segunda-feira, janeiro 28, 2008

Muito mais é o repouso

Acho que sempre será um terço ou mais a proporção dos amigos mais caros que se foram. E levam um pedaço do nosso coração, que, quando retorna ao nosso peito num reencontro, resplandece num imenso sorriso. Se não imenso em tamanho, imenso em muito mais do que podem os músculos, pois muito mais é o repouso.
Comentando nesse post: http://vartzlife.wordpress.com/

5 comentários:

Débora Antunes disse...

"Levam um pedaço da gente e deixam um pedaço de si." Não sei onde li isso, nem se falava de amigos, mas é a verdade. Acho bom que eles venham e vão, assim a gente se constrói e se reconstrói, mas claro que reencontros são sempre bem vindos.

Concordo com isso de mirar na felicidade, apesar de as vezes me achar meio vesga para alvos, principalmente para um alvo móvel, como a felicidade, que hora está em um lugar, hora está no outro e ao mesmo tempo está sempre dentro da gente, mesmo que escondida.
Vai ver a graça da vida é correr atrás, ser feliz aos poucos, ser triste um pouco. Pra gente não explodir de tanto sentimento.

Ju(liana) disse...
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Ju(liana) disse...

Vemos que temos amigos, quando não precisamos deles para sermos felizes. Quando certos silêncios não incomodam, são como pausas, suspensões. Quando junto deles não tememos a distância, pois "saudade é uma espécie de lembrança nostálgica, lembrança carinhosa de um bem especial que está ausente acompanhado de um desejo de revê-lo ..." Quando os damos liberdade para não serem nossos melhores amigos, por mais que certos amigos são os melhores para gente. Quando permitimos o direito de não terem respostas e quererem decobrir o mundo longe da gente. Nossos amigos são como pequenos pedaços de amor que não pediram por favor e nem foram obrigados a estarem ao nosso lado, eles apenas estão e não precisa de entendimento racional para isso, não há questionamentos, há momentos construídos juntos. Nossos amigos não são nossas muletas, não são como nossa casa, nosso cachorro, nossa bicicleta...são como nossa família, mas diferente dela, pois não é como um integrante inerente, mas descoberto e itinerante. Eles não são nossa propriedade privada, por isso acho que não temos amigos, ter é possuir, ser dono, acho que conhecemos amigos, temos conhecimento, estabelecemos relações.
Quanto ao sorriso que compartilhamos nestes encontros e reencontros, creio que o sorriso foi a única coisa que Torre de Babel não destrui: a universalidade dessa comunicação. Deus permitiu que apesar de todas as diferenças de linguagem, pudessemos repousar na tranquilidade de quando não entendemos nada e sorrindo compreendemos tudo um do outro, pois apesar de toda sutileza, são nessas simplicidades sem palavras que falamos mais.
O sorriso não é caro para o nosso corpo, gastamos menos músculos para sorrir do que para permanecer sério, assim repousamos os músculos cansados de manter nossas pertubações para que repousando consigam transformar sem esforços os corações dos demasiadamente preocupados seres humanos.
Quanto a felicidade, não é algo móvel que cada hora está num lugar, como se fosse impossível um dia conhecê-la a fundo. Nós com essa estranha mania de querer vê-la em coisas que são efêmeras por natureza, nos perdemos e não conseguimos encontrá-la. Não há como ela estar escondida, pois ela não é um fim, é um caminho. Erramos ao achar que na vida sofremos para ter pequenos momentos de "felicidade", o que temos são pequenos momentos de alegria. Alegria é um sentimento agradável, vinculado a euforia e empolgação. Felicidade é um sentimento agradável também, mas de paz interna, de bem-estar. Não precisamos estar sempre eufóricos e histéricos para sermos felizes. O caso não é estar é ser, e ser é uma constante transformação, assim nos construímos a cada momento e a felicidade é assim também.
Devemos nos iludir menos e viver mais.
"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
sofrimento,perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional..."
(Carlos Drummond de Andrade)
E querendo sempre aprender com os outros é que conhecemos aquilo que no fundo sempre soubemos, mas somos egocêntricos e surdos demais para escutarmos palavras ditas por nós mesmos. O que realmente escondemos de nós somos nós mesmos. É por isso então que precisamos também dos outros, para eles é mais fácil nos encontar e com eles nos encontramos também.

Ju(liana) disse...

"O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você."
Mário Quintana

Ju(liana) disse...
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Ao terminar de ler A Natureza da Mordida

Foi a mesma sensação de parar com o marcador página na mão após acabar um livro. Eu não sabia onde colocar meu sentimento após aquele final....