E como gosta de uma boa prosa o nosso amigo Fabiano! Numa, das muitas que travamos, ele começou: “Ou, como pode um cara tão feio ter uma namorada tão bonita, hein!?” O Frank continuou: “Ou, sacanagem com o... (e falou o nome do feio)”. Fabiano: “Mas ele é mesmo. Feio pra daná o coitado!”. Frank: “É, ele é...”. Sem pensar respondi aquela piada de homem: “Vai ver que ele tem pinto grande”. Claro, me arrependi!
Mas o Fabiano, apesar de ser um tico de gente, se provou muito sabido das coisas. Porém, mesmo assim, pelo clima por mim instaurado, não deveria ter feito tal idiotice. Deve ser o jeito moleque-traquino do figura que me faz ficar muito à vontade, sem medir palavras. Contudo, logo veio outro assunto... Falaram sobre um amigo que tem tudo: playstation2, patinete, skate, roller, bicicleta... Mas que não é bom em nada.
O Frank gamou no meu corrimão e aproveitou praticamente todo tempo que ali ficou, deslizando nele. O Fabiano tentou deslizar algumas vezes, mesmo estando com o patins mais impróprio para isso; alguns tombos bem ridos de bunda ele tomou. Me esforcei para ajuda-lo em seu novo aprendizado, mas o tempo foi curto. Deram cinco horas e eles tiveram que ir. Na hora de guardar os patins na mochila – foi quando ele a mostrou, falando tudo o que tinha dentro – terminou a lista com: “E uma faquinha para se caso acontecer alguma coisa”. O guri anda armado, Brasil! Fiz-nos conhecermos os nomes e perguntaram se eu conhecia alguém que morava na casa que apontaram. Disse que não e: “Ele se mudou faz pouco tempo, né?”, resposta dupla: “Ééé!”.
E o Fabiano: “Cê mora onde?”. Apontei olhando a minha casa que era a mais perto de nós. Fabiano: “Pultz! Eu já zoei ela! Num sabia...”. “Pô, Fabiano, não zoa mais, o cara é gente boa”, sorrisos. E foram embora. Hoje, às quatro da tarde, vamos andar juntos de novo. Vou levar os meus patins antigos, que têm encaixe para corrimão, para o Fabiano curtir um pouco.
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