Discos e goiabas
Hoje eu descobri a dupla Vinicius de Moraes e Toquinho nos vinis do meu pai. Descobri também, que aqui tem um disco dos Paralamas do Sucesso de 88: Bora-bora. É o próximo a sair tonto, mas alegre da vitrola; deixemos, antes, acabar a apresentação dessa boa dupla de escritores e brasileiramente melodiosa. Voltei da cozinha para esse texto, deixei a sacola de goiabas ao lado do microondas.
Como é bom descobrir o cheiro do interior e o gosto do privilégio!
Devido ao tormento climático, essa velha e companheira árvore só está com a sua roupa de bolinhas amarelas nesse mês de fevereiro, dois ou três depois do normal.
Descosturando os pontos amarelos de sua roupagem elegante com a euforia de uma criança levada fazendo arte ouvia esse álbum: Toquinho e Vinicius. Não tem data, mas deve ser do tempo que inventaram o som (gravado) stereo, pois está na capa destacadamente rubro completando o logotipo da gravadora RGE discos: STEREO.
Contudo a sacola não ficou totalmente cheia, como poderia, de redondos amarelos - se tirássemos todos, sem dúvidas, daria uma bela e ensolarada colcha de retalhos.
Insetos, monstruosamente belos, copulando amedrontaram a minha mão traquina que despia a frutífera assanhada, safada e risonha de suas cores e acabou decidindo costurar essas palavras.
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