domingo, outubro 26, 2003

Parênteses
-Ham... Vitão. Tá na área de novo. Isso aê!
-Não... Nada a ver não... (bem que a gente tentou ficar junto. Tentamos várias vezes. Mas não deu certo. Esses dias eu descobri algo interessante sobre os meus sentimentos: Eu achava muitas vezes, sempre tinha certeza, que a odiava em alguns momentos e nesses morava em mim o sentimento de repulsa. Que tolo fui... Não enxergava que esses sentimentos-repulsas só existem em certos momentos por eu gostar muito dela. Muito mesmo. Achava - olha só - que não gostava dela em algumas horas e em outras sim. Se eu não ligasse para ela, não ia ter raiva de certos trejeitos dela - digamos assim -. É por não gostar muito desses lados dela - digamos assim agora - e gostar muito dela é que a raiva surge. Eu queria que ela mudasse o que não é de meu gosto - melhor jeito já dito até agora -, mas aí ela seria outra pessoa e talvez eu nem gostasse dela.

Se seria assim, dúvida: Por que gosto dela então? Explicação não tem. Seria como descubrir o segredo do amor. Penso que, como disse Alberto Caeiro sobre o universo, o segredo do amor é que ele não tem segredo nenhum.

Dessas reflexões posso até tirar uma conclusão incerta: Não existi amar mais alguém do que outra pessoa. Existe apenas o amar sem grau de elevação. Você achar uma pessoal que gosta e que tem menor número de coisas que você quer mudar; achar alguém que você não quer mudar em nada, até o que você não gosta - não adianta estar com alguém querendo mudar sua pessoa, ninguém muda ninguém, só você você mesmo; todos sabemos disso e muitas vezes queremos que não seja verdade e nos iludimos num romance indevido -, é achar um bom par. E...).
-Ei, Vitor. Ce ta aí?
-Ham? Ah, sim. Estava boiando aqui.
-Sua topic já buzinou duas vezes para vo...
-Nossa! Falow...
-Falow... (putz! Tinha que bater a cabeça para entrar)

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Ao terminar de ler A Natureza da Mordida

Foi a mesma sensação de parar com o marcador página na mão após acabar um livro. Eu não sabia onde colocar meu sentimento após aquele final....