quarta-feira, abril 21, 2004

O Show - Capítulo I


Como era de se esperar, ainda em São José dos Campos, os primos já iam falando bosta o tempo todo. No ônibus até a rodoviária tivemos muita sorte de ir ao lado de um humilde vendedor de algodão-doce. Aquela árvore de nuvens azuis e rosas protegidas cada uma por um saco plástico, era toda a vista que tínhamos naquele curto trajeto. Claro que, custando 1 Real cada uma daquelas colônias de glicose, eu não resisti. Tive que comprar!

Lá estava eu a caminho da rodoviária para descer a serra comendo algodão-doce cor-de-rosa com o Felipe (bichosamente romântico isso!). Ele não quis muito e fiquei um tempo me divertindo sozinho com a minha nuvem particular de chover açúcar; todo tranqüilo naquele banco duro do transporte público, lambendo a ponta dos dedos calmamente, sem presa alguma ao contrário do motorista, aquele viado. Por que viado?

O desgraçado passou tão rápido por um desnível no asfalto que me fez levantar a bunda do banco o suficiente para me sentar em cima do meu testículo direito que é um pouco mais para baixo que o esquerdo. Puta merda! Isso dói! Dói bagarai! Sem noção da vesguice contida na minha expressão facial. Quase cheguei no show falando fino.

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Ao terminar de ler A Natureza da Mordida

Foi a mesma sensação de parar com o marcador página na mão após acabar um livro. Eu não sabia onde colocar meu sentimento após aquele final....