Quando chegamos em sua casa, era um prédio. Falou para eu subir senão ia derreter dentro do carro ao sol. Novamente sem pensar e muito menos falar alguma coisa, deixei a mochila no banco, bati a porta e fui fazendo o que ela dissera. "Boa tarde, Seu Zé!", disse ela ao porteiro que lhe sorriu uma simpatia e abriu o portão. Porém, para mim, olhou torto e antipático. Ignorei-o e a segui. Entramos no elevador e ela pediu para eu apertar o 6. Descemos e ela apontou para o seu apartamento dizendo: "É aquele ali, vamos". Não acreditei, andar 6 e apartamento nove, foi inevitável não imaginar.
Pediu para eu me sentar no sofá que ela só ia trocar de roupa. Ajeitei-me e pensei: "Mulher? Hum... Vai demorar!". Tal surgiu o pensamento e ouvi o chuveiro sendo ligado. Não deu tempo de ficar inconformado por ter que a esperar, e a sua imagem nua me tomou o pensamento. A imaginação visual não foi das piores, quis tocar aqueles traços. Logo fui tomado por uma curiosidade vibrante, queria confirmar se aqueles contornos imaginados eram iguais aos reais ou não. Quando passou por mim a idéia de ir espia-la, meu coração acelerou fortemente. Fiquei em pé! Mas desisti, claro. Quem seria maluco de fazer isso?
Ela me dissera para ligar a televisão se eu fosse capaz de achar o controle-remoto. Pelo som da água caindo e pela clareza da voz dela, acreditava que a porta estava aberta ou entreaberta. No primeiro intervalo do desenho do Pica-pau ouvi o chuveiro sendo fechado:
- Vitor, esqueci minha toalha, pega pra mim! Está na lavanderia, no varal.
Peguei a toalha, passei-a no rosto querendo sentir a minha professora, a feminilidade que havia naquela maciez; quis me embriagar daquele perfume. Meu coração disparou novamente: “Ai, meu Deus!”. Fui andando devagar pelo corredor até o quarto dela e, olhando antes de entrar, avistei a porta da suíte aberta.
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