Faz um tempo que adotamos o Negão. Negão foi pego enquanto revirava nosso lixo por um outro cão e ficou com alguns machucados, nada de grave; cuidamos dele e não tivemos coragem de devolve-lo as ruas. Negão tinha o abrigo dos donos e a liberdade para sair e voltar quando quisesse. Saía sempre de manhã quando eu também saía, ficava sempre por aqui mesmo pela vizinhança, quando estava voltando o encontrava esperando no portão. Um dia, após sete anos com o cão, resolvemos cortar o seu pêlo, estava incrivelmente grande. Pegamos o negão e no primeiro corte um cheiro horrível que estava oculto no seu corpo se espalhou até Atibaia, uma cidade distante 120km. A polícia foi chamada e prenderam o Negão. Quando estava na cadeia canina, ele estava tão sujo, mas tão sujo que a polícia pegou e deu um banho nele. Vou escrever a conversa feita por telefone com o policial chefe do caso, o Cabo Jão:
-Alô, Cabo Jão?
-Isso.
-O senhor fala da onde Cabo? Onde levaram o Negão?
-Estamos aqui no município de Piróca Enterrada.
-E onde é que fica Piróca Enterrada?
-Na sua bunda.
-Mas e daí Cabo? Como foi essa história do banho?
-O cão estava incrivelmente sujo que fomos obrigados a dar o banho, mas depois do banho de acido com creolina melhorou e a gente descobriu que ele não era preto não, na verdade ele era albino.
-E agora o que temos que fazer para termos ele de volta?
-Agora não da mais, ele já está numa cela. Solitária para não pegar sol.
Uma história Fantástica.
Adaptada de um conto do Café com Bobagem
Ficou uma bosta.
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