Domingo de manhã, muito sol, um bom banho logo depois de quase acordar, acordar de verdade logo após um bom banho, planos para o dia! Mas, mais interessante foi o que não estava nos planos. Sempre é, não é?
Ao sair de casa, iria errar o horário da missa, porém, antes de chegar na igreja e descobrir o meu engano, encontrei no caminho uma velhinha de rosto muito simpático andando apoiada numa bengala. Carregava algumas sacolas de supermercado. Nada demais. Pelo o que vi eram coisas para um lanche que faria à tarde. O primeiro impulso de aproximação que tive foi para ajudá-la com as sacolas mas ela não deixou. Pessoas mais velhas são bem teimosas na maioria das vezes comigo.
Comecei uma conversa com ela e o papo fluiu. Fico tão feliz quando isso acontece com pessoas na rua! Ela sempre morou no Butantã os seus 77 anos. Seus filhos são casados e formados em economia, o menino, e a menina é contadora. Não tem mais o seu marido. Engraçado foi ouvir, quando eu lhe disse que sou de Aparecida, que era por isso que eu era tão simpático. Imagine! Ela que é muito simpática! Tanto quanto mostra a sua expressão ao nos olhar. É irresistível. Chama-se Alda, é minha vizinha. Mora sozinha e me convidou para ir a seu apartamento a hora que quisesse. Prometi ir essa semana. Espero que dê. Despedi-me de minha mais nova avó e fui para a igreja, onde iria descobrir que estava uma hora adiantado para a próxima missa.
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