sábado, junho 15, 2002

Garota de Lorena

Ontem teve apresentação de flauta novamente (a última foi sábado passado), tocamos tudo direitinho e ficamos para ver a palestra, ou melhor, a aula sobre a cidade de Lorena. Agora eu sei bastante da cidade, podem perguntar. Quando estava na platéia assistindo a palestra, percebo uma menina. Linda, olhos claros, cabelo castanho claro, pele lisa, fazia bem o meu tipo de garota linda apesar de eu achar as morenas mais sensuais; deveria ter uns... Deveria estar no primeiro colegial.

As cadeiras foram postas em meia-lua, eu estava numa ponta e ela na outra.

Não sei o que dá em mim e olho para ela novamente e ela estava olhando para mim. Primeiro verifiquei se era realmente para mim que ela estava olhando e me certifiquei que sim. Fiquei olhando para ela por pouco tempo, pois ela "desolhou" voltando a prestar atenção na palestra, demonstrando uma certa timidez.

Os pensamentos giravam dentro do meu cérebro, não conseguia concluir nada.

Nos olhamos e "desolhamos" várias vezes, até que, em uma das vezes ela olhou para mim meio diferente e eu mantive o olhar para ela e do nada ela pisca um olho para mim. Eu fico assustado. Ela mantém o olhar par em mim (acho que esperando uma reação), mas não expresso nada e ela volta a prestar atenção na palestra. Parecia meio tímida, parecia que ela estava arriscando: "Vamos ver no que dá".

Nessa hora não sabia o fazer, nem o que pensar. Fiquei meio assustado, surpreso. A primeira vez que uma menina pisca para mim e, ainda por cima, uma menina bonita. Será que era o uniforme do grupo de flauta? Camisa, gravata e colete. Será que estou ficando bonito? Será que eu era o único menino no momento e ela queria algum, mas só havia eu? Será que era porque eu me apresentei super bem?

Como já dito: Ela piscou e ficou olhando para mim. Eu não estava acreditando. Nem estava mais vivendo a situação. Ficava pensando e pensando. Fiquei pensando no que eu deveria fazer. Mas pensei tanto que ela desolhou novamente. "Merda!" Eu sou muito burro deveria ter piscado para ela também, assim as coisas se acertavam e quem sabe... Mas não o idiota aqui tinha que ficar descrédulo da situação.

Ela olhou para mim mais vezes dando ótimas chances de eu piscar para ela, mas não ficava pensando: "Eu não acredito que isso está acontecendo comigo" e não respondia seu contato. Não sei porque. Não tinha coragem? Não conseguia porquê?

A palestra acabou fui ajudar o grupo a guardar as estantes, desmontar as flautas e levar as coisas para o carro. Todos voltaram, pois havia uns petiscos grátis, eu também voltei, mas não queria os comes e bebes, queria ver, ao menos, a menina novamente.

Não achei a menina. Ela não poderia ter desaparecido. Quando a vi estava vendo uma exposição de fotos com seu pai, sua mãe e seu irmãozinho. Nessas circunstâncias não tinha como eu... "Chegar" nela, tentar uma apresentação formal e tentar xavecar pela primeira vez a sério (às vezes xavecamos [eu mais colegas] algumas funcionárias da escola e professoras, mas com objetivo de puxar o saco).

Ela parecia meio decepcionada. Talvez se achando menosprezada por mim, sei lá.

Não nos falamos.

O contato próximo foi quando ela passou por mim indo embora, tinha uma expressão meio... Brava estampada na face.

-Podem me xingar nos comments-





»Agora estou com muita raiva de mim por não ter tido coragem de piscar um olho e talvez até feliz por saber que posso ter alguma coisa com mulheres. Não sou o "feinho-megrelo" que só sabe fazer as pessoas rirem numa roda de amigos que eu pensava.

Quanto à idéia de ser neutro e ermitão, escrita no último post gigantesco:
"Já que não da para ser, vou ser normal mesmo"

Eu mudo meu ponto de vista das coisas muito rápido.

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Ao terminar de ler A Natureza da Mordida

Foi a mesma sensação de parar com o marcador página na mão após acabar um livro. Eu não sabia onde colocar meu sentimento após aquele final....