Um pouco mais à frente daquela fatídica sexta-feira, o nosso herói faria um paralelo muito interessante daquilo que estávamos por ver, com a música Formato Mínimo da banda Skank, composição de Samuel Rosa e Rodrigo F. Leão.
Começou de súbito
A festa estava mesmo ótima
Ela procurava um príncipe
Ele procurava a próxima
Ele reparou nos óculos
Ela reparou nas vírgulas
Ele ofereceu-lhe um ácido
E ela achou aquilo o máximo
Os lábios se tocaram ásperos
Em beijos de tirar o fôlego
Tímidos, transaram trôpegos
E ávidos, gozaram rápido
Ele procurava álibis
Ela flutuava lépida
Ele sucumbia ao pânico
E ela descansava lívida
O medo redigiu-se, ínfimo
E ele percebeu a dádiva
Declarou-se dela, o súdito
Desenhou-se a história trágica
Ele, enfim, dormiu apático
Na noite segredosa e cálida
Ela despertou-se tímida
Feita do desejo à vítima
Fugiu dali tão rápido
Caminhando passos tétricos
Amor em sua mente épico
Transformado em jogo cínico
Para ele, uma transa típica
O amor em seu formato mínimo
O corpo se expressando, clínico
Da triste solidão, à rubrica.
Lógico que os dois, Vitor e a moça com ar de mulher, não chegaram até onde chegam os personagem na letra. Mas, de certa forma, em paralelo, como já dito, a história da música revela com bastante profundidade o que se passou naquela sala de cinema.
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