Entrando no quarto:
- Sora?
- Traz aqui pra mim, querido.
Parado próximo à porta da suíte, sem olhar para dentro do banheiro, estiquei a mão com a toalha esperando que ela a pegasse, mas ela não pegou. Com medo de faltar com o respeito, olhei timidamente para dentro e deu para ver que ela estava atrás da cortina, cheguei mais perto e coloquei a toalha ao alcance dela. Aquela cortina era a única coisa que nos dividia fisicamente. Podia ver o braço, os contornos do corpo através da pouca transparência que havia naquele pedaço de plástico. Queria que ele não existisse, lógico; só para poder observa-la e absorver a sua luz de mulher.
Com os dedos de unhas grandes, felinas e bem feitas, pegou muito devagar a toalha tocando a minha mão que se encontrava totalmente imóvel, petrificada. Com uma das mãos ela jogou a toalha sobre os ombros e com a outra pegou na minha mão suavemente. Começou a toca-la perguntando:
- Pelos seus contos vejo que você tem certa queda por mulheres mais velhas, não estou certa?
- Sim, Senhora.
Respondi nervoso às carícias que eu recebia de alguém que não podia ver. Ela afastou a minha mão de dentro da cortina e me pôs segurando o lado direito do plástico. Sem largar a minha mão direita, virou de costas para a cortina e mostrou-me a outra mão:
- Você tem outra mão livre aí?
Não respondi, estiquei o braço e segurei a dela. Via sua sombra na cortina e as duas mãos estendidas para mim. Estava suado por...
toda aquela tensão,
todo aquele tesão,
toda aquela estréia com mais velha mulher!
Quase tremia numa situação que arrepia.
Arrumando a postura, apertando minhas mãos, ela fechou os braços e se embrulhou...
no plástico molhado,
no meu abraço suado.
A toalha ao chão jogada,
os lábios calados
em corpos excitados,não havia mais nada.
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