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Mesma Quarta, 11:45 da manhã, o Dia D - A operação.
A cirurgia (ou seria operação?) deve ter sido um sucesso. Já estou no quarto. O médico chegou na sala de operação (ou seria cirurgia?) e eu já não me mexia da metade do abdômen para baixo e não sentia nada também, super estranho. "Como é que cê tá?", ele me perguntou, e eu respondi: "Com fome, muita fome". A ajudante dele me avisou: "Eu vou por uma sonda em você, um caninho que entra pela ponta do pênis e vai a bixig...", foi interrompida por mim: "Eu sei o que é uma sonda! Já que tem que por mesmo...". Não senti nada e também não vi nada. Eles colocam um tapa cirurgia na sua frente, você não pode ver nada. Acho que se eu visse eu sentiria dor. Agora estou aqui na cama do canto, no meu quarto tem mais um paciente (cama do centro). Eu com um soro pingando e com uma sonda no pinto acompanhada de um saquinho de xixi pendurado na cama, nojento. Meu colega de quarto deve ter uns 30 anos que fez três cirurgias, na garganta, no nariz e não sei onde é a outra, mas é por ali por perto. Sua esposa e sua mãe estão de visita no quarto. Minha mãe também está de visita no quarto, veio junto com a maca, quando a porta do elevador se abril lá estava a Dona Mãe do Vitor o esperando.
Preenchimento do estômago com comida: 8% (eu sobrevivo?)
Sinais claros de fone: "-Tô com muita, mas realmente muita fome mesmo. Eu preciso comer!"
Pêlos pubianos restantes: Nenhum
Injeções: 3, duas picadas de abelhas africanas e uma chifrada de rinoceronte na coluna.
Nota: Ter Mãe e Pai é a melhor coisa no mundo.
Nota 2: No meu quarto têm 50% de uma TV, um armário e um frigobar.
Nota da Nota 2: 50% de uma TV, porque não tinha controle remoto.
Nota 3: O médico não fez a piadinha: "Mais um caso de mudança de sexo?", o comercial não estava no ar ainda. Ainda bem, eu me apavoraria, já pensou? Eu não ia poder fazer nada anestesiado e com os braços amarrados, ia dar narizadas em todo mundo?
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