quinta-feira, agosto 07, 2008

Para meu avô poesia



Se botarmos o espelho da História
Na nossa frente
Veremos atrás de nós
Todos os nossos antepassados
Um a um
Repararemos na glória dos momentos
Nunca nos pecados

Quando me boto frente ao espelho da História
Reparo num detalhe
Ouço no coreto da memória
O som que faz que eu pare

É o violino de meu avô
Que era um artista
E fez mais que muito doutô

Vou andar!

E o som ecoa...
E me sinto rodeado de notas
Que até parece uma garoa
Harmoniosa, melodiosa, rítmica

O som ecoa, ecoa...
A garoa é colorida
me-di-ci-nal

Nessas horas, a alma voa
Busco toda a vida que há no meu ser
E encontro

Achei
Por isso
Posso ir embora
Vitor Bustamante


No encontro dos ex-seminarista redentoristas de Aparecida 2008, na noite de apresentações, a pedido de Antonio Afonso de Carvalho, fiz uma homenagem para o meu avô violinista, que se foi quando eu era adolescente. Declamei essa poesia, que escrevi no mesmo dia.

Meu avô ia tocar nos eventos do seminário às vezes e, nos últimos anos de vida musical, tocava todo final de semana em frente a "basílica velha" no coreto da praça, com a banda da cidade de Aparecida. Era lindo e muito interiorano. Hoje as coisas mudaram um pouco, mas os corações ainda trazem batidas daquela época. Dentro de mim trago as batidas do coração de meu avô. Chamava-se Belmiro Bustamante, mas era conhecido como Seu Maninho.

5 comentários:

Anônimo disse...

Muito bonito, cara, emocionante.
Imaginei seu avô-poesia ouvindo e pensando "veleu a pena, posso ir embora".

Anônimo disse...

Adorei a poesia! A sua cara... Você no palco, sempre do mesmo jeito, tira o papel do bolso, fica se mexendo... Você é muito Vitor! hahaha

Apenas eu... disse...

Agora entendo de onde veio a tua veia artística... é de família!

:)

Anônimo disse...

Primooo.. parabens.. me emocionei vendo sua aoresentação o vô deve estar muito orgulhoso de você! Saudades dele ..

Bjoss

Fernanda Araújo disse...

Queeeeeeeee perfeição!!! Lindo mesmo, de acalentar a alma! obg.

Ao terminar de ler A Natureza da Mordida

Foi a mesma sensação de parar com o marcador página na mão após acabar um livro. Eu não sabia onde colocar meu sentimento após aquele final....