quarta-feira, junho 16, 2004

Dia dos Namorados

Eu estava pensando sobre o dia dos namorados - já que você falou no feriado. Lembrei que sempre falam que é um dia do capitalismo para girar a economia do comércio de presentes que por sua vez gera mais produção que por sua vez eticétera (do verbo etcetrar). Mas achei muito mais profundidade no assunto. Os meios de comunicação (da Tv aos os folhetos de loja de perfume) são um estímulo para quem não tem namorado arrumar um. Você enxerga aquelas fotos dos casais abraçados, os sorriso de satisfação com a vida que os dois carregam, sempre um abraço gostoso dono de um conforto absoluto, e fica imaginando alguém com você, lembra de como era bom ser namorado, de como é bom ter alguém para se sentir assim, enfim, veste a aura do romantismo e vê a vida a sua volta como sendo um bom livro do gênero. Ah, não só os meios de comunicação causam esse efeito, tem também os próprios já namorados que falam dos presentes que vão comprar, dos lugares que irão...

Quando aparece algum possível futuro namorado no seu cotidiano, pimba! Esse algum também está carente e com os mesmos pensamentos contidos na esfera da sensibilidade - é muito mais fácil de se começar um namoro nesse planeta mundo azul e nuvens. O dia dos namorados acaba sendo, para os sem namorados, um estímulo para tomar a atitude de arrumar um: dar mais mole para aquele gatinho que sempre passa perto de você, perguntar o nome daquela garota, distribuir um gostoso sorriso, mostrar-se incompleta, olhar um olhar agradável, paquerar. A data nos diz: "Namore que é bom", e não há como discordar. Queria parar de falar aqui, mas não foi só isso que eu pensei e o texto ficaria sem fim. Voltando ao assunto venda de produtos, capitalismo: Criando novos namorados, o comércio cria automaticamente novos compradores. Há mais encontros nas sorveterias, há mais rosas sendo vendidas, há mais gente pegando um cineminha (mesmo que essa nova gente nem veja direito o quê se passa na telona), há mais moedas de um real virando fichas de máquinas de pegar ursinhos e há mais cabeleireiras e vendedores de prestobarba faturando. Tudo melhora.

PS: Esse é um trecho de um e-mail que enviei para uma amiga aí...

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Ao terminar de ler A Natureza da Mordida

Foi a mesma sensação de parar com o marcador página na mão após acabar um livro. Eu não sabia onde colocar meu sentimento após aquele final....