segunda-feira, agosto 13, 2007

A um amigo

Havia uma folha que havia nascido presa em duas árvores. Essas duas árvores cresciam e ora a puxavam para seu lado. A folha gemia de dor. Era a fotossíntese dela mágica que dava vida as duas árvores. Mas, para poder chegar mais perto do sol, só poderia alimentar uma árvore. E teria que ser a certa, pois a outra não cresceria se não houvesse disputa. Escolheu a árvore certa, a outra morreu sem fotossíntese e assim a folha pôde dela se desligar. Transformar-se (escolher) doeu, mas ela sorria, pois sabia ir atrás do que era certo e do que lhe faria bem; chegar ao sol. Seu sonho. Ela nunca encostou no sol, nem poderia pois a infinitude do calor a queimaria e a transformaria em sol. Mas pôde sorrir no dia em que morreu e o acorde maior de uma brisa a arrastou para sempre.

Um comentário:

Anônimo disse...

Vitor,
quanto tempo!
que sensibilidade linda e quantas melodias ressonantes você encosta nas pessoas!
Adorei a tessitura
beijos
Luz Marina

Ao terminar de ler A Natureza da Mordida

Foi a mesma sensação de parar com o marcador página na mão após acabar um livro. Eu não sabia onde colocar meu sentimento após aquele final....