quarta-feira, junho 23, 2004

Sem você

Meu grande amor, hoje é sábado de futebol e os bares estão repletos de homens vazios como diria Vinícius de Moraes. Mais um final de semana sem você é um final de semana a menos sem você, um alívio angustiante e, como diria Vinícius: sem você, meu amor, eu não sou ninguém. É bom ouvi-lo nessa velha fita k7 que parece ter os olhos de quem eu ouço, olhando e girando para mim, querendo alguma coisa dizer.

Você é tão profunda em mim, que quando fisicamente se foi, metafisicamente se cristalizou cicatriz e nem três sóis juntos são capazes de entornar a sua solidez. Você ali vai ficar e ficar e ficar. Mas eu não vou te chorar porque o meu choro não te merece. Não vou te gritar porque as minhas vibrações não te acontecem. Passados eu não buscar, pois a cor da tua lembrança não merece nenhuma dor da minha esperança.

Os meus olhos ainda te seguem e observam por onde eu não faço idéia do chão que tem o prazer do seu pisar que deixa marcas, por onde eu não sei o ar que tem a dádiva do seu respirar que inspira natureza espirando beleza. Os meus olhos ainda te seguem por onde eu queria e sempre quis ser.

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Ao terminar de ler A Natureza da Mordida

Foi a mesma sensação de parar com o marcador página na mão após acabar um livro. Eu não sabia onde colocar meu sentimento após aquele final....