O Show - Capítulo III
Com a chuva, todos fugiram para locais cobertos. Eu e o Felipe ficamos com o pessoal que preencheu o shopping center da cidade. Era só piscar as luzes e por um tuntuntúm de fundo musical que o recinto virava uma balada perfeita.
As Caraguatatubenses são muito bonitas e aqueles molhados decotes ostentando gotículas da chuva era um conforto visual compensador o suficiente para nos relaxar e deixar-nos tranqüilos, distraídos e despreocupados. A chuva amenizou um pouco se transformando num chuvisco contínuo. O Shopping começou a esvaziar-se, todos, inclusive nós, íamos para a porta. Lá, em frente ao palco, via-se as pessoas molhadas esperando o show, cada uma com a sua filosofia foda-se-chuviana.
Essa filosofia contagiou todos os que estavam secos sob os tetos quando, num tiro sonoro, os versos viajaram até os ouvidos: "Não há mais desculpas, você vai ter que entender, quando olhar pra trás, procurando e não me ver!" Fomos todos, correndo, pisando com vontade em poças, pulando, fechando a avenida da praia e gritando a música com nossas veias por onde o rock'n roll percorria todo o corpo a sacudir a nossa alma e nos fazer vibrar tal qual as cordas das guitarras. Foi uma sensação que valeria sozinha todos os shows de uma juventude. Amontoamo-nos frente ao palco. O show havia começado.
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