechado e, depois de quase cair, tive que voltar e descer pela escada que estava aberta.

Só depois que me encontrei comigo mesmo. Quando falei com uma criança que adoro, minha priminha Vitória. Eu nem havia falado com os músicos! Pedido licença. Mas, colocado no mundo novamente, fui lá e pedi desculpas. Tudo melhorou magicamente.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Comentário da Luana

Esse comentário vale um post. A Luana é minha vizinha também e velha amiga jovem! Tem um blog: travessia. Se você quiser entender melhor o que ela fala no começo, leia o comentário que fiz nesse post dela: increíble recurso: tirar el loco en el mar e, claro, o post que ela comenta.

Vitor, acho mesmo que o mundo é difícil em qualquer língua. Pode ser monolíngüe, bilíngüe ou poliglota, ele é sempre difícil! Nos momentos de grandes dificuldades a linguagem universal do sorriso é a que vale. Com ela o mundo até se torna vivível, mais navegável. E é tão bom ter motivos pra sorrir, como os pequenos encontros de uma manhã de domingo, não é?

E eu também posso conhecer essa sua nova avó? afinal também sou vizinha dela.. e sou de Aparecida (= simpática!) hehehe (será que essa lógica vale?)


Apitemos!
Beijo,
Luana

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

E também um apito

Já tinha uma missa andando... Eram 10 horas. A próxima seria às 11h e a que já estava no fim havia começado às 9h. Como da happy-ública até a igreja são no máximo cinco minutos, voltei. Encontrei meu pai no gmail. Tecleie um pouquinho, deu a hora e fui para a missa das 11h. Quando estava quase chegando fui encontrado pelo Luís Paulo. Ele que me viu! Conversamos sobre o meu post do sábado à noite. Da sensação que eu estava da minha mudança penetrar todos os climas. Expliquei melhor que eu me vi num novo clima para ter a minha mudança e, quando voltei a um clima antigo, trouxe tudo o que de novo tem em opiniões, posições, julgamentos, valores, conclusões, provas concretas. Foi incrível a sensação que tive! Depois conversamos sobre falar com as pessoas na rua. Contei da Vó Alda e ele me contou que outro dia conversou com um cara que fazia esculturas em metal. Quando perguntou ao moço que mais ele sabia fazer além do que já estava a mostra, o artista lhe fez um apito incrível. De um design lindo e um bom som. Algo totalmente original aos meus olhos e aos de vocês também. E, para fazer da minha manhã de domingo definitivamente o céu, ganhei o apito do Luís! Veja só! Vou pôr esse texto na parede da happy-ública e pendurar o apito ao lado! Valeu, Luís! Obrigado, Vó Alda! Obrigado, Vi! Obrigado, Deus!

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Ganhei uma avó

Domingo de manhã, muito sol, um bom banho logo depois de quase acordar, acordar de verdade logo após um bom banho, planos para o dia! Mas, mais interessante foi o que não estava nos planos. Sempre é, não é?

Ao sair de casa, iria errar o horário da missa, porém, antes de chegar na igreja e descobrir o meu engano, encontrei no caminho uma velhinha de rosto muito simpático andando apoiada numa bengala. Carregava algumas sacolas de supermercado. Nada demais. Pelo o que vi eram coisas para um lanche que faria à tarde. O primeiro impulso de aproximação que tive foi para ajudá-la com as sacolas mas ela não deixou. Pessoas mais velhas são bem teimosas na maioria das vezes comigo.

Comecei uma conversa com ela e o papo fluiu. Fico tão feliz quando isso acontece com pessoas na rua! Ela sempre morou no Butantã os seus 77 anos. Seus filhos são casados e formados em economia, o menino, e a menina é contadora. Não tem mais o seu marido. Engraçado foi ouvir, quando eu lhe disse que sou de Aparecida, que era por isso que eu era tão simpático. Imagine! Ela que é muito simpática! Tanto quanto mostra a sua expressão ao nos olhar. É irresistível. Chama-se Alda, é minha vizinha. Mora sozinha e me convidou para ir a seu apartamento a hora que quisesse. Prometi ir essa semana. Espero que dê. Despedi-me de minha mais nova avó e fui para a igreja, onde iria descobrir que estava uma hora adiantado para a próxima missa.

sábado, fevereiro 03, 2007

Como me sinto

A noite caiu, eu parei um filme no meio clicando no controle-remoto, liguei para casa, vim para a internet, botei um rock and roll, encontrei o amigo on-line, fiz um lanche, li o blog dele, li o blog de uma amiga, fiz comentários, fui parar no blog do Danilo que é de fotos e versos-ou-fases.

Estou num clima estranho! Como estou confuso! De certa forma, sinto-me livre de alguns pensamentos que deixam o Vitor existir pouco. Acho que é tudo culpa do rock que estou ouvindo. Não! Minto. É culpa do que me fez colocar esse som, do que está me dando uma imensa vontade de andar de patins. Sinto-me um pouco como estava no show do Chico antes de entrarmos, antes de você me beijar. Será que conseguiremos ser bons amigos, Vi? O tempo irá dizer.

Nesse momento que vive agora, eu estar na frente do computador, atender minha tia ao telefone, falar animado, te escrever... Sinto que estou conseguindo desassociar coisas. Eu associava essa sensação a um modo de pensar antigo, onde conclusões mais maduras ainda não existiam, posturas em relações a certos assuntos não eram tão firmes. Posso manter meus novos valores e viver sensações que tinha antes deles existirem. E, quando eles estavam começando a aparecer, eu não me permitia essa sensação. Como estou diferente! Como me sinto jovem! Como me sinto! Obrigado, Vi.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

2006

Já é 8, mas eu gostaria de colocar aqui no blog o meu texto de fim de ano, que lemos aqui em casa na noite do ano novo. Feliz 2007 ctrl+alt+blog!

Estamos no dia 365 e temos aqui um ano inteiro chamado 2006. Ainda é difícil para nós ter noção de quanto tempo cabe em um ano. A calculadora pode chegar até a dizer que um ano tem 31.536.000 segundos, mas - ora - as nossas lembranças podem muito mais! Esta reunião é para comemorarmos, para nos re-unir. Pergunto: o que comemorar? Quem está aqui nessa casa hoje? Por que vamos derramar um pouco de champagnhe no chão ao abrir a garrafa calorasamente entusiasmados? O que não tem aqui é acaso. Hoje, a casa está recheada e o nosso motivo é dos bons! Vamos então brindar com um pouco de cada um. Feliz ano novo! Vamos brindar!

Ao terminar de ler A Natureza da Mordida

Foi a mesma sensação de parar com o marcador página na mão após acabar um livro. Eu não sabia onde colocar meu sentimento após aquele final....