terça-feira, outubro 19, 2004

17 de outubro, aniversário da .

Vínicius de Moraes - 1913/1980 - nascido em 19 de outubroTerça-feira é aniversário do Vinícius, o poeta. A TV Cultura exibiu nessa noite que já se encerra, um belo ensaio geral da sua vida e obra, que eu não pude ver como gostaria pelo simples e chato motivo de não estar no clima, estar enxergando arte como se vê notícias em um jornal. Esses últimos dias têm sido raras as minhas penetrações no meu eu artístico, pareço/sinto-me morto.

O ensaio geral terminou com uma frase que eu acredito ter sido carregada da beleza sublime que as palavras voltadas em homenagem a um grande humano sempre têm. Acredito, pois eu só as vi mas não pude enxerga-las e ler. Meu irmão apareceu aqui na sala tirando fotos idiotas, fotos com flash do móvel novo que compramos. Esse ato, além de gerar raivas vitorianas, fez eu me perder em idéias que de tão bobas nem as lembro. Me senti um tanto mais morto.

Já havia preparado essa mesa para eu escrever: abajur, cadeira, caderno, lápis, apontador e borracha. Só não esperava estar escrevendo isso. Sempre quando ouço sobre música, sobre os nossos escritores e poetas, algo dessa forma, minha liberdade artística toma um red Bull e flui bem sobre os papéis, seja em prosa ou poesia. Às vezes essa habilidade artística só corre nos pensamentos e não produzem nada. Hoje, pela inspiração que esperava ter após assistir ao programa sobre o Vinícius, concluiria a minha paródia dos versos dele de Rosa de Hiroshima, tinha prometido esse trabalho para a Yara, presente de aniversário, e nada melhor que esse dia (17 de outubro) para fabricar o presente que já foi iniciado. As quatro primeiras duplas de versos estão assim:

Cidade de Hiroshima, Japão - 6 de Agosto, 1645Pensem no sorriso
Estúpido inválido
Pensem nos abismos
Todos mergulhados
Pensem nos rapazes
Mães descontroladas
Pensem nas mulheres
Como esposas pálidas


Depois, pulando alguns, eu já tenho uma outra dupla parodiada:

O líder com cirrose
O antilíder cúmplice


O meu objetivo, que me surgiu na criação, numa aula de literatura sobre o poeta, é generalizar a letra fazendo com que se encaixe sobre qualquer guerra e não especificamente sobre Hiroshima, espero conseguir fazer algo no mínimo bom. A palavra "sinfônica" me parece boa para ser aplicada na paródia; encaixá-la-ei. Mas será para quando eu retomar a minha liberdade artística. Ando preso em preocupações excessivas com a qualidade, opiniões, efeito e várias outras coisas frescas que não deixam que nada verdadeiramente artístico nasça, se movimente e flua de dentro de mim.

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Ao terminar de ler A Natureza da Mordida

Foi a mesma sensação de parar com o marcador página na mão após acabar um livro. Eu não sabia onde colocar meu sentimento após aquele final....