Chuva, vento e escuridão
[eu sei que quase ninguém lê post grande, ainda mais meu {e bobo}, mas... Ah!]
Sexta-feira. Após muito vento e pouca água a chuva pára e posso finalmente voltar para Aparecida com a minha poderosa bike adaptada para asfalto molhado. Grampeie uma prova de física no [como é o nome daquele negócio que tem atrás do banco para carregar coisas ou pessoas?] negócio que tem atrás do banco para carregar coisas ou pessoas. Pensei que a folha fosse funcionar como pára-lama. Triste ilusão...
Chegando no viaduto que divide Guará de Aparecida, o qual vamos chamar de portal negro, escuridão total. Você olhava para dentro do portal e não via nada. Não sabia onde estava entrando. Senti medo. Quis parar, mas algo me fazia seguir. Teria nascido em mim alguma coragem curiosa? Ao entrar debaixo do portal negro cai um raio. Muito barulho. Muita luz. Quando dei por mim, minha bicicleta virara uma moto e eu estava todo de rouba de couro e capacete. Sem pensar muito acelerei e mantive o percurso. O vento destruíra a cidade. Tudo arrasado. Ninguém nas ruas. As folhas das árvores que rasgam a avenida faziam um verdadeiro tapete no asfalto. Com o farol ligado podia agora enxergar melhor a minha frente.
Sem saber o que fazer sigo procurando algo inexistente. Talvez procurava acordar? A sensação de aventura começava a ser prazerosa. Um susto! Um bêbado a minha frente me faz desviar e passar para a contra mão. Seguindo na contra-mão antes que pudesse voltar para a pista da direita uma árvore barrando a avenida me força a desviar e descer uma ladeira estreita. Sigo procurando retornar a primeira entrada. Começo a andar mais devagar, pois estava arriscado correr por ali, não dava para enxergar muita coisa. Viro à direita numa rua plana e avisto um grupo de umas sete ou oito pessoas vindo em minha direção fechando a rua. Chegando mais perto tento enxergá-los, mas tudo o que vejo é nascer uma chama do mais próximo e uma onda de calor seguida de risos malignos. Tentam me acertar com o lança chamas, mas viro e volto e acelerado empinando para a ladeira. Nascera em mim a habilidade de pilotar moto. Aproveitei dessa e retornei a avenida ao melhor estilo.
Indo a toda para a casa sou ultrapassado por outra moto que me provoca com um tapa no cotovelo direito desequilibrando-me. Paro a moto e vejo que a moto que me ultrapassara também está parada a minha frente, virada em minha direção. Observando-a escuto seu ronco provocativo. Entrego-me ao jogo e ronco meu motor. O desafiante tira o pé do chão e começa a acelerar em minha direção. Faço o mesmo. Ao cruzarmos levo um murro no peito e caio da moto. Levanto-me sentindo muito o golpe. E o vejo esperando, monto na moto novamente e a raiva me domina. Dessa vez ele vem em minha direção, para colidir. Mantenho até quanto posso, mas não resisto e desvio entrando num carro estacionado. O pneu dianteiro da moto bate na traseira do carro e sou jogado no vidro do carro que não se quebra com o choque. Escorrego ao chão e desmaio. Tudo o que me lembro.
Quando acordo minha roupa está de volta e minha bicicleta adaptado para asfalto molhado também. Tudo voltara com antes do portal. Ao meu redor muitas pessoas me cercam e uma perto de mim me ajuda a levantar. Estava todo machucado, mas dava para andar. Não ouvia som nenhum. Não ouvia a vozes das pessoas me questionando. Desorientado, peguei a bicicleta e continuei a pé. A roda frente ficara do formato do pára-choque do fusca que eu atropelara. Seguido dos olhares curiosos sigo só o meu caminho...
Vitor ouvindo Los Hermanos - Mais uma canção
PS.: Teria eu vivido por um momento no futuro? Af...
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