O Show - Capítulo I
Como era de se esperar, ainda em São José dos Campos, os primos já iam falando bosta o tempo todo. No ônibus até a rodoviária tivemos muita sorte de ir ao lado de um humilde vendedor de algodão-doce. Aquela árvore de nuvens azuis e rosas protegidas cada uma por um saco plástico, era toda a vista que tínhamos naquele curto trajeto. Claro que, custando 1 Real cada uma daquelas colônias de glicose, eu não resisti. Tive que comprar!
Lá estava eu a caminho da rodoviária para descer a serra comendo algodão-doce cor-de-rosa com o Felipe (bichosamente romântico isso!). Ele não quis muito e fiquei um tempo me divertindo sozinho com a minha nuvem particular de chover açúcar; todo tranqüilo naquele banco duro do transporte público, lambendo a ponta dos dedos calmamente, sem presa alguma ao contrário do motorista, aquele viado. Por que viado?
O desgraçado passou tão rápido por um desnível no asfalto que me fez levantar a bunda do banco o suficiente para me sentar em cima do meu testículo direito que é um pouco mais para baixo que o esquerdo. Puta merda! Isso dói! Dói bagarai! Sem noção da vesguice contida na minha expressão facial. Quase cheguei no show falando fino.
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