domingo, fevereiro 15, 2004

Fui na missa

Sétimo dia de minha Tia Zezé... Mas eu quero falar sobre a missa. Me deu muita vontade de me dirigir ao Padre no meio do sermão com perguntas começando com: "Mas por que então o Senhor tinha dito que...", "Como assim a...", "E o que você pensa sobre...". Talvez o costume de ouvir professores indagando-os durante as aulas tenha me causado esse desejo. Não, não é nada disso! Foi a discordância de opinião, as contradições do Padre e o outro ponto vista, o meu (ou dos meus professores de história? o meu), que fez perguntar tudo mentalmente, fuzila-lo na parede dos meus pensamentos. E por quê raios o Padre tinha que fazer campanha política anti-Lula? E por que falar mal do Brasil quando em sua frase poderia ter se dirigido à raça humana?

Entretanto, por que estou sendo tão cruel e impiedoso? E também, por que quis eu estar no lugar do Padre falando algo para todos?

Talvez o fato de ter assistido sermões de Padre franciscanos intelectualizados - sermões fantásticos, análises sociais profundas, críticas à igreja católica - responda a primeira questão do parágrafo anterior. E a resposta da segunda seria o desejo infantil de recriar uma aula de geografia para todas aquelas pessoas, falando de como é errado o sistema de transporte coletivo carro nesse planeta. Ou redigir o livro Reengenharia do Tempo, da Rosiska Darcy de Oliveira, da série Idéias Contemporâneas, e falar sobre a crise mundial da família, a concepção de valores e falar da possível solução para o sistema capitalista.

Um último e chatíssimo "mas por que...": Mas por que eu não falo disso no meu blog: repito a aula de geografia e falo sobre o livro? Só fico reclamando por aqui rabugentamente? "Pareço" um revoltado e que nem está muito afim de escrever, mas o está fazendo.

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Ao terminar de ler A Natureza da Mordida

Foi a mesma sensação de parar com o marcador página na mão após acabar um livro. Eu não sabia onde colocar meu sentimento após aquele final....