domingo, janeiro 20, 2008

Minh'última poesia assim

Passarinho da manhã, cantai!
Cantai para esse menino
Pois não mais pode ele
Dormir nessa madrugada que se encerra

Passarinho da manhã, contai!
Contai para mim o que
Dizem que os passarinhos contam
O segredo mais óbvio de um coração

Passarinho da manhã, voltai!
Pousai na minha árvore.
Pela janela vou lhe ver e ouvir
Dizer que em hesitar minh'alma erra

Passarinho da manhã, adeus!
Vou sair dessa poesia e
Ir atrás de quem é pra mim a perfeição,
Entregando-me como quem entrega tudo em oração...

4 comentários:

Unknown disse...

Que bonita, hein!
Há algum tempo não leio
uma poesia tão singela.

Um abraço.
Érico

Anônimo disse...

passarinho de todas as horas, permanecei!
sutil e mediador de paz, plenitude
com suas palavras

passarinho de todas as horas, despedi!
para saborear cá no silêncio a reação de mnh'alma, à "s'ultima" poesia assim!

(só consegui passar minha alegri ao lê-la por aqui.
aí. mas por que é a última assim? se é como acha melhor, aceito!)

Ju(liana) disse...

Que seja sim, esta sua última poesia assim, para que passarinho algum precise revelar ou alimentar o imaginário daqueles que amando não precisam da verborragia que os cercam, mas precisam apenas sentir. Precisamos dos passarinhos sim, como intérpretes de allegros e adagios que compõe os mais belos momentos vividos juntos por nós que compreendemos a unidade como amor sincero e leal. Passarinhos são menos complexos que os seres humanos...são seres que na simplicidade apenas louvam a Deus com sua existência, não reclamam nem atrapalham...não são pretenciosos, seus cantos são poesias porque nós com nossa tentação constante de metaforizar o vemos como poetas, declaramos sua grandiosidade, mas eles não se veêm assim, eles apenas são. O mundo precisa de amor, precisa de sentir mais...
O ser humano se ilude com aquilo que não lhe pertence, e por não lhe pertencer torna-se a seus olhos desejo mais cobiçado, por simples orgulho e vaidade. Tudo é vaidade.
Precisamos de poesia, não de poetas hipócritas que com sua falsa ingenuidade vivem sentimentos não verdadeiros e proferem palavras que não alimentam paz, mas fomentam conturbação.
Despeço-me não dos passarinhos, mas dos poetas que com suas palavras ardilosas pertubam o coração e "sem-pretensão" arriscam desarmonizar aquilo que Deus mais puramente construiu: o amor.
Que os passarinhos não te confundam mais, que você possa repousar na doçura e segurança do sentimento que eles não podem te oferecer, mas eu posso.
Mas, retirando quase tudo o que disse ;), o mundo não precisa mais de poetas, ele precisa de mais passarinhos. Paradoxal, mas a vida é assim na maioria das vezes.Que o mundo possa ser um dia realmente unido, mas que seja pelo amor de Deus e não pela confiança falha na nossa própria humanidade, que sejamos um na justiça e honestidade, no amor e na caridade.
Mesmo que os passarinhos tragam discussões, te amo.

Ju(liana) disse...

Os passarinhos tentaram trazer poesia, mas ela não veio, se perdeu em meio às intervenções.

Ao terminar de ler A Natureza da Mordida

Foi a mesma sensação de parar com o marcador página na mão após acabar um livro. Eu não sabia onde colocar meu sentimento após aquele final....