Exagerado nas visões amorosas em que me enxergo, vejo, percebo
Estou pensando muito isso nesse tempo de agora
Depois das revoluções do começo do ano, o amor, enfim, me alcança
Outrora, li numa revista – psicologia brasil – que um filho gerado
Existe desde muito antes do primeiro beijo
Dos seus pais que o imaginaram toda a vida, toda hora
Pois é nesse pensamento, que nasce a criança
Assim, a partir do momento em que você imagina o seu filho
Você o cria, ele existe e te influencia, muda seus atos de agora
Para só se sentar ao seu colo num futuro distante, mas que logo chega
Sinto forte o mesmo me acontecer na questão do amor
A imagino, ela existe em mim, mas eu nem sei quem... Como será
A conheço já? Por que a vida não me revela?
Contudo, o título não ficará claro nos versos carentes de qualidade poética, mas na prosa. Porque é mais fácil pensar em prosa. Cometo os mais saudáveis e estúpidos exageros quando vou imaginar ou falar de um amor. Ah, eu adoro um exagero, por mais ridículo que me enxerguem pelo seu uso. Aqui nesse texto estou a cometer meus exageros. Nos e-mail, msn, scraps do orkut e interpretações do mundo, também!
Conheci uma menina. Encantou-me. Mandei um e-mail para sua amiga e exagerei como nunca. Ou como sempre. Essa atitude vem da vontade de querer viver tudo em seu excesso. A necessidade de tirar o máximo proveito. Beijar até a última parte da pele do corpo daquele momento. Entregar-se ao modo de enxergar que você criou.
Tive sorte quando mostrei e pedi opinião a uma amiga. Escrevi um texto e ia manda-lo a menina que conheci: “Está muito melado, Vitor”, me mostrou a amiga. Estava mesmo. Muito melado para a alguém que você está ainda conhecendo. Você ainda não está vivendo isso, Vitor. Você está mesmo apaixonado? Ela ainda não é a pessoa com quem vem sonhado todo esse tempo. Ela pode vir a ser, mas ainda não é. O doce, quando não é necessário e vem demais, enjoa a qualquer um. Reescrevi o texto, tive a aprovação da amiga com boa nota em desmelaço. Enviei a menina. Que me respondeu e eu já reespondi novamente
Estava brincando com uma amiga no msn e numa troca de elogios, logo veio: “Menos, Vitor”, não com essas palavras, mas com esse sentido. Amiga de longa data, tem toda liberdade para explicitar sua visão e assim tornar a mais sincera nossa conversa. Estava mesmo muito melado. Não sei porquê não me havia vindo aquela hipérbole muito antes, nas aulas de figuras de linguagem, quando eu acreditava que mais precisava dela. Enfim...
A conversa foi seguindo e eu absorvendo e me impregnando da nova sensibilidade, a de perceber com clareza meus exageros, como eles são lidos e interpretados. Perceber como eu sou bobo. Um bobo bonitinho no contexto, mas um bobo vezes demais. Ah, enxergar também como uma hipérbole pode não convir com o que você quer dizer, mudar a leitura do receptor. Como são desnecessárias e como podem ser, além de dispensáveis, alteradoras do significado que quer dar ao que diz. É uma simples questão de aprendizado esse debate entre os vários vitors que sou eu – sobre o exagero escrito, interpretado e vivido por mim. Chega de ser piegas, Vitor!
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